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Dissertações |
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MARIA EDUARDA DE LIMA VIEIRA
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Competição entre colônias de Dinoponera quadriceps (Formicidae, Ponerinae)
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Orientador : ARRILTON ARAUJO DE SOUZA
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MEMBROS DA BANCA :
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ARRILTON ARAUJO DE SOUZA
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BENOIT JEAN BERNARD JAHYNY
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NICOLAS GÉRARD CHÂLINE
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Data: 01/02/2021
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A competição é levantada como fator determinante para a configuração da comunidade local em formigas. A competição intraespecífica por sua vez, é um fenômeno com importantes consequências ecológicas e evolutivas, mas seu efeito sobre populações em ambiente natural permanece incerto. O objetivo desse estudo foi verificar a competição intraespecífica entre colônias de Dinoponera quadriceps em seu habitat natural. Dez colônias vizinhas de D. quadriceps foram escolhidas dentro da área de Mata Atlântica secundária da FLONA de Nísia Floresta/RN. As observações ocorreram entre os meses de julho de 2019 a fevereiro de 2020. Foi observada uma formiga por vez, do momento em que esta saia do ninho até o seu retorno. Os comportamentos de captura de alimento, interação agonística e marcação química foram registrados através da técnica todas as ocorrências. Os deslocamentos e locais onde ocorreram tais comportamentos foram marcados com bandeirolas numeradas e depois medidos com bússola e trena. Resultados indicam que as colônias de D. quadriceps possuem áreas de forrageio que não configuram territórios. Nessas áreas a captura de alimento ocorre com maior frequência em área de sobreposição. As operárias, no entanto, realizam marcações químicas não relacionadas a áreas de sobreposição. As interações agonísticas tiveram baixa frequência de observação, e se caracterizaram pelo combate ritualizado sendo mais frequentes em zonas se sobreposição. Fatores abióticos (temperatura, umidade, luminosidade, pluviosidade) e bióticos (disponibilidade de alimento) não tem influência direta nos conflitos entre colônias.
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Competition is raised as a determinant factor for the organization of local ant community. Conversely, intraspecific competition is an occurrence with important ecological and evolutionary consequences, but its effect in natural populations remains uncertain. The goal of this research was to verify the intraspecific competition between colonies of the Dinoponera quadriceps in their natural habitat. Ten neighboring colonies of D. quadriceps were chosen within the secondary Atlantic Forest area in the Floresta Nacional de Nísia Floresta. The observations took place between July 2019 and February 2020. We observed one ant at a time, from the moment it left its nest until its return. Food collecting, agonistic interaction and chemical marking behaviors were registered using the All-occurrences sampling method. The displacement and places where these behaviors occurred were marked with numbered flags then measured with compass and tape. Results indicate that the colonies of D. quadriceps have foraging areas that do not form territories. In these areas, food collecting occurs with a higher frequency in overlap areas. The workers perform chemical marking unrelated to overlap areas between neighboring colonies. Agonistic interactions had a low frequency of observation, and were characterized by ritualized combat and were more frequent inside overlap areas. Abiotic factors (temperature, humidity, luminosity, rainfall) and biotic (food availability) had no direct influence on the conflicts between colonies.
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EDUARDO MARIOSI VASCONCELOS
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É possível confiar nos excessos? Avaliando o excesso de confiança em conhecimentos políticos.
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Orientador : FIVIA DE ARAUJO LOPES
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MEMBROS DA BANCA :
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FIVIA DE ARAUJO LOPES
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FELIPE NALON CASTRO
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MAURO DIAS SILVA JÚNIOR
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Data: 06/04/2021
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O excesso de confiança é um dos vieses de autoavaliação mais amplamente estudado e discutido na literatura sobre comportamento, no entanto, ainda pouco difundido no Brasil, com a maioria dos trabalhos focados na área de finanças comportamentais. Muito se discute sobre a tendência humana de exacerbar as próprias avaliações, cuja acurácia ao julgar o próprio desempenho é relatada como pouca ou nenhuma. Alguns fatores são apontados como possíveis motores dos vieses de autoavaliação, como a familiaridade de um sujeito com a temática analisada. Ao longo dos anos, alguns resultados foram sobrepostos na literatura, e alguns termos acabam por abranger mais de um comportamento, portanto, avaliou-se as medidas de superestimação, sobreposição e excesso de confiança em 400 sujeitos, em relação ao desempenho em um questionário de conhecimentos políticos brasileiros. Os resultados apontaram a existência dos comportamentos estudados, mas em menor medida do que fora relatado na literatura anteriormente. Discute-se sobre os aspectos metodológicos envolvidos no estudo desses vieses, e quais os possíveis fatores associados à exacerbação de resultados anteriores.
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Overconfidence is one of the most widely studied and discussed self-assessment biases in the literature. However, it is still not widespread in Brazil, with most of the works focusing on the area of behavioral finance. Much is discussed about the human tendency to exacerbate their own evaluations, the accuracy of which in judging their performance is reported as little or none. Some factors are pointed out as possible drivers of self-assessment biases, such as the subject's familiarity with the analyzed topic. Over the years, some results have been superimposed in the literature, and some terms end up covering more than one behavior. Therefore, measures of overestimation, overplacement, and overconfidence in 400 adults subjects were assessed in relation to their performance in a questionnaire on Brazilian political knowledge. The results indicated the existence of the studied behaviors, but to a lesser extent than previously reported in the literature. The methodological aspects involved in the study of these biases are discussed, and the possible factors associated with the exacerbation of previous results.
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FERNANDA MAYARA CRISPIM DIOGO
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DIFERENÇAS SEXUAIS NO PADRÃO DE SONO, LAG SOCIAL E ATENÇÃO DE ADOLESCENTES
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Orientador : CAROLINA VIRGINIA MACEDO DE AZEVEDO
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MEMBROS DA BANCA :
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CAROLINA VIRGINIA MACEDO DE AZEVEDO
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JANE CARLA DE SOUZA
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SABINE POMPÉIA
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Data: 20/05/2021
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Sono insuficiente e irregular são problemas comuns para adolescentes, que sofrem um atraso de fase no sono devido a mudanças advindas da puberdade, resultando em horários de sono mais tardios. No entanto, os horários matutinos de aula encurtam o tempo de sono na semana, levando à compensação no fim de semana. Este quadro está associado a horários irregulares de sono, sendo prejudicial para o desempenho cognitivo. Este cenário pode ser pior nas meninas devido a maior necessidade e menor resistência à privação de sono. Neste trabalho, avaliamos as diferenças sexuais em relação ao padrão de sono, Lag social e atenção em adolescentes do ensino médio no turno matutino, com a participação de 207 estudantes de ambos os sexos (F: 133 - 15±0,9 anos; M: 74 - 16±0,9 anos), que preencheram os questionários “A saúde e o sono”, o Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh, e em seguida o diário do sono por 10 dias, registrando os horários de sono e a sonolência ao despertar na Escala de Sonolência de Maldonado. Para a avaliação atencional, realizaram a Tarefa de Execução Contínua. Análises de GLM foram realizadas para analisar a relação entre sexo e cronotipo (variável controle) prevendo horários de sono, tempo na cama, sonolência ao despertar, irregularidade nos horários de sono, Lag social, diferença no tempo na cama entre semana e fim de semana e atenção, assim como irregularidade nos horários de sono, Lag social e diferença no tempo na cama prevendo atenção. De modo geral, as meninas passaram mais tempo na cama e se levantaram mais tarde no fim de semana (Anova, p < 0,01), apresentaram uma tendência a ter maior irregularidade nos horários de levantar (Anova, p = 0,07) e obtiveram a maior proporção de qualidade ruim de sono (X², p < 0,01). Os sexos não diferiram em relação ao horário de deitar e levantar, tempo na cama na semana, irregularidade nos horários de deitar, Lag social, diferença no tempo na cama, escore da qualidade de sono e sonolência ao despertar (Anova, p > 0,05). As meninas apresentaram o maior tempo de reação no alerta fásico (Anova, p < 0,05) e, no GLM, o sexo previu uma tendência para as meninas terem maior tempo de reação (β = 29,8; p = 0,06), porém maior percentual de respostas corretas no alerta fásico (β = 3,440; p = 0,09). Portanto, sugerese que as meninas apresentam maior compensação de sono no fim de semana, reflexo de uma menor resistência à privação de sono na semana, que pode ter contribuído para o maior tempo de reação em um dos componentes da atenção. Por outro lado, o melhor desempenho das meninas no percentual de respostas corretas pode ser indicativo de diferenças na sensibilidade à privação de sono entre domínios cognitivos. Outra hipótese, é que este resultado pode ser reflexo de uma diferença de estratégia entre os sexos para um melhor desempenho atencional, em que as meninas prefeririam a acurácia ao invés da velocidade e os meninos, a otimização do tempo de resposta.
