NO FIO DA MEADA: Um estudo acerca da precarização do trabalho na indústria têxtil
Precarização do trabalho. Reestruturação produtiva. Indústria têxtil.
Em sintonia com o processo de financeirização e mundialização do capital, que vem se intensificando em todas as latitudes do globo terrestre, o mundo do trabalho é perpassado pelas determinações dele advindas e também vem se (re)configurando a partir de inúmeras alterações expressas, por exemplo, na expansão desenfreada de formas de atividades laborais temporárias, terceirizadas e flexíveis, pelo crescimento da informalidade, conformando uma nova morfologia do trabalho. Contudo, independentemente da maneira como estas formas se expressam na materialidade concreta, há algo que as unifica: todas elas estão marcadas pela exponenciação da precarização e, consequentemente, dos inúmeros efeitos negativos na vida dos sujeitos que necessitam vender sua força de trabalho para sobreviver. Tendo em vista essa premissa, o presente trabalho se dedicou a estudar, nos marcos das particularidades brasileira de transição entre o fordismo e o toyotismo, o que denominamos de configurações compósitas das condições e relações de trabalho processadas no âmbito da indústria têxtil norte-rio-grandense. Para tanto, norteados pelo materialismo histórico-dialético, fizemos uso da pesquisa social em sua vertente qualitativa, com utilização de entrevistas semiestruturadas, além de revisão de literatura, pesquisa documental e utilização do caderno de campo. A partir das nossas incursões, podemos constatar que entre o lapso temporal que se estende da década de 1990 aos anos atuais, a indústria têxtil potiguar vem passando por um processo de sucessivas e intensas transformações em seu modus operandi, voltado mais especificamente para a organização e a gestão do trabalho provocando, concomitantemente, diversos rebatimentos para todo o operariado.