EXPOSIÇÃO AO DIFLUBENZURON NO DESENVOLVIMENTO E COMPORTAMENTO DE ZEBRAFISH (Danio rerio)
embriotoxicidade; neurotoxicidade; diflubenzuron; larvicida; zebrafish;
O uso de agrotóxicos (agroquímicos ou defensivos agrícolas) com a finalidade de proporcionar maior rendimento produtivo de grandes colheitas pela prevenção da ação danosa de pragas e doenças está em uma crescente. Porém, apesar das indicações dos riscos toxicológicos e da eficácia desses produtos, é difícil conhecer os impactos reais da exposição aguda e crônica a partir do consumo de água e alimentos previamente expostos a esses produtos químicos. Além do consumo humano, animais que vivem em ambientes aquáticos são diretamente afetados por não somente um produto, mas a mistura de diversos defensivos agrícolas utilizados nas lavouras. As consequências da exposição gradual ainda é incerta e necessita investigação. Dentre os agrotóxicos mais amplamente utilizados, o diflubenzuron (DFB) é um inseticida derivado da uréia e classificado como regulador de crescimento de insetos (IGR) por impedir a formação da quitina, principal constituinte do exoesqueleto dos artrópodes. Embora direcionado a insetos, a conservação de diversas características de carboidratos (como a quitina), proteínas e lipídios ao longo da evolução, bem como o potencial de bioacumulação de elementos químicos nos organismos consumidores levantam o questionamento dos efeitos dos agrotóxicos em outros grupos animais além daqueles diretamente afetados, como os insetos. Assim, a avaliação da biossegurança de produtos como DFB e outros agrotóxicos deve ser considerada utilizando-se animais vertebrados modelos. Neste sentido, o presente estudo visa avaliar a toxicidade do DFB no desenvolvimento embrionário do zebrafish (Danio rerio), considerado modelo translacional devido à homologia de cerca de 70% do genoma com seres humanos, além dos benefícios experimentais oferecidos pela alta fecundidade e fácil manutenção. Este trabalho avaliará os efeitos de diferentes concentrações de DFB na sobrevivência e desenvolvimento ontogenético, o comportamento de respostas reflexas, locomotoras e cognitivas, com a finalidade de identificar os possíveis efeitos tóxicos da exposição ao DFB em organismos não alvo.