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Insufficient and irregular sleep is a common problem for modern society, whether due to sleep disorders, stress and / or academic and social demands. This situation can impair the performance of daily activities and generate health problems. Postgraduate students are likely candidates for sleep deprivation and irregularity because they are subject to stressful situations and high academic demand. Studies have pointed out that poor sleep habits lead to deprivation and low sleep quality, in addition to irregular sleep schedules, which can lead to circadian desynchronization, causing an increase in daytime sleepiness. It can also lead to impairment of basic cognitive processes, such as attention, working memory, inhibitory control and cognitive flexibility. Insufficient and irregular sleep are also risk factors for obesity, diabetes and cardiovascular diseases. This work aims to characterize sleep habits and quality of postgraduate students, relating them to cognitive processes and levels of body and visceral fat. 68 students from postgraduate programs in the area of biosciences of a public university will participate in the study. Participants will complete questionnaires about sleep habits, chronotype, sleep quality, daytime sleepiness and will perform tasks to assess cognitive processes, in addition to measures of body indexes to assess body and visceral fat levels. They will also be followed for 10 days to assess sleep parameters through actimetry and sleep diaries
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LUANA PRISCILLA OLIVEIRA DUARTE
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Análise comparativa do ciclo sono-vigília, qualidade de sono e sonolência diurna em docentes da educação pública em nível de ensino básico e superior
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Orientador : CAROLINA VIRGINIA MACEDO DE AZEVEDO
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MEMBROS DA BANCA :
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CAROLINA VIRGINIA MACEDO DE AZEVEDO
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JOHN FONTENELE ARAUJO
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FRIDA MARINA FISCHER
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Data: 26/05/2021
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O contexto de trabalho de docentes do ensino básico e superior apresenta diferentes condições, que podem ocasionar irregularidades no padrão de sono-vigília, sonolência diurna excessiva e baixa qualidade de sono. Neste estudo, analisamos comparativamente as características do contexto de trabalho, conhecimento e hábitos de sono, padrão do ciclo sono-vigília, qualidade de sono e sonolência diurna entre 118 docentes do ensino básico (EB) e 77 do ensino superior (ES), da educação pública. Os participantes preencheram os questionários “A Saúde e o Sono”, Questionário de MatutinidadeVespertinidade/HO, Índice de Qualidade de Sono de Pittsburg, Escala de Sonolência de Epworth e Diário de Sono, por 10 dias. A maioria dos docentes do ES trabalha em 2 turnos (manhã e tarde), enquanto no EB, prevalece de 1 a 2 turnos, distribuídos entre manhã (21,6%), manhã e tarde (26,2%) e tarde (24,3%); com carga horária semanal predominante entre 20-40h, sendo maior no ES (t =-2,95; p=0.004). Os docentes não diferiram nos horários de deitar (t=-1,06; p=0,28) e tempo na cama (t=0,15; p=0,87) nos dias de trabalho, porém o EB levantou mais cedo (t=-3,07; p=0,01) nos dias de trabalho e livres (t=-2,37; p=0,01). Em relação ao nível de conhecimento, o ES apresentou maiores percentuais de acertos sobre a importância e a influência da luz nos horários de sono, enquanto o EB, em aspectos gerais sobre o sono. O EB apresentou maiores níveis de sonolência diurna (t=3,04; p<0,001), sem diferenças na qualidade de sono, que foi ruim em ambos os grupos (t=0,40; p=0,69). Independentemente do nível de ensino, o sexo feminino previu pior qualidade de sono (B=1,16; p=0,03), enquanto a tendência à matutinidade previu maiores irregularidades nos horários de deitar (B=1,07; p=0,04), menor sonolência diurna (B=-0,09; p<0,01) e melhor qualidade de sono (B=-0,07; p<0,01). Houve uma tendência dos maiores escores de acertos sobre o sono preverem menor lag social (B=-2,16; p=0,06). Em relação ao contexto de trabalho, iniciar o trabalho mais tarde prediz maior irregularidade no tempo na cama (B=0,12; p=0,03), enquanto finalizar o trabalho mais cedo prediz maior irregularidade nos horários de levantar (B=- 0,13; p<0,01) e no tempo na cama (B=-0,15; p=0,01). Maior carga horária semanal previu maior irregularidade nos horários de levantar (B=2,27; p<0,01) e no tempo na cama (B=2,26; p=0,01); e maior número de turnos previu maior lag social (B=13,66; p<0,01). Portanto, os parâmetros de sono, níveis de sonolência diurna e qualidade de sono de docentes são previstos por fatores biológicos, tais como sexo e cronotipo, e fatores relacionados ao contexto de trabalho, tais como horários de trabalho, carga horária semanal e número de turnos, independentemente do nível de ensino.
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The work context of elementary and higher education teachers presents different conditions, which may cause irregularities in sleep-wake pattern, excessive daytime sleepiness, and poor sleep quality. In this study, we compared the characteristics of work context, sleep knowledge and habits, sleep-wake cycle pattern, sleep quality and daytime sleepiness among 118 elementary school (BS) and 77 higher education (HE) teachers in public education. Participants completed the “Health and Sleep” and the Morningness and Eveningness (MEQ) Questionnaires, Pittsburg Sleep Quality Index, Epworth Sleepiness Scale and Sleep Diary for 10 days. Most of the ES teachers work 2 shifts (morning and afternoon), while in the EB, 1 to 2 shifts prevail, distributed among morning (21.6%), morning and afternoon (26.2%) and afternoon (24.3%); with a predominant weekly workload between 20-40h, being higher in the ES (t =-2.95; p=0.004). The teachers did not differ in bedtimes (t=-1.06, p=0.28) and time in bed (t=0.15, p=0.87) on working days, but the EB got up earlier (t=-3.07, p=0.01) on working and free days (t=- 2.37, p=0.01). Regarding the level of knowledge, the ES presented higher percentages of correct answers on the importance and influence of light on sleep schedules, while the EB, on general aspects about sleep. The EB presented higher levels of daytime sleepiness (t=3.04; p<0.001), without differences in the quality of sleep, which was poor in both groups (t=0.40; p=0.69). Regardless of education level, female gender predicted worse sleep quality (B=1.16; p=0.03), while morning tendency predicted greater irregularities in bedtimes (B=1.07; p=0.04), less daytime sleepiness (B=-0.09; p<0.01) and better sleep quality (B=-0.07; p<0.01). There was a tendency for higher scores on sleep knowledge to predict lower social lag (B=-2.16; p=0.06). Regarding the work context, starting work later predicted greater irregularity in time in bed (B=0.12; p=0.03), while finishing work earlier predicted greater irregularity in getting up times (B=-0.13; p<0.01) and time in bed (B=-0.15; p=0.01). Higher weekly workload predicted greater irregularity in getting up times (B=2.27; p<0.01) and time in bed (B=2.26; p=0.01); and higher number of shifts predicted greater social lag (B=13.66; p<0.01). Therefore, sleep parameters, daytime sleepiness levels and sleep quality of teachers are predicted by biological factors, such as sex and chronotype, and factors related to the work context, such as work schedules, weekly workload, and number of shifts, regardless of educational level.
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EMANUEL LINEGLEY RIBEIRO DA SILVA JÚNIOR
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RELAÇÃO ENTRE CRONOTIPO E O CICLO SONO-VIGÍLIA, SONOLÊNCIA DIURNA E ATENÇÃO EM ADOLESCENTES DO TURNO MATUTINO
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Orientador : CAROLINA VIRGINIA MACEDO DE AZEVEDO
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MEMBROS DA BANCA :
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CAROLINA VIRGINIA MACEDO DE AZEVEDO
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FABIANA BARBOSA GONCALVES
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SOFIA ISABEL RIBEIRO PEREIRA
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Data: 28/05/2021
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Uma das características mais marcantes nos adolescentes é o atraso de fase no ciclo sonovigília, que pode levar a mudanças no cronotipo, que passa a apresentar uma tendência à vespertinidade. Essa tendência à vespertinidade, ao entrar em confronto com os horários escolares, pode levar a redução do tempo de sono, lag social, sonolência diurna, que por sua vez podem gerar pior desempenho cognitivo e acadêmico. Portanto, este estudo teve como objetivo avaliar a relação entre o cronotipo e o ciclo sono-vigília (CSV), a sonolência diurna e atenção em adolescentes do turno matutino de escolas de Natal. Participaram do estudo 207 adolescentes (idade: 15,71±1,3 anos), de ambos os sexos (133 meninas), matriculados no ensino médio. Os participantes responderam aos questionários: “A Saúde e o Sono”, o Questionário de Consumo Alimentar, além do Diário de Sono por 10 dias, que continha a Escala de Sonolência de Maldonado. A Meia Fase do Sono Corrigida (MFSc), indicador do cronotipo e base para o cálculo do lag social foram calculados a partir dos dados do diário sono. A atenção foi avaliada pela Tarefa de Execução Contínua, entre 7:30h e 9:30h durante os dias de aula com aplicação única. De forma geral, a amostra apresentou horários de deitar e levantar mais cedo, menor tempo na cama e maior sonolência ao despertar na semana (Anova, p < 0,0001). Em relação ao cronotipo, os vespertinos deitaram e levantaram mais tarde independente do dia da semana, apresentando maior irregularidade nos horários de deitar e levantar, e nível de Lag Social (Anova - Sidak, p < 0,0001). Por sua vez, os matutinos apresentaram maior tempo na cama no fim de semana, assim como, maior irregularidade do tempo na cama (Anova - Sidak, p < 0,01). Em relação à atenção, o maior tempo na cama na noite anterior à tarefa previu uma maior porcentagem de respostas corretas para alerta fásico (β = 0,038, p < 0,01). Entretanto, uma maior tendência à vespertinidade previu um maior percentual de respostas corretas no alerta tônico (β = 0,022, p < 0,01), atenção seletiva (β = 0,009, p < 0,01) e alerta fásico (β = 0,036, p < 0,05), e menor percentual de omissões na atenção seletiva (β = -0,010, p < 0,01). Embora o cronotipo apresente relação com o ciclo sono-vigília e a atenção em adolescentes, mais estudos são necessários para investigar a relação entre a vespertinidade e à atenção.
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One of the most remarkable characteristics in adolescents is the phase delay in the sleep-wake cycle, which can lead to changes in the chronotype, which starts to present a tendency to eveningness. This tendency to eveningness when confronted with school starts time can lead to a reduction in sleep time, social lag, diurnal sleepiness, which in turn can lead to worse cognitive and academic performance. Therefore, this study aimed to assess the relationship between the chronotype and the sleep-wake cycle (SWC), diurnal sleepiness and attention in adolescents in the morning shift of schools in Natal. 207 adolescents of high school (age: 15.71 ± 1.3 years; 133 girls) participated in the study. The participants answered the questionnaires: “Health and Sleep”, the Food Consumption Questionnaire, the Sleep Diary for 10 days, which contained the Maldonado Sleepiness Scale. The midsleep on free days sleep corrected (MFSc), used as chronotype indicator and basis for calculating social lag were calculated from the data of the sleep diary. Attention was assessed by the Continuous Performance Task, between 7:30 AM and 9:30 AM during school days with a single application. In general, the sample had times to go to bed and get up earlier, less time in bed and more sleepiness on awaking during the week (Anova, p <0.0001). In relation to the chronotype, the evening types go to bed and wake up later, regardless of the day of the week, with higher irregularity in bedtime and waking times, and higher level of Social Lag (Anova - Sidak, p <0.0001). On the other hand, morning types had more time in bed at the weekend and more irregular time in bed (Anova - Sidak, p <0.01). Regarding attention, the longer time in bed at the night before the task predicted a higher percentage of correct responses for phasic alertness (β = 0.038, p <0.01). However, a greater tendency to eveningness predicted a higher percentage of correct responses in the tonic alertness (β = 0.022, p <0.01), selective attention (β = 0.009, p <0.01) and phasic alertness (β = 0.036, p <0.05), and a lower percentage of omissions in selective attention (β = -0.010, p <0.01). Although the chronotype was related to the sleep-wake cycle and attention cycle in adolescents, further studies are needed to investigate the relationship between eveningness and attention.
