PGE/CB PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA CENTRO DE BIOCIÊNCIAS Telefone/Ramal: (33) 4222-34/401 https://posgraduacao.ufrn.br/pge

Banca de QUALIFICAÇÃO: BRUNO CHARNAUX LONZETTI

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : BRUNO CHARNAUX LONZETTI
DATA : 18/11/2019
HORA: 14:00
LOCAL: Sala de reuniões - DECOL
TÍTULO:

O aquecimento dos oceanos pode ajudar zoantídeos a superar competitivamente hidrocorais ramificados?


PALAVRAS-CHAVES:

Saúde de corais ;  aquecimento dos oceanos; interações bióticas; predições futuras;      ;      ;     ;     ;     ;     


PÁGINAS: 13
RESUMO:

Dada a limitação espacial nos recifes, interações competitivas entre os organismos sésseis são recorrentes e geralmente ocorrem por meio de contato físico direto com eventual sobrecrescimento. Os resultados dessas interações podem ser alterados no futuro, uma vez que o aquecimento e a acidificação dos oceanos podem afetar a capacidade competitiva e o potencial de recuperação dos organismos envolvidos. No Atlântico Sul, o zoantídeo Palythoa caribaeorum é um dos competidores mais importantes para os corais e em cenários de aquecimento previstos para o futuro  apresentará uma expansão da sua distribuição atual e provavelmente dominará os recifes no nordeste do Brasil. Para que isso ocorra, o zoantídeo deveria superar competitivamente e sobrecrescer o hidrocoral Millepora alcicornis, uma das espécies que mais agrega complexidade estrutural aos recifes brasileiros. A fim de ir além de previsões da distribuição futura das espécies e levando então em conta que interações também podem ser moduladas pelo aquecimento, estudamos a interação competitiva entre P. caribaeorum e M. alcicornis por meio de experimentos em campo e de laboratório. Especificamente, investigamos em campo e em laboratório o efeito do contato físico na saúde do hidrocoral e o potencial de recuperação do mesmo após interrupção do contato, além de testar como o aquecimento dos oceanos pode afetar esses processos, investigando essa interação em laboratório em temperatura atual (27°C) e simulando um cenário futuro previsto para 2100 (30°C). Descobrimos que os contatos com o zoantídeo e um controle mimético tiveram um impacto negativo semelhante no hidrocoral, tanto no campo quanto no laboratório, causando palidez na área de contato. Os hidrocorais no campo não se recuperaram em um curto período (10 dias), mas em laboratório apresentaram uma recuperação parcial da área danificada quando em temperatura atual (27°C). Essa recuperação ocorreu menos intensamente no tratamento com zoantídeos em comparação com o tratamento físico mimético, indicando que o zoantídeo pode ter compostos químicos que dificultam a recuperação do hidrocoral. Sob condição de aquecimento (30°C), as bordas das áreas danificadas pelo zoantídeo foram colonizadas por algas filamentosas, o que não ocorreu no tratamento mimético e na temperatura de 27°C. Embora os hidrocorais tenham apresentado sintomas semelhantes ao comparar os cenários de temperatura atual e futura, o potencial de recuperação diminuiu com o aquecimento, em parte por ter favorecido a colonização por algas filamentosas. À medida que o oceano esquenta, a interação competitiva que estudamos se tornará mais frequente e os zoantídeos terão mais chances de debilitar e sobrecrescer hidrocorais ramificados, causando perda de complexidade estrutural nos recifes e potencialmente perda de diversidade. Este trabalho destaca a importância de também se considerar como as interações ecológicas serão afetadas pelas mudanças globais ao se fazer previsões futuras para as mudanças e funcionamento de sistemas recifais.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - GUSTAVO MUNIZ DIAS
Presidente - 2319234 - GUILHERME ORTIGARA LONGO
Externa à Instituição - NATÁLIA CARVALHO ROOS
Notícia cadastrada em: 04/11/2019 09:34
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