Banca de QUALIFICAÇÃO: EUGENIA DE JESUS CORDERO SCHMIDT

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : EUGENIA DE JESUS CORDERO SCHMIDT
DATA : 16/08/2019
HORA: 08:00
LOCAL: Sala de reuniões - DECOL
TÍTULO:

Interações, mecanismos de persistência e coexistência de morcegos nectarivoros e das plantas das quais se alimentam em uma Floresta Tropical Sazonal Seca no nordeste brasileiro

PALAVRAS-CHAVES:

Caatinga; Chiroptera; spatio-temporal variation; diet; phenology; Cactaceae

PÁGINAS: 1
RESUMO:

As Florestas Tropicais Sazonais Secas (SDTF), como a Caatinga, são consideradas ambientes adversos devido à sua alta temperatura, chuvas escassas e variáveis e restrições sazonais à disponibilidade de recursos hídricos e alimentares. Estas características podem afetar as assembleias de mamíferos e plantas e, portanto, suas histórias de vida. Vários mecanismos de persistência em SDTFs neotropicais têm sido descritos para os morcegos (migração, plasticidade da dieta, diferenças morfológicas, estratégias de forrageamento) e para as plantas (deciduidade, espinhos, fenologia sazonal), todos influenciados pela precipitação e temperatura. Essa tese é o primeiro estudo realizado no SDTF brasileiro que avalia as interações entre as plantas e os morcegos nectarívoros, explorando quais mecanismos de coexistência e persistência são evidenciados nestas espécies de morcegos ao longo do tempo. Estudamos a variação espacial e temporal das redes de interação entre morcegos nectarívoros e plantas (Capítulo 1), capturando morcegos e coletando amostras de pólen do seu corpo, para posteriormente identificar as plantas das quais eles se alimentam. A coleta de dados no campo foi realizada em 151 noites distribuídas na estação seca (55 noites), estação chuvosa (49) e no período de transição (47), em sete localidades do estado do Rio Grande do Norte (RN). A guilda de nectarívoros consistiu em cinco espécies com um total de 668 indivíduos capturados. Glossophaga soricina foi a mais abundante (n = 252) seguida de Lonchophylla mordax (n = 173), Xeronycteris vieirai (n = 134), Lonchophylla inexpectata (n = 103) e a menos abundante foi Anoura geoffroyi (n = 6). Essas cinco espécies formaram uma rede de interações com 31 espécies de plantas gerando 1388 eventos de interação. A rede apresentou uma estrutura parcialmente aninhada e assimetrica. Para entender como essas cinco espécies coexistem e persistem, monitoramos a guilda de morcegos nectarívoros por um ano em uma área de Caatinga em Lajes, RN (Capítulo 2). Os morcegos foram capturados e amostras de pólen, fezes e medidas morfológicas foram coletadas. A guilda foi formada por quatro espécies residentes durante todo o ano e uma espécie "ocasional" ou rara, A. geoffroyi. Diferenças foram encontradas no uso de recursos alimentares entre as espécies residentes; no entanto, os cactos foram o recurso mais importante durante as duas estações e transições para todas as espécies de morcegos nectarívoros. O que nos levou à última parte desta pesquisa, onde pretendemos desvendar as relações entre cactos e morcegos nectarívoros (Capítulo 3). Nós caracterizamos os padrões de floração e frutificação de cinco espécies coexistentes de Cactaceae, detectando sobreposições fenológicas e explorando quais fatores climáticos podem estar regulando esses padrões. Finalmente, analisamos como os recursos dos cactos disponíveis foram utilizados pelas diferentes espécies de morcegos nectarívoros ao longo do tempo, comparando diferentes estados reprodutivos entre os indivíduos das diferentes espécies (por exemplo fêmeas gestantes, lactantes, não reprodutivas). Os recursos florais de Cactaceae ficaram disponíveis o ano todo, favorecendo a persistência, durante o ano todo, de morcegos nectarívoros nessa área da Caatinga.

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1718346 - EDUARDO MARTINS VENTICINQUE
Interna - 1914239 - MIRIAM PLAZA PINTO
Interna - 3058386 - VANESSA GRAZIELE STAGGEMEIER