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LEONARDO HENRIQUE COIMBRA VIEIRA
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Generosidade em Torcedores de Futebol: ensaio de uma ferramenta tipológica
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Orientador : MARIA EMILIA YAMAMOTO
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MEMBROS DA BANCA :
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DENNIS WAYNE WERNER
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FIVIA DE ARAUJO LOPES
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MARIA EMILIA YAMAMOTO
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Data: 28/05/2021
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A violência associada ao futebol, ou hooliganismo, é um fenômeno global que causa transtornos a sociedade. A visão de que os torcedores de futebol poderiam ser divididos em tipos traz novas possibilidades de investigação acerca da perspectiva evolucionista sobre a dinâmica cooperativa em grupos, através de dilemas sociais. O altruísmo paroquial, entendido como uma associação entre viés de grupo e o antagonismo a outros grupos, se configura como pertinente representante desta dinâmica, e sua investigação através de jogos econômicos pode se dar pela mensuração da generosidade dos indivíduos. Entretanto, a desconsideração metodológica quanto aos custos inerentes à cooperação pode tornar os resultados menos representativos da intensidade de afiliação ao grupo, logo, das motivações subjacentes ao altruísmo paroquial. Além disso, a relação entre conflitos cooperativos e a cognição sugere que variáveis fisiológicas podem influenciar como os indivíduos lidam com dilemas sociais. Assim, hipotetizando, que os diferentes tipos de torcedor diferem em grau de motivação cooperativa. Este projeto investigará a pertinência da divisão da população em tipos, e diferenças na generosidade e no perfil neuroendócrino dos torcedores. Para isso serão atribuídos custos ao comportamento paroquial, pela adoção do paradigma de tomada de decisão baseada em esforço, no intuito de representar fidedignamente a intensidade afiliativa dos torcedores.
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Violence associated with soccer, or hooliganism, is a global phenomenon that causes upheavals in society. The view that football fans could be divided into types brings new possibilities for research about the evolutionary perspective on cooperative group dynamics through social dilemmas. Parochial altruism, understood as an association between group bias and antagonism to other groups, is the relevant representative of this dynamic, and its investigation through economic games can be done by measuring the generosity of individuals. However, methodological disregard for the costs inherent in cooperation can make the results less representative of the intensity of affiliation to a group, and hence of the motivations behind parochial altruism. In addition, the relationship between cooperative conflict and cognition suggests that physiological variables can influence how individuals deal with social dilemmas. Thus, by hypothesizing, that different types of supporters differ in degree of cooperative motivation. This project will investigate the pertinence of the division of the population in types, and differences in the generosity and neuroendocrine profile of the fans. To this end, parochial behavior will be attributed to the adoption of the paradigm of effort-based decision-making, in order to faithfully represent the fans' affiliative intensity.
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THAÍS AGUES BARBOSA
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Genes fantásticos e onde habitam: bases moleculares dos efeitos do álcool em populações de zebrafish (Danio rerio)
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Orientador : ANA CAROLINA LUCHIARI
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA CAROLINA LUCHIARI
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DENIS BROOCK ROSEMBERG
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ROSANE SOUZA DA SILVA
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Data: 11/06/2021
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O álcool (ou etanol) é um poderoso psicoativo e seu consumo excessivo pode levar o indivíduo a desenvolver o alcoolismo. No entanto, sabe-se que há variações genéticas, fisiológicas e comportamentais que influenciam a forma como os indivíduos respondem ao álcool. Neste sentido, estudos comparativos entre linhagens de uma mesma espécie são úteis. Assim, avaliamos as variações comportamentais e genéticas da resposta ao álcool em populações de zebrafish (Danio rerio), utilizando diferentes protocolos e fases do desenvolvimento. No primeiro capítulo, induzimos a dependência ao álcool em três populações de zebrafish (AB, TU e WT) utilizando exposição crônica à droga. Analisamos o comportamento locomotor e tipo-ansioso, e a expressão de genes-chave no metabolismo de neurotransmissores. Observamos que a resposta locomotora e genes associados foram similares entre as três populações. Em termos de ansiedade, TU e AB respondem de maneira robusta, enquanto WT não mostra resposta. No segundo capítulo, expusemos embriões das três populações ao álcool, a fim de simular a desordem do espectro alcóolico fetal – FASD. Avaliamos o comportamento em três janelas ontogenéticas: larval, juvenil e adulta. Verificamos novamente resposta consistente e padronizada entre as populações AB e TU, enquanto WT não mostraram alteração. No último capítulo, tentamos estabelecer um novo protocolo de busca voluntária pelo álcool utilizando um aparato de duas câmaras em que não há mistura de substâncias. Após induzir os animais ao alcoolismo por meio de exposição crônica à droga, testamos a preferência deles pelo álcool ou pela água. Constatamos que os animais preferiram o lado da água, evidenciando que talvez o protocolo não seja suficiente para induzir o comportamento de busca. Em termos gerais, a resposta ao álcool depende do regime de exposição e da contribuição do background genético. Para fins de estudos translacionais, populações-padrão utilizadas em laboratório oferecem resultados confiáveis e reproduzíveis devendo ser, portanto, priorizadas.
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Alcohol (or ethanol) is a powerful psychoactive substance and its excessive consumption may lead one to develop alcoholism. However, it's known that genetic, physiological, and behavioral variations influence how individuals respond to alcohol. In this sense, comparative studies among populations from the same species are useful. Thus, we evaluated behavioral and genetic variations in response to alcohol among zebrafish populations (Danio rerio), using different protocols and stages of development. In the first chapter, we induced alcohol dependency in three zebrafish populations (AB, TU, and WT) using chronic alcohol exposure protocol. We analyzed locomotor and anxiety-like behavior and the expression of target genes involved in neurotransmitter metabolism. We observed that locomotor response and associated genes were similar within all populations. Regarding anxiety, both AB and TU fish presented robust responses, while WT didn't show alterations. In the second chapter, we exposed zebrafish embryos to alcohol from the three populations, in order to simulate the fetal alcohol spectrum disorder - FASD. We evaluated behavior in three ontogenetic phases: larval, juvenile, and adult. We verified, again, consistent and patter response between AB and TU fish, while WT showed no response. In the last chapter, we tried to establish a new protocol of voluntary search for alcohol using a two-chamber apparatus with no mix of substances. After inducing fish to alcoholism throughout chronic alcohol exposure, we tested their preference for alcohol or water. We observed that animals preferred the water side, evidencing that perhaps the protocol wasn't sufficient to induce seeking behavior. In general terms, alcohol response depends on the exposure regimen to the drug and the genetic background contribution. For translational studies, standard populations commonly used in laboratories offer reliable and reproducible results, thus, they should be prioritized.
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DÉBORA LOUISE DA CRUZ SILVA
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Should I call or should I hold? Factors affecting food-associated calls in wild Callithrix jacchus
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Orientador : ARRILTON ARAUJO DE SOUZA
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MEMBROS DA BANCA :
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ARRILTON ARAUJO DE SOUZA
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MARIA EMILIA YAMAMOTO
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JUDITH BURKART
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MARIA ADELIA BORSTELMANN DE OLIVEIRA
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Data: 21/06/2021
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Vocalizações associadas a alimentos são de comum ocorrência em primatas, possuindo por principal função a atração de coespecíficos para fontes alimentares, que podem beneficiar os emissores através do aumento de aptidão inclusiva e diluição do risco de predação. Em contrapartida, elevando as chances de competição por recursos. Em primatas reprodutores cooperativos, essas vocalizações podem sinalizar uma maior proatividade para partilhar recursos quando há infantes no grupo. Já na ausência de infantes, os indivíduos podem adotar estratégias para compensar os custos associados ao cuidado à prole e aumentar o ganho energético. Dessa forma, nós avaliamos o comportamento vocal de Callithrix jacchus em contexto alimentar, sob a ótica do cuidado cooperativo e da competição intragrupo. Assim, realizamos uma série de experimentos onde os saguis encontravam alimentos variáveis em quantidade e qualidade, durante períodos com e sem infantes no grupo. Considerando o primeiro animal a descobrir o alimento, avaliamos a latência para vocalizar, o tempo de alimentação até emitir o primeiro chamado, e a taxa de emissão de chamados antes da chegada dos demais. Analisamos ainda os efeitos que o status social, a presença de infantes e as diferentes condições experimentais apresentaram nessas variáveis comportamentais. Em geral, observamos uma maior participação dos ajudantes em todos os experimentos. Os machos ajudantes, na presença de infantes, tiveram uma resposta vocal mais rápida, um menor tempo de ingestão e um aumento na produção de chamados alimentares. Na ausência de infantes, observamos o resultado inverso, evidenciando uma maior proatividade e motivação para partilhar quando o cuidado à prole é necessário. Quanto às diferentes condições experimentais, as fêmeas ajudantes mostraram um aumento na latência para vocalizar e um maior consumo para condições com pouco alimento, o que pode indicar uma menor propensão para partilhar recursos limitados. Enquanto machos exibiram menor latência e consumo apenas para alimentos alta qualidade. Nossos resultados refletem a dinâmica social de grupos de Callithrix jacchus e corroboram uma maior prosocialidade proativa dos machos ajudantes e o papel crucial desses no cuidado dos infantes, e um perfil mais competitivo e menos cooperativo por parte das fêmeas subordinadas
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Food-associated calls are widespread among primates. Its main function is to attract conspecifics to food sources, and callers may benefit from an increase in their inclusive fitness and by diluting predation risks. Conversely, food calls may increase competition over resources. In cooperative breeders, these calls may indicate their high proactivity in sharing resources with other group members, especially at moments where infant care is necessary. In the absence of infants, individuals possibly adopt compensatory strategies to offset infant care costs and to increase energy intake. We aimed at investigating Callithrix jacchus vocal behavior in feeding contexts, jointly addressing their cooperative care and intragroup competition. Thus, we performed a series of experiments in which marmosets would encounter food with diverse quantity and quality, both in periods where infants were present and not. We evaluated the latency to call, time feeding before calling, and the number of calls emitted before others’ arrival by the first animal to find the food. Finally, we analyzed the effects that marmosets’ social status, presence of infants, and different experimental conditions had on these behavioral variables. We observed greater participation of helpers in all sessions. Male helpers, in the presence of infants, had a faster vocal response, decreased food consumption, and an increased food call production. In the absence of infants, however, opposite results were found. Corroborating greater proactivity and willingness to share when infant care is necessary. Regarding different experimental conditions, female helpers showed an increase in their calling latency and food consumption for small amounts of food, which may indicate a lower propensity to share limited resources. Whereas males exhibited a decrease in latency and food consumption only for high-quality resources. Our results are consistent with Callithrix jacchus social dynamics and reinforce male helpers’ proactive prosociality and their crucial role in infant care, whereas subordinate females engage in a more competitive and less cooperative behavioral profile.
