PGE/CB PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA CENTRO DE BIOCIÊNCIAS Telefone/Ramal: (33) 4222-34/401 https://posgraduacao.ufrn.br/pge

Banca de QUALIFICAÇÃO: MILENA CORDEIRO DE AMORIM LOPES

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : MILENA CORDEIRO DE AMORIM LOPES
DATA : 29/10/2020
HORA: 14:00
LOCAL: Online via RNP - https://conferenciaweb.rnp.br/webconf/milenacordeiro
TÍTULO:

REPENSANDO A RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA SOB A LENTE DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS E DOS SINAIS DE ALERTA PRECOCE PARA A DESERTIFICAÇÃO


PALAVRAS-CHAVES:

Desaceleração crítica; autocorrelação; estados estáveis alternativos; EVI; séries temporais; dissimilaridade; adequabilidade; modelagem preditiva; diretrizes para restauração.  


PÁGINAS: 61
RESUMO:

A Caatinga contempla grande diversidade biológica e de serviços ecossistêmicos e funciona como um importante sumidouro de carbono, entretanto, esse bioma está entre as regiões do globo mais sensíveis às variações climáticas e apresenta condições ambientais e ações antrópicas que diminuem sua resiliência. Esse trabalho pretende: 1) Identificar sinais de alerta precoce para mudanças entre estados vegetado e desertificado em regiões da Caatinga identificando como os fatores biofísicos e antropogênicos locais atuam nesse processo a fim de indicar áreas prioritárias para a restauração visando o combate à desertificação; 2) Criar diretrizes que orientem uma restauração florestal sustentável com base nas mudanças de composição por perda, ganho e substituição de espécies frente às mudanças climáticas previstas; e 3) Prever o futuro dos grupos taxonômicos arbóreos em decorrência das mudanças climáticas previstas e identificar a fisionomia futura da Caatinga, além de disponibilizar um banco de dados com listas de espécies por região apropriadas para uso na restauração florestal frente um mundo em mudanças. Para o capítulo um utilizamos séries temporais de índices de vegetação (EVI, 2000–2019) para identificar áreas que estão perdendo resiliência na Caatinga e relacionamos a perda de resiliência com as variáveis de precipitação anual, temperatura média, déficit hídrico e distúrbio antropogênico crônico através de Modelos Lineares Generalizados (GLM). Descobrimos que 16,14 % da Caatinga possui uma forte alta autocorrelação temporal, indicando uma desaceleração crítica na recuperação pós transtornos e uma proximidade à um ponto crítico de transformação. A maior parte das regiões tendeu a uma mudança de estado de um sistema menos vegetado para um mais vegetado, porém uma porção equivalente a 17.000 km2 apresentou uma tendência contrária, com áreas que necessitam de maior atenção para que a restauração florestal seja utilizada como ferramenta para evitar a desertificação. Adicionalmente, altas temperaturas, altos déficits hídricos, baixas precipitações e moderados a altos distúrbios antropogênicos crônicos se apresentaram como fatores que intensificam a propensão à desertificação (desaceleração crítica), tanto isolados como em interação. Para o capítulo dois e três construímos modelos de nicho climático no presente e no futuro (2050) para 606 espécies arbóreas da Caatinga. No capítulo dois, identificamos áreas de ganho de espécies, de perda de espécies e áreas onde haverá substituição de espécies, para assim, sugerirmos diretrizes para a restauração frente às mudanças climáticas futuras. Previmos 28,5 % das espécies apresentarão expansão de área geográfica, 71,5 % redução e 0,5 % sofrerão extinção para todo o território da Caatinga. As extinções locais, por outro lado, ocorrem em 88,9 % das regiões, sendo que apenas 11,1% das áreas da Caatinga ganharam espécies. Foram registrados cenários de perda de espécies e alta mudança por substituição de espécies o que torna o planejamento da restauração muito mais desafiador. Além desses cenários, outros foram analisados somando seis combinações de mudanças de composição que necessitam de diferentes diretrizes para a prática sustentável da restauração ecológica. A diretriz de restauração para cada cenário são fundamentadas nas seguintes questões: 1) que método de restauração priorizar (restauração espontânea ou plantio direto); 2) quando se deve investir na manutenção de unidades de conservação adjacentes devido a necessidade futura de áreas fonte; 3) quais espécies plantar e onde plantar espécies ameaçadas e restritas ao bioma frente às mudança climáticas previstas. No capítulo três descreveremos como os grupos taxonômicos arbóreos da Caatinga responderão as mudanças climáticas previstas e produziremos um banco de dados indicando a lista de espécies que podem ser plantadas em cada região. Serão previstas as distribuições futuras por família, avaliando quais famílias ampliarão suas distribuições geográficas e quais reduzirão, para que dessa forma possamos traçar a fisionomia futura da Caatinga através das espécies mais abundantes.  


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1678202 - CARLOS ROBERTO SORENSEN DUTRA DA FONSECA
Presidente - 1677189 - GISLENE MARIA DA SILVA GANADE
Interna - 3058386 - VANESSA GRAZIELE STAGGEMEIER
Notícia cadastrada em: 02/10/2020 20:43
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