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LUCAS SANTOS ALVES
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INTERAÇÕES ENTRE VARIÁVEIS ATMOSFÉRICAS, POLIMORFISMO DO VNTR DO GENE PER3 E PARÂMETROS DE SONO DE JOVENS ADULTOS VIVENDO EM DIFERENTES LATITUDES
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Orientador : MARIO ANDRE LEOCADIO MIGUEL
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MEMBROS DA BANCA :
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LEANDRO LOURENÇÃO DUARTE
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MARIO ANDRE LEOCADIO MIGUEL
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SEBASTIAO PACHECO DUQUE NETO
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Data: 30/07/2021
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Introdução: O polimorfismo do VNTR do gene PER3 é uma variabilidade individual presente em primatas humanos e não-humanos que está funcionalmente associada ao sono e ao fenótipo circadiano. Além disso, a latitude onde os sujeitos residem parece ser um fator importante para a sincronização, tanto fótica, quanto social, ainda mais quando consideramos que cada vez mais estamos desregulando horários de sono devido a demandas de trabalho, escola ou por outros fatores. Considerando que o conceito de latitude reflete um conjunto de características que envolvem fatores geofísicos e climáticos, ela parece ter relação também com marcadores de sono, como a sonolência diurna. Objetivo: Deste modo, o objetivo deste trabalho é verificar quais interações existem entre o polimorfismo VNTR do gene PER3 e marcadores ambientais específicos das latitudes em parâmetros do sono de jovens adultos residentes em três latitudes distintas do território brasileiro. Método: O método utilizado consistiu em três etapas, sendo a Etapa 1 referente ao uso do questionário sociodemográfico, de cronotipo de Munique e escala de sonolência diurna excessiva. Na etapa 2 ocorreu a genotipagem de células da mucosa oral via extração do DNA e classificação dos sujeitos quanto ao polimorfismo do VNTR do gene PER3. A última etapa consistiu na coleta de variáveis relacionadas à latitude em três cidades diferentes com latitudes distintas: Maceió – AL, Campinas – SP e Porto Alegre – RS. O número amostral foi de 702 participantes, incluindo apenas graduandos que iniciam as aulas entre 07:30-08:00 da manhã. Foram excluídos os sujeitos fazendo uso de medicamentos que afetam o sono e que realizaram viagens transmeridionais no mês anterior à seleção. Após estatística descritiva, foi utilizado o Kruskal-Wallis (p-valor <0,05 adotado para significância) como teste básico da estatística inferencial. Resultados e discussões: Determinamos que jovens adultos residentes em altas latitudes, em comparação com os residentes das baixas latitudes, possuem maiores níveis de jet-lag social, sonolência diurna excessiva e são mais vespertinos. Além disso, as maiores durações dos crepúsculos, maior comprimento da fotofase, maiores diferenças de ângulo de fase e menor irradiação solar média foram encontradas em Porto Alegre, em contraste absoluto com os achados de Maceió. Sobre o Polimorfismo do VNTR do gene PER3, os residentes de Porto Alegre e com polimorfismo 4/4 apresentaram uma compensação de sono nos finais de semana, face à privação de sono acumulada durante a semana. Conclusões: Este trabalho nos subsidia com detalhes do comportamento de sono e do processo de sincronização em jovens adultos brasileiros vivendo em diferentes latitudes, representando particularidades geofísicas e sociais. Nossos achados podem contribuir no entendimento de fatores genético-comportamentais e ambientais que podem explicar a existência de alta variabilidade nos processos saúde-doença.
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Introduction: The PER3 VNTR polymorphism is an individual variability present in human and non-human primates that is functionally associated with sleep and circadian phenotype. Furthermore, the latitude where the subjects reside seems to be an important factor for synchronization, both photic and social, even more when we consider that we are increasingly deregulating sleep schedules due to demands at work, school or other factors. Considering that the concept of latitude reflects a set of characteristics that involve geophysical and climatic factors, it also seems to be related to sleep markers, such as daytime sleepiness. Objective: Thus, the objective of this work is to verify which interactions exist between the VNTR polymorphism of the PER3 gene and latitude-specific environmental markers in sleep parameters of young adults living in three different latitudes of the Brazilian territory. Method: The method used consisted of three stages, with Stage 1 referring to the use of the sociodemographic questionnaire, the Munich chronotype and the excessive daytime sleepiness scale. In step 2, the genotyping of cells from the oral mucosa was carried out via DNA extraction and classification of the subjects according to the VNTR polymorphism of the PER3 gene. The last step consisted of collecting variables related to latitude in three different cities with different latitudes: Maceió – AL, Campinas – SP and Porto Alegre – RS. The sample number was 702 participants, including only undergraduates who start classes between 07:30-08:00 in the morning. Subjects using medications that affect sleep and who had traveled across the country in the month prior to selection were excluded. After descriptive statistics, the Kruskal-Wallis (p-value <0.05 adopted for significance) was used as a basic test of inferential statistics. Results and discussion: We determined that young adults residing in high latitudes, compared to those living in low latitudes, have higher levels of social jet-lag, excessive daytime sleepiness and are more afternoon. Furthermore, the longest twilight durations, the longest photophase length, the greatest phase angle differences and the lowest mean solar irradiance were found in Porto Alegre, in absolute contrast to the findings in Maceió. Regarding the VNTR polymorphism of the PER3 gene, residents of Porto Alegre and with 4/4 polymorphism showed a sleep compensation on weekends, given the accumulated sleep deprivation during the week. Conclusions: This work provides us with details of sleep behavior and the synchronization process in young Brazilian adults living in different latitudes, representing geophysical and social particularities. Our findings may contribute to the understanding of genetic-behavioral and environmental factors that may explain the existence of high variability in health-disease processes.
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JAMILE LIMA CARVALHO
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PERCEPÇÃO DOS PELOS CORPORAIS FEMININOS: UMA ANÁLISE EVOLUCIONISTA
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Orientador : FELIPE NALON CASTRO
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MEMBROS DA BANCA :
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FELIPE NALON CASTRO
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FIVIA DE ARAUJO LOPES
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JAROSLAVA VARELLA VALENTOVA
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Data: 03/08/2021
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Práticas de depilação, remoção ou redução de pelos corporais estão presentes em nossa história desde os tempos da Idade Antiga, em diversas culturas humanas, dentro e fora de sociedades ocidentais industrializadas. Apesar de serem comportamentos realizados por homens e mulheres, a redução e a remoção dos pelos ainda é, em termos de frequência, mais praticada por mulheres e significada diferentemente entre os sexos, seja dentro dos constructos de gênero, seja em contextos sociais e sexuais. Neste sentido, hipóteses evolucionistas têm sido lançadas no intuito de compreender o papel da retirada dos pelos corporais, bem como da diferença intersexual: o que faz que com o ideal ‘sem pelos’ seja uma norma de atratividade especialmente feminina e o que, em termos adaptativos, preferência e exibição de um corpo sem pelos poderia significar dentro da seleção sexual em humanos. O objetivo deste trabalho foi investigar a percepção de características individuais de mulheres nas condições com e sem pelos corporais e as possíveis implicações dentro de um contexto de atratividade e escolha de parceiros. Foram usadas fotos de modelos femininas com e sem pelos nas pernas e axilas e, através de questionários online, os participantes forneceram suas primeiras impressões sobre a idade, traços de personalidade (Big 5) e sociossexualidade das mulheres observadas. Como resultado, verificamos que, homens e mulheres consideraram as modelos com pelos como sendo mais extrovertidas e com maior abertura do que as modelos sem pelos. Apenas participantes do sexo feminino perceberam as modelos com pelos como sendo mais estáveis emocionalmente. Apenas participantes do sexo masculino perceberam as modelos sem pelos como mais amáveis e as modelos com pelos como sendo mais irrestritas sociossexualmente. Não foi encontrada diferença para idade e conscienciosidade entre os grupos com e sem pelos para ambos os sexos. O presente trabalho visou ampliar o conhecimento científico a respeito do tema, bem como aprofundar a discussão de assuntos com elevado interesse social. Espera-se que os resultados desse estudo possam trazer ainda importantes contribuições para o debate feminista e provocar reflexões acerca da construção de gênero e normas de atratividade.
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Depilation, removal or reduction practices by the body have been present in our history since the times of the Ancient Age, in different human cultures, inside and outside Western industrial societies. Despite being behaviors performed by men and women, hair reduction and removal is still, in terms of frequency, more practiced by women and signified differently between the sexes, whether within gender constructs or in social and sexual contexts. In this sense, evolutionary hypotheses have been launched in order to understand the role of the removal of body hair, as well as the intersexual difference: what makes the 'hairless' ideal an especially feminine attractiveness norm and that, in adaptive terms, preference and display of a hairless body could mean within sexual selection in humans. The aim of this study was to investigate the perception of individual characteristics of women in conditions with and without body hair and as possible within a context of attractiveness and choice of partners. Photos of female models with and without hair on the legs and armpits were used and, through online questionnaires, participants provided their first impressions of the age, personality traits (Big 5) and sociosexuality of the women observed. As a result, we found that men and women regarded as furry models as being more extroverted and more open than as furless models. Only female participants perceived models with body hair as being more emotionally stable. Only male participants perceived hairless models as more amiable and as models with body hair as being more sociosexually unrestrained. No difference was found for age and consciousness between the groups with and without body hair for both sexes. The present work aimed to expand the scientific knowledge about the subject, as well as to deepen the discussion of subjects with high social interest. It is hoped that the results of this study allow us to bring important contributions to the feminist debate and provoke reflections on the construction of gender and attractiveness norms.
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NATHALIA EVELYN MARTINS LEITE
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Influência da satisfação conjugal e do estresse em mulheres no tratamento de fertilização in vitro
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Orientador : NICOLE LEITE GALVAO COELHO
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MEMBROS DA BANCA :
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NICOLE LEITE GALVAO COELHO
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MARIA BERNARDETE CORDEIRO DE SOUSA
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ANAGLÓRIA PONTES
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Data: 04/08/2021
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Uma das técnicas de reprodução assistida mais utilizada atualmente é a fertilização in vitro (FIV), porém, a taxa de sucesso média mundial observada para essa terapia é de cerca de 30%. Aspectos fisiológicos e psicológicos parecem contribuir para o desfecho do tratamento. Assim, este trabalho analisou como o estresse psicofisiológico (avaliado pelo estresse geral de Lipp, estresse referente a infertilidade e resposta do cortisol salivar ao despertar – CAR) e a satisfação conjugal (avaliada pelo ajustamento diádico, satisfação sexual e estilo de apego) se relacionam com o desfecho da FIV, e ainda se alguns desses parâmetros predizem o sucesso no tratamento. Esse foi um estudo transversal realizado na Maternidade Escola Januário Cicco da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, ao longo do ano de 2017, com 20 mulheres no primeiro ciclo de FIV. Foi visto que as participantes com sucesso no tratamento, ou seja, que engravidaram, apresentaram maior coesão diádica, maior satisfação sexual e menor CAR. A coesão diádica se mostrou preditora do sucesso. Um maior ajustamento e consenso diádico relacionou-se com ausência de estresse geral, sendo o consenso diádico preditor da ausência de estresse. De fato, a maior parte da amostra estava livre de estresse psicológico, e as mulheres com níveis de estresse agudo foram aquelas com o estilo de apego preocupado. Esses resultados evidenciam a importância dos baixos níveis de cortisol e de um bom relacionamento conjugal para o sucesso da FIV. Portanto, estratégias que auxiliem as pacientes a lidarem com os estressores inerentes ao tratamento e ao relacionamento conjugal devem ser investigadas e aplicadas a fim de incrementar o sucesso do tratamento. Destaca-se também a importância de novos estudos para compreender melhor a relação desses fatores psicofisiológicos com o desfecho da FIV com um número amostral maior, como também avaliar o perfil de mulheres que buscam tratamento em clínicas privadas, o qual pode variar do perfil encontrado nesse estudo de uma amostra populacional de menor poder socioeconômico com tratamento custeado pelo Serviço Único de Saúde (SUS).
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One of the most commonly used assisted reproduction techniques today is in vitro fertilization (IVF), but an average worldwide success rate observed by this therapy is about 30%. Physiological and psychological aspects seem to contribute to the treatment outcome. Thus, this study analyzed how psychophysiological stress (assessed by Lipp's general stress, stress related to infertility and salivary cortisol awakening response – CAR) and marital satisfaction (assessed by dyadic adjustment, sexual satisfaction and attachment style) are related with the outcome of IVF, and whether any of these parameters predict treatment success. This was a cross-sectional study carried out at the Januário Cicco Maternity School of the Federal University of Rio Grande do Norte, throughout 2017, with 20 women in the first cycle of IVF. It was seen that the participants who were successful in the treatment, that is, who become pregnant, had greater dyadic cohesion, greater sexual satisfaction and lower CAR. Dyadic cohesion proved to be a predictor of success. A greater adjustment and dyadic consensus were related to the absence of general stress, with the dyadic consensus being a predictor of the absence of stress. In fact, most of the sample was free from psychological stress, and the women with acute stress levels were those with the preoccupied attachment style. These results highlight the importance of low cortisol levels and a good marital relationship for the success of IVF. Therefore, strategies that helps patients to deal with stressor of treatment and marital relationship should be studied and implemented aiming increase the FIV success rates. It is also important highlight the necessity of further studies to better understand the relationship of these psychophysiological factors with the outcome of IVF in a larger sample, as well as to assess the profile of women seeking treatment in private clinics, which may vary from the profile found in this study of a population sample of lower socioeconomic status with treatment paid for by the Serviço Único de Saúde (SUS), Unified Health Service in English.
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NATHALYA CHRISPIM LIMA
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INVESTIGAÇÃO SOBRE PRIVAÇÃO DE SONO E FUNÇÕES EXECUTIVAS EM PROGRAMADORES ATRAVÉS DE MONITORAMENTO SUBJETIVO E OBJETIVO
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Orientador : KATIE MORAES DE ALMONDES
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MEMBROS DA BANCA :
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KATIE MORAES DE ALMONDES
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JOHN FONTENELE ARAUJO
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IZA CRISTINA SALLES DE CASTRO
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Data: 23/08/2021
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Estudos recentes associam o uso prolongado e excessivo de novas tecnologias, como tablets, computadores e smartphones, à privação de sono, com indicativos de piora na qualidade e duração do sono, e consequências matutinas do sono prejudicado, como a sensação de sono não restaurador e a sonolência diurna. A maior parte desses estudos foca em faixas etárias mais jovens, como crianças, adolescentes e jovens adultos, e somente no uso de tecnologia para o lazer, sendo poucos os que consideram o impacto desse excesso de tecnologia em outras faixas etárias, especialmente no que concerne profissionais que trabalham diretamente e por longos períodos com a tecnologia, como programadores, desenvolvedores e engenheiros de software. Entre os efeitos dessa privação de sono ao longo prazo, podemos citar os prejuízos de funcionamento cognitivo associados à quantidade reduzida ou má qualidade do sono: a literatura mais recente traz evidências de prejuízos a processos como a memória, a atenção e as funções executivas. Dentre esses, a pesquisa sobre o impacto da privação de sono nas funções executivas se destaca por seus resultados conflituosos, com perdas em tarefas mais simples contrastando com a manutenção do funcionamento executivo em tarefas cognitivamente mais complexas. Processos como o controle inibitório, a flexibilidade cognitiva e a memória operacional, classificados como funções executivas, são de grande importância para a funcionalidade do indivíduo em diferentes esferas da vida, de atividades diárias ao desempenho no trabalho, sugerindo a importância de mais pesquisas quanto aos efeitos da privação de sono sobre essas funções. Tendo em vista esses três fatores - privação de sono, uso excessivo de tecnologia e prejuízo nas funções executivas, esse estudo tem o objetivo de investigar a privação de sono e potenciais impactos sobre as funções executivas em uma população de programadores adultos, utilizando de métodos subjetivos (testes neuropsicológicos) e objetivos (análise da onda P300), em comparação a um grupo controle sem sintomas de privação de sono e que não faz uso de tecnologia da informação para o trabalho.
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Recent studies associate the prolonged and excessive use of new technologies, such as tablets, computers and smartphones, with sleep deprivation, with suggestions of negative impacts on quality and duration of sleep, and of morning consequences of impaired sleep, such as non-restorative sleep and daytime sleepiness. Most of those studies focus on younger age groups, such as children, adolescents and young adults, and mostly on the use of technology for leisure, with few considering the impact of excessive technology use on other age groups, especially on professionals who work directly and for long periods with said technologies, such as programmers, developers and software engineers. Among the long-term effects of this sleep deprivation, we can mention the impairments of cognitive functioning associated with reduced or poor quality of sleep: the most recent literature brings evidence of impairments to processes such as memory, attention and executive functions. Among those, research on the impact of sleep deprivation on executive functions stands out for its conflicting results, with losses in simpler tasks contrasting with the maintenance of executive functioning in cognitively more complex tasks. Processes such as inhibitory control, cognitive flexibility and working memory, classified as executive functions, are of great importance for the individual's functionality in different spheres of life, from daily activities to job performance, suggesting the importance of further research regarding the effects of sleep deprivation on these functions. In view of these three factors - sleep deprivation, excessive use of technology and impairment of executive functions, this study aims to investigate sleep deprivation and potential impacts on executive functions in a population of adult programmers, using subjective methods (neuropsychological tests) and objective methods (P300 wave analysis), compared to a control group without sleep deprivation symptoms and who does not use information technology for work.
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NATÁLIA BRITA DEPIERI
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CARACTERIZAÇÃO DO RITMO DE ATIVIDADE E REPOUSO, DE EXPOSIÇÃO À LUZ E QUALIDADE DE SONO DE SUJEITOS CEGOS
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Orientador : JOHN FONTENELE ARAUJO
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MEMBROS DA BANCA :
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FELIPE BEIJAMINI
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JOHN FONTENELE ARAUJO
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MARIO ANDRE LEOCADIO MIGUEL
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Data: 30/08/2021
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Estima-se que 50% dos cegos que não percebem a luz conscientemente são incapazes de se sincronizarem com o dia de 24 horas. Sendo que pistas temporais não fóticas não seriam suficientes para sincronizarem os indivíduos com perda de visão. Tendo em vista que os trabalhos que caracterizaram essa população foram realizados no hemisfério norte em locais com altas latitude e consequente ampla variação sazonal, o objetivo deste trabalho foi caracterizar o ritmo de atividade e repouso, o ritmo de exposição à luz e qualidade de sono de cegos na cidade de Natal – RN – Brasil, que está localizada em uma baixa latitude, próximo a linha do equador, com pouca variação sazonal. Para isso utilizamos a actimetria para caracterizar a ritmicidade circadiana, e questionários para caracterizar o cronotipo, a sonolência diurna, qualidade de sono, insônia, risco de apneia obstrutiva do sono, além de questões relacionadas à percepção de luz e tempo. A amostra foi composta por 22 cegos que responderam os questionários e dentre eles 14 utilizaram o actímetro por aproximadamente 20 dias. Com isso, observamos que diferente do encontrado classicamente na literatura, nenhum participante estava em livre curso, tanto pela actimetria como pelos resultados dos questionários, os quais indicam que eles não tem problemas graves relacionados ao sono. Com isso, verificamos quatro fatores que podem explicar o ajuste dessa amostra com o dia de 24 horas, que são: ambientais (temperatura e luminosidade), sociais (horários regulares de trabalho e estudo e convívio diário com outras pessoas), atividade física e uso de dispositivos eletrônicos (especialmente celulares). Verificamos que o principal diferencial deste trabalho com os demais já realizados com sincronizadores não-fóticos é que atualmente toda a população tem fácil acesso ao celular. Que no caso dos cegos é uma ferramenta utilizada a todo momento, que facilita sua rotina, especialmente mobilidade e comunicação. Porém, este celular está também auxiliando o ajuste destes cegos, já que é um meio de informação temporal constante.
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It is estimated that 50% of blind people who do not perceive light consciously are unable to synchronize with the 24-hour day. Since non-photic time lanes would not be sufficient to synchronize individuals with vision loss. Considering that the studies that characterized this population were carried out in the northern hemisphere in places with high latitude and consequent wide seasonal variation, the objective of this study was to characterize the pace of activity and rest, the rhythm of exposure to light and sleep quality of the blind in the city of Natal - RN - Brazil, which is located at a low latitude, near the equator, with little seasonal variation. For this, we used actimetry to characterize circadian rhythm, and questionnaires to characterize the chronotype, daytime sleepiness, sleep quality, insomnia, risk of obstructive sleep apnea, as well as questions related to the perception of light and time. The sample consisted of 22 blind people who answered the questionnaires and among them 14 used the actimeter for approximately 20 days. Therefore, we observed that unlike that classically found in the literature, no participant was in free course, both by actimetry and by the results of the questionnaires, which indicate that they do not have severe sleep-related problems. Thus, we verified four factors that can explain the adjustment of this sample with the 24-hour day, which are: environmental (temperature and luminosity), social (regular working and study times and daily interaction with other people), physical activity and use of electronic devices (especially mobile devices). We verified that the main differential of this work with the other ones already performed with non-photic synchronizers is that currently the entire population has easy access to the cell phone. That in the case of the blind is a tool used at all times, which facilitates their routine, especially mobility and communication. However, this cell phone is also helping the adjustment of these blind people, since it is a means of constant temporal information.
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SOFIA CORADINI SCHIRMER
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Padrão de melanismo de borboletas neotropicais
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Orientador : DANIEL MARQUES DE ALMEIDA PESSOA
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MEMBROS DA BANCA :
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ANDROS TAROUCO GIANUCA
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DANIEL MARQUES DE ALMEIDA PESSOA
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VINÍCIUS DE AVELAR SÃO PEDRO
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Data: 08/09/2021
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Os padrões de brilho e coloração das asas das borboletas podem apresentar papeis intraespecíficos, interespecíficos e fisiológicos, sendo umas das principais funções a termorregulatória. A diferença quanto à quantidade de brilho entre a face ventral e dorsal funciona como captação e dissipação de calor, tendo em vista que regulam a exposição à fonte de calor de acordo com a abertura e fechamento das asas. O melanismo pode variar entre as famílias de borboletas, as diferentes faces das asas, e estar relacionado com o tamanho das asas e com fatores ambientais. Apesar de existirem padrões bem estabelecidos para outras regiões biogeográficas, nenhum estudo avaliou essas questões para borboletas neotropicais. Os dois objetivos principais desse trabalho foram (1) fazer um levantamento da produção científica sobre os padrões de coloração de borboletas em escala global, para identificar as principais lacunas temáticas e geográficas de pesquisa; e (2) avaliar quais fatores ambientias estão relacionados com o melanismo das asas de borboletas neotropicais. A produção de artigos sobre coloração de borboletas aumentou e acompanhou a produção científica geral (r = 0.076, p > 0.05). Nota-se a concentração da produção de artigos em países de língua inglesa (~60%), sendo a maioria dos estudos publicados por primeiros autores estadunidenses (27,8 %). Encontramos que borboletas menores são mais claras (p < 0.05) e que as famílias variam quanto a diferença de brilho entre a face dorsal e ventral. Não existiu relação das variáveis ambientais com o padrão de brilho para as borboletas neotropicais (p > 0.05), e borboletas de diferentes biomas apresentam padrão de melanismo similar. Provavelmente, outras variáveis podem influenciar o padrão de melanismo dessas borboletas, como a irradiação solar. Para ambientes mais quentes, é vantajoso que a borboleta seja pequena e brilhosa, assim evitaria os estresses decorrentes do sobreaquecimento. Essa variação de brilho entre as famílias pode estar relacionada com diferentes limiares de tolerância termal, bem como diferentes estratégias anti-predatórias como “flash dinâmico”. Contudo, é necessário incluir mais espécies de outros biomas e localidades do restante do país para reavaliar nossas hipóteses com base em gradientes ambientais mais extensos, tendo em vista que boa parte dos trabalhos focam em padrão de coloração e brilho de borboletas avaliam comunidades do hemisfério norte.
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Patterns of brightness and coloration of butterfly wings may have intraspecific, interspecific and physiological roles, with one of the main functions being thermoregulation. Differences in brightness between the ventral and dorsal surfaces serve to capture and dissipate heat, as butterflies regulate exposure to heat sources by opening and closing wings. Melanism can vary among butterfly families, different wing faces, and be related to wing size and environmental factors. Although well-established patterns exist for other biogeographic regions, no studies have evaluated these issues for Neotropical butterflies. The two main objectives of this work were (1) to survey the scientific production on butterfly color patterns on a global scale, to identify the main knowledge and geographic research gaps; and (2) to evaluate which environmental factors are related to neotropical butterfly wing melanism. The production of papers on butterfly coloration increased and followed the overall scientific production rate (r = 0.076, p > 0.05). We note the concentration of published articles in English-speaking countries (~60%), with most studies having American first authors (27.8%). We found that smaller butterflies are lighter (p < 0.05) and that families vary in brightness differences between the dorsal and ventral faces. There was no relationship between environmental variables and brightness pattern for Neotropical butterflies (p > 0.05), and butterflies from different biomes show similar melanism patterns. Probably, other variables may influence the melanism pattern of these butterflies, such as solar irradiance. For warmer environments, it is advantageous for the butterfly to be small and bright, thus avoiding stresses due to overheating. This variation in brightness among families may be related to different thermal tolerance thresholds, as well as different anti-predatory strategies such as "dynamic flash". Nevertheless, it is necessary to include more species from other biomes and localities in the rest of the country to re-evaluate our hypotheses based on more extensive environmental gradients, given that much of the research focusing on coloration and brightness patterns of butterflies evaluates communities from the northern hemisphere.
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STEFANIE DA PAZ FIGUEIREDO DE MACEDO
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A RELAÇÃO ENTRE CRONOTIPO, JET-LAG SOCIAL, QUALIDADE DE SONO, SONOLÊNCIA DIURNA, DEPRESSÃO E ANSIEDADE EM ESTUDANTES DA ÁREA SAÚDE DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
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Orientador : MARIO ANDRE LEOCADIO MIGUEL
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MEMBROS DA BANCA :
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DENISE MORAIS LOPES GALENO
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LEANDRO LOURENÇÃO DUARTE
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MARIO ANDRE LEOCADIO MIGUEL
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Data: 30/09/2021
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Mostrar Resumo
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Neste projeto propusemos compreender a prevalência e a relação entre qualidade do sono, cronotipo, Jet-lag social, sonolência diurna e os indicativos de transtornos de depressão e ansiedade em jovens adultos universitários. A nossa amostra é composta por 578 estudantes, dos quais 372 (64,36%) são mulheres e 206 (35,64%) homens, dos cursos da saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com idades entre 18 e 32 anos. Para isso, realizamos a aplicação dos seguintes questionários: Questionário de Cronotipo de Munich (MCTQ), Questionário de Matutinidade-Vespertinidade de Horne e Östberg (MEQ), Índice de qualidade de sono de Pittsburgh (IQSP), Escala de Sonolência de Epworth (ESS), Inventário de Depressão de Beck (BDI) e o Inventário de Ansiedade de Beck (BAI). Em nossos resultados extraímos informações para o cálculo do Jet-lag social a partir do MCTQ, e a partir dos resultados do MEQ observamos que a maior parte da nossa amostra é composta por indivíduos do cronotipo intermediário. Além disso, demonstramos que a maioria dos participantes sofrem de uma qualidade de sono abaixo do normal e sonolência diurna excessiva; para depressão e ansiedade os valores com maior frequência indicam presença mínima de sintomas ou ausência desses transtornos nos estudantes. Como resultado das correlações de Spearman encontramos entre Munich- MEQ (rho= 0,595; p<0,001); Munich- Jet-lag social (rho= 0,543; p<0,001); Jet-lag social- MEQ (rho= 0,456; p<0,001); PSQI- BDI (rho= 0,303; p<0,001); PSQI- BAI (rho= 0,452; p<0,001); PSQI- ESS (rho= 0,312; p<0,001) e BAI-BDI (rho= 0,356; p<0,001). Estes resultados sugerem que existe associação entre o Jet-lag social e cronotipo, sendo maior o efeito restrição-expansão entre os dias de aula e os dias livres nos indivíduos do cronotipo vespertino. Entre os achados mais significativos identificamos uma relação moderada entre ansiedade e qualidade de sono. Além disso, identificamos que existe relação entre uma pior qualidade de sono e sintomas de depressão, ansiedade e sonolência diurna excessiva. Finalmente identificamos que os sintomas de depressão estão moderadamente relacionados com a ansiedade. Assim, concluímos que a elevada carga de aulas e estudos, bem como o horário de início das aulas muito cedo entre jovens adultos universitários da área da saúde, são fatores que contribuem para aumento do estresse, pior qualidade de sono, diminuição do rendimento acadêmico, sonolência diurna e surgimentos de sintomas de ansiedade e depressão, cujas mulheres e os vespertinos são os indivíduos mais vulneráveis a esses distúrbios. Portanto, esse assunto merece cada vez mais atenção da comunidade científica e dos órgãos de saúde pública para que medidas possam ser adotadas em favor desses estudantes.
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In this project we proposed to understand the prevalence and relationship between sleep quality, chronotype, social jet lag, daytime sleepiness and the indications of depression and anxiety disorders in young university adults. Our sample is composed of 578 students, of which 372 (64.36%) are women and 206 (35.64%) are men, from health courses at the Federal University of Rio Grande do Norte, aged between 18 and 32 years. To this end, we applied the following questionnaires: Munich Chronotype Questionnaire (MCTQ), Horne and Östberg's Morningness-Vespertiness Questionnaire (MEQ), Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI), Epworth Sleepiness Scale (ESS), Beck's Depression Inventory (BDI), and the Beck Anxiety Inventory (BAI). In our results we extracted information for calculating social jet lag from the MCTQ, and from the MEQ results we observed that most of our sample is composed of intermediate chronotype individuals. In addition, we demonstrated that most participants suffer from substandard sleep quality and excessive daytime sleepiness; for depression and anxiety the values with the highest frequency indicate minimal presence of symptoms or absence of these disorders in the students. As a result of Spearman correlations we found between Munich- MEQ (rho= 0.595; p<0.001); Munich- Social Jet-lag (rho= 0.543; p<0.001); Social Jet-lag- MEQ (rho= 0.456; p<0.001); PSQI- BDI (rho= 0.303; p<0.001); PSQI- BAI (rho= 0.452; p<0.001); PSQI- ESS (rho= 0.312; p<0.001) and BAI-BDI (rho= 0.356; p<0.001). These results suggest that there is an association between social jet lag and chronotype, with the restriction-expansion effect between classes days and free days being greater in individuals of the evening chronotype. Among the most significant findings we identified a moderate relationship between anxiety and sleep quality. Furthermore, we identified that there is a relationship between worse sleep quality and symptoms of depression, anxiety, and excessive daytime sleepiness. Finally we identify that depression symptoms are moderately related to anxiety. Thus, we conclude that the high load of classes and studies, as well as the very early class start time among young health college adults, are factors that contribute to increased stress, poorer sleep quality, decreased academic performance, daytime sleepiness, and the emergence of anxiety and depression symptoms, whose women and evening students are the most vulnerable individuals to these disorders. Therefore, this issue deserves more attention from the scientific community and public health agencies so that measures can be adopted in favor of these students.
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MARIA LARA PORPINO DE MEIROZ GRILO
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A AYAHUASCA MODULA A RESILIÊNCIA? UMA AVALIAÇÃO EM MODELO ANIMAL PRIMATA DE DEPRESSÃO MAIOR
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Orientador : NICOLE LEITE GALVAO COELHO
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MEMBROS DA BANCA :
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BRUNO LOBAO SOARES
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JAIME EDUARDO CECILIO HALLAK
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NICOLE LEITE GALVAO COELHO
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Data: 08/10/2021
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Ao longo da evolução, os animais têm vivenciado diversas situações de estresse, existindo assim uma grande variabilidade de respostas ao estresse, algumas adaptativas e outras não. A depressão maior (DM) é uma psicopatologia associada ao estresse crônico, fenótipos de vulnerabilidade e respostas não adaptativa. A DM é uma das psicopatologias que mais causa invalidez no mundo, não havendo ainda um tratamento completamente eficaz para ela, gerando assim enormes prejuízos individuais, sociais e econômicos. Assim, utilizando como base a teoria da inoculação ao estrese, que postula que a resiliência pode ser treinada, os psicodélicos se tornaram alvo das pesquisas com esquemas profiláticos contra o surgimento de algumas doenças mentais. A ayahuasca (AYA) é uma bebida tradicional da Amazônia que atua sobre o sistema serotoninérgico e, além de efeitos psicodélicos, possui ação antidepressiva. Considerando que dos pontos de vista econômico, social e psicológico, tratar a depressão se mostra mais dispendioso do que a preveni-la, esse estudo procurou avaliar os possíveis efeitos profiláticos do uso prolongado do chá da ayahuasca frente a um protocolo de indução de depressão maior, o isolamento social (9 semanas), utilizando um modelo animal primata nãohumanos de depressão, o C. jacchus. Para isso, foram realizadas avaliações fisiológicas (cortisol fecal) e comportamentais. Os animais (19 machos juvenis) foram divididos em 3 grupos: Grupo Ayahuasca (GA), 6 animais receberam 3 administrações de ayahuasca enquanto foram submetidos ao protocolo indutor de depressão; Grupo Estressado (GE) , 8 animais submetidos ao protocolo indutor de depressão sem passar pelo esquema profilático; e Grupo Família (GF), 5 animais controles que permaneceram em suas famílias sem receber qualquer esquema experimental. De maneira geral, foi observado uma resposta ao estresse mais adaptativa para GA quando comparado a GE. Os animais tratados com AYA apresentaram uma reatividade do cortisol fecal similar a GF e maior que do GE, e não desenvolveram a hipocortisolemia que é frequentemente induzida por esse protocolo. Ainda, o GA não demonstrou sinais de anedonia e elevação de comportamentos indicativos de estresse crônico, por exemplo: o coçar, a marcação de cheiro e a autocatação, os quais, por outro lado, foram expressos pelo GE. Nossos resultados mostram uma ação profilática da AYA frente a um protocolo indutor de depressão, essa substância promoveu a expressão de respostas de resiliência; mantendo a resposta do cortisol em seus níveis homeostáticos e tamponado o surgimento de fenótipos depressivos. Apesar de serem necessários novos estudos, esse trabalho abre portas para um novo tipo de intervenção no âmbito da saúde mental, o uso profilático de psicodélicos para prevenção de psicopatologias associadas ao estresse crônico.
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Throughout evolution, the animals have experienced various stress situations, so there is a great variability of stress responses, some adaptive and others not. Major depression (MD) is a psychopathology associated with chronic stress, vulnerability phenotypes, and non-adaptive stress responses. MD is one of the most disabling psychopathologies in the world, and there is still no completely effective treatment for it, thus generating enormous individual, social and economic losses. Thus, using as a basis the theory of stress inoculation which postulates that resilience can be trained, the psychedelics have become the target of research with prophylactic schemes against the emergence of some mental diseases. Ayahuasca (AYA) is a traditional beverage from the Amazon Forest that acts on the serotonergic system, and in addition to psychedelic effects has antidepressant action. Considering that from an economic, social and psychological point of view, treating depression is more expensive than preventing it, this study has evaluated the possible prophylactic effects of prolonged use of ayahuasca against a major depression induction protocol, the social isolation (9 weeks), using a nonhuman primate animal model of depression, C. jacchus. For this, physiological (fecal cortisol) and behavioral evaluations were performed. The animals (19 juvenile males) were divided into 3 groups: Ayahuasca Group (AG), 6 animals received 3-times AYA dosing while undergoing the depression inducing protocol; Stressed Group (SG) 8 animals submitted to the depression inducing protocol without going through the prophylactic scheme; and Family Group (FG), 5 control animals that remained in their families without any experimental scheme. Overall, a more adaptive stress response to AG was observed when compared to SG. The animals treated with AYA showed a fecal cortisol reactivity like FG and higher than EG, therefore they did not present hypocortisolemia, which is frequently induced by this depression-inducing protocol. Also, AG did not show signs of anhedonia and increased behavior indicative of chronic stress, for example: scratching, scent marking and autogrooming, which, on the other hand, were expressed by SG. Thus, the results showed a prophylactic action of AYA in response to a depression inducing protocol, this substance promoted the expression of resilience responses, keeping the response of cortisol in its homeostatic levels and buffered the emergence of depressive phenotypes. Although new studies are needed, this work opens doors to a new type of intervention in mental health field, the prophylactic use of psychedelics to prevent psychopathologies associated to chronic stress.
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RAIANE DOS SANTOS GUIDI
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Vivendo com estranhos: efeito da personalidade no manejo social de macacos-prego cativos (Sapajus libidinosus)
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Orientador : RENATA GONCALVES FERREIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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ARRILTON ARAUJO DE SOUZA
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BRISEIDA DOGO DE RESENDE
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RENATA GONCALVES FERREIRA
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Data: 29/10/2021
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A vida em grupo requer investimento de tempo e energia para a manutenção das relações entre os indivíduos. Fatores como sexo, idade e rank influenciam a relação entre os indivíduos, recentemente investiga-se a influência da personalidade nas relações em sociedades de animais não-humanos. Macacos-prego possuem uma estrutura social matrilinear tolerante, com um rico repertório social e uma alta capacidade cognitiva. Essas características os tornam excelentes modelos para estudos translacionais. No Brasil, macacos-prego são intensamente traficados e o contínuo fluxo de entrada de indivíduos nos centros de reabilitação (CETAS) se torna um desafio para a formação de grupos sociais. No presente trabalho analisamos a influência da personalidade no manejo e nas relações sociais de macacos-prego nascido na natureza e mantidos em cativeiro, em nível individual, diádico e de grupo. Hipotetizamos que: 1) encontraríamos eixos de personalidade semelhantes aos já descritos na literatura para macacos-prego; 2) os eixos de abertura e afabilidade influenciariam os comportamentos de brincadeira social e catação, respectivamente; 3) a saída dos indivíduos de seus grupos socais seria afetada por suas personalidades e 4) que no momento da inserção os indivíduos apresentariam uma estratégia comportamental para aceitação social relacionado à sua personalidade. Durante 1 ano e meio (369,25 horas) acompanhamos 41 indivíduos e 88 formações de grupos sociais. Analises de ICC dos escores atribuídos aos animais através do Hominoid Questionary Personality indicam concordância em 47 adjetivos e análises fatoriais indicam 5 eixos de personalidade: Assertividade, abertura, afabilidade, confiança e neuroticismo. Modelos lineares generalizados selecionados via critério de akaike indicam que os cinco eixos de personalidade e a distância euclidiana entre as díades influenciaram os comportamentos de catação e brincadeira, porém os indivíduos mais abertos e mais afáveis apresentam diferentes estratégias de afiliação dentro do grupo, onde os abertos brincam mais e os afáveis catam mais. Detectamos ainda que indivíduos com maiores pontuações em assertividade e neuroticismo são mais retirados de seus grupos sociais e o inverso ocorre para indivíduos com altas pontuações em afabilidade e confiança. Além disso, os indivíduos apresentam os comportamentos de display afiliativos e solicitar catação como estratégia de aceitação e redução de tensão no momento de uma inserção social, com indivíduos que pontuam alto em confiança apresentando menos display sexual. Nossos resultados indicam que a personalidade influência nas relações sociais, e que pode ser mais uma ferramenta para auxiliar as decisões de manejo e proporcionar melhor bem-estar aos indivíduos cativos.
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Group life requires investment of time and energy to maintain relationships between individuals. Factors such as sex, age and rank influence the relationship between individuals, recently the influence of personality on relationships in non-human animal societies is investigated. Capuchin monkeys have a tolerant matrilineal social structure, with a rich social repertoire and a high cognitive capacity. These characteristics make them excellent models for translational studies. In Brazil, capuchin monkeys are intensely trafficked and the continuous influx of individuals in rehabilitation centers (CETAS) poses challenges for the formation of social groups. In the present work we analyze the influence of personality on the management and social relationships of captive-raised capuchin monkeys, at individual, dyadic and group levels. We hypothesized that: 1) we would find personality axes similar to those already described in the literature for capuchin monkeys; 2) the axes of openness and agreeableness would influence social play and grooming behaviors, respectively; 3) the departure of individuals from their social groups would be affected by their personalities and 4) that at the time of insertion, individuals would present a behavioral strategy for social acceptance related to their personality. During 1 year and a half (369.25 hours) we followed 41 individuals and 88 formations of social groups. ICC analysis of scores attributed to animals through the Hominoid Questionary Personality indicates agreement in 47 adjectives and factorial analyzes indicate 5 personality axes: Assertiveness, openness, agreeableness, confidence and neuroticism. Generalized linear models selected via the akaike criterion indicate that the five personality axes and the Euclidean distance between the dyads influenced grooming and play behaviors, but more but individuals with higher score in openness and agreeableness present different affiliation strategies within the group, where individuals with higher score in openness playing more and individuals with higher score in agreeableness grooming more. We also detected that individuals with higher scores in assertiveness and neuroticism are more removed from their social groups and the opposite occurs for individuals with high scores in agreeableness and confidence. In addition, individuals exhibit sexual display and request grooming as a strategy for the acceptance and tension-reducing at the time of social insertion, with individuals who score high on confidence showing less sexual display. Our results indicate that personality influences relationships and management. And that it can be another tool to help management decisions and provide better well-being to captive individuals.
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Teses |
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DANIELE OLIVEIRA SOUZA
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Efeito do óleo essencial da Lippia alba sobre a neuropatia causada por constrição do nervo ciático de ratos
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Orientador : EXPEDITO SILVA DO NASCIMENTO JUNIOR
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MEMBROS DA BANCA :
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EXPEDITO SILVA DO NASCIMENTO JUNIOR
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FERNANDO VAGNER LOBO LADD
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RENATA FIGUEIREDO ANOMAL
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FRANCISCO WALBER FERREIRA DA SILVA
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JOSÉ HENRIQUE LEAL CARDOSO
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Data: 05/03/2021
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As lesões dos nervos periféricos constituem um problema de saúde pública. Os déficits motores, sensoriais, autonômicos e o desenvolvimento de Dor Neuropática (DN), decorrentes das lesões dos nervos periféricos, podem comprometer a qualidade de vida dos pacientes. Após a lesão nervosa ocorre estresse oxidativo e liberação de citocinas inflamatórias e mediadores alogênicos que induzem a DN. A ocorrência destes problemas instiga a busca na natureza por compostos para a manipulação de novas drogas. A Lippia alba é uma planta medicinal cujo óleo foliar essencial apresenta atividade biológica no Sistema Nervoso Periférico (SNP). O objetivo deste estudo é avaliar o efeito do tratamento com o óleo essencial da Lippia alba (OELa) sobre a neuropatia periférica causada pela Constrição Crônica do Nervo Ciático (CCNC) de ratos. Foram utilizados 30 ratos Rattus novergicus (Wistar), de ambos os sexos, com massa corpórea variando entre 200-250 g. Os animais foram divididos nos grupos experimentais: Controle tratado veículo (CON), controle tratado com OELa 100 mg/Kg, p.o. (CON + OELa), grupo submetido a CCNC tratado com solução veículo (CCNC) e grupo submetido a CCNC tratado com OELa 100 mg/Kg (CCNC + OELa). O tratamento foi administrado 30 minutos antes da realização da CCNC no nervo ciático direito do animal e durante 14 dias seguidos. Realizou-se o teste de hipersensibilidade à dor, através do teste de von Frey e placa quente, 24 horas antes da indução da CCNC (dia 0), e nos dias 5, 7, 9 e 14 após a CCNC. No 14º dia após CCNC os animais foram eutanasiados. Em seguida realizada a dissecação do nervo ciático direito e esquerdo para análise do registro extracelular do Potencial de Ação Composto (PAC). Os parâmetros avaliados do PAC foram: Amplitude Pico-a-Pico (APP), cronaxia, reobase, amplitude positiva, velocidade de condução e duração da 1ª e 2ª componentes do PAC. A análise fitoquímica do OELa identificou uma variação quantitativa de substâncias, cujo composto majoritário foi o citral (geranial com 42,59% e neral com 28,21%). A avaliação da sensibilidade mecânica apresentou no CON uma média de 20,87g no limiar de reação ao estímulo. No grupo CCNC observou-se um aumento de 72,4% neste limiar no 5º dia de avaliação em relação ao CON, seguido por uma redução “sustentada” a partir do 7º dia de avaliação, em 54,65%, 59,34%, 58,8% nos dias 7, 9 e 14 de avaliação, respectivamente em relação ao CON, caracterizando hiperalgesia mecânica. O grupo CCNC+OELa, aumentou o limiar ao estímulo mecânico em 116,79%, 145,4% , 54,56% e 62% nos dias de avaliação 5, 7, 9 e 14, respectivamente em relação ao CON. No grupo CON+OELa também apresentou aumento em 141,2% a partir do 5º de avaliação, mostrando maior resposta no 7º dia de avaliação, apresentando um aumento de 260%. Não houve diferença significativa na sensibilidade do estímulo térmico em ratos submetidos à CCNC e grupo CON. No entanto, no grupo CON+OELa houve aumento de 56,25% do limiar ao estímulo no 7º dia de avaliação, comparado ao CON. Nos demais grupos experimentais não houve diferença significativa. A CCNC provocou alterações eletrofisiológicas em todos os parâmetros avaliados. A excitabilidade do nervo ciático no grupo CCNC (média: 2,5±0,14V) aumentou em 27,53%, ao reduzir a reobase, comparado ao CON (média:3,38±0,17V). Enquanto, o valor da cronaxia aumentou 54,89% no grupo CCNC (76,67±7,4μs) em relação ao CON (49,5±0,34μs). No grupo CCNC+OELa (3,6±0,05V), a reobase aumentou em 39,5%, em relação ao grupo CCNC, a cronaxia (59,7±1,12 μs) neste grupo não alterou. A reobase no grupo CON +OELa (4,14±0,18V) diferiu em 16,5% em relação ao CON. No grupo NE CCNC (3,15±0,25V) a reobase não foi alterada. A cronaxia para os grupos CON+OELa (68,5±2,7μs) e NE CCNC (65,2±5,7μs) não diferiu do CON. A APP no grupo CCNC (6,69 ± 0,89 mV) reduziu 51,62% em relação ao CON (13,85 ± 0,11mV). Quando foi associada ao tratamento com OELa (CCNC+OELa) a redução da APP foi de 73%, com média de 3,734 ± 0,31mV. O grupo CON+OELa (6,25 ± 1,25mV) reduziu a APP em 54,8% comparado ao CON. A amplitude positiva da primeira componente no grupo CCNC (3,982±0,61mV) reduziu 52,53% em relação ao CON (8,391±0,27mV). No grupo CCNC+OELa (2,132±0,22mV) reduziu 74,59%. O grupo CON+OELa também mostrou redução de 57%, com média de 3,6±0,51 mV. A segunda componente não foi registrada no grupo CCNC. Entretanto, esta foi preservada quando a CCNC foi associada ao tratamento com OELa (CCNC+OELa), apresentando média de 0,3±0,03mV, e diminuição da amplitude em 88,14% em relação ao CON (2,534±0,22 mV). O grupo CON+OELa também diminuiu amplitude da segunda componente em 34,78%, com média de 1,65 ± 0,14 mV, n=8, em relação ao CON. O grupo NE CCNC (2,24 ± 010mV) não mostrou alteração comparado ao CON. Quanto à velocidade de condução do PAC, o grupo CCNC (69,47±9,65m/s) mostrou redução de 44,73% na primeira componente do PAC, comparado ao CON (125,7 ± 13,97 m/s). O tratamento com OELa (CCNC + OELa, média:141,0±9,64m/s) reverteu esta diminuição em 102,96%, comparado ao grupo CCNC. Os demais grupos experimentais não mostraram diferença estatística, apresentando as seguintes médias: CON+OELa: 92,36±5,28m/s; NE CCNC: 112,1±14,45m/s. Na segunda componente do PAC, a velocidade de condução não foi alterada nos grupos CCNC+OELa (37,27 ± 1,80 m/s) e CON+OELa (36,38 ± 2,98 m/s) em comparação ao CON (44,27± 3,451m/s). A duração da primeira componente do PAC aumentou 45,21% no grupo submetido à CCNC (0,334 ± 0,04m/s), em relação ao CON (0,23 ± 0,014m/s). Os demais grupos não apresentaram diferença significativa comparado ao CON. Quanto à duração da segunda componente do PAC, no grupo CCNC não foi possível avaliar, haja visto não registrada. Nos demais grupos experimentais não houve diferença estatística em relação ao CON. Os dados comportamentais de avaliação da sensibilidade e eletrofisiológicos do PAC mostram que estão em consonância, sugerindo um efeito anestésico do OELa. Visto que na avaliação da sensibilidade houve aumento do tempo de resposta ao estímulo e aumento da reobase nos grupos que receberam tratamento com OELa, enquanto no grupo CCNC estes parâmetros diminuiram. Entretanto, no grupo CCNC a cronaxia foi aumentada, possivelmente relacionada a mudanças nas propriedades passivas da membrana, decorrente da CCNC. É importante ressaltar que não houve alteraçao da cronaxia nos grupos tratados com OELa, sugerindo um efeito neuroprotetor do OELa mediante lesão neuronal, provavelmente devido sua atividade antioxidante. Outra evidencia do efeito neuroprotetor do OELa é a preservação das fibras da segunda componente do PAC no grupo CCNC+OELa, tendo em vista que no grupo CCNC não se obteve registro desta. Este é um dado importante, pois, provavelmente esse fenômeno esteja relacionado à redução da neuroinflamação e dano neuronal.
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Peripheral nerve injuries are a public health problem. Motor, sensory, autonomic deficits and the development of Neuropathic Pain (DN), resulting from peripheral nerve injuries, can compromise patients' quality of life. After nerve damage, oxidative stress occurs and the release of inflammatory cytokines and allogeneic mediators that induce DR. The occurrence of these problems instigates the search in nature for compounds for the manipulation of new drugs. Lippia alba is a medicinal plant whose essential leaf oil has biological activity in the Peripheral Nervous System (SNP). The aim of this study is to evaluate the effect of treatment with Lippia alba essential oil (OELa) on peripheral neuropathy caused by Chronic Sciatic Nerve Constriction (CCNC) in rats. Thirty Rattus novergicus (Wistar) rats, of both sexes, with body mass varying between 200-250g were used. The animals were divided into the experimental groups: Control treated vehicle (CON), control treated with OELa 100 mg/Kg, p.o. (CON+OELa), group submitted to CCNC treated with vehicle solution (CCNC) and group submitted to CCNC treated with OELa 100 mg/Kg (CCNC+ OELa). The treatment was administered 30 minutes before the CCNC was performed on the animal's right sciatic nerve for 14 consecutive days. The pain hypersensitivity test was performed using the von Frey test and hot plate, 24 hours before CCNC induction (day 0), and on days 5, 7, 9 and 14 after CCNC. On the 14th day after CCNC, the animals were euthanized. Then, dissection of the right and left sciatic nerve was performed to analyze the extracellular record of the Compound Action Potential (PAC). The evaluated parameters of the PAC were: Pico-a-Pico Amplitude (APP), chronaxia, positive amplitude reobase, conduction speed and duration of the 1st and 2nd components of the PAC. The phytochemical analysis of OELa identified a quantitative variation of substances, the major compound of which was citral (geranial with 42.59% and neral with 28.21%). The evaluation of the mechanical sensitivity presented in the CON an average of 20.87s in the reaction time to the stimulus. In the CCNC group, there was an increase of 72.4% in the reaction time to the stimulus on the 5th evaluation day in relation to the CON, followed by a “sustained” reduction from the 7th evaluation day, in 54.65%, 59.34%, 58.8% on evaluation days 7, 9 and 14, respectively in relation to the CON, characterizing mechanical hyperalgesia. The CCNC + OELa group increased the reaction time to mechanical stimulus by 116.79%, 145.4%, 54.56% and 62% on evaluation days 5, 7, 9 and 14, respectively in relation to the CON. In the CON + OELa group, the reaction time to the stimulus increased by 141.2% after the 5th evaluation, showing a greater response on the 7th evaluation day, with an increase of 260%. There was no significant difference in the sensitivity of the thermal stimulus in rats submitted to CCNC and CON group. However, there was a 56.25% increase in reaction time to the stimulus in the CON + OELa group also on the 7th evaluation day, compared to the CON. In the other experimental groups, there was no significant difference. CCNC caused electrophysiological changes in all evaluated parameters. The sciatic nerve excitability in the CCNC group (mean: 2.5 ± 0.14) increased by 27.53%, when reducing the reobase, compared to the CON (mean: 3.38 ± 0.17). Meanwhile, the chronaxia value increased by 54.89% in the CCNC group (76.67 ± 7.4) compared to the CON (49.5 ± 0.34). In the CCNC+OELa group (3.6 ± 0.05), the reobase increased by 39.5%, compared to the CCNC group, the chronaxia (59.7 ± 1.12) in this group did not change. The reobase in the CON + OELa group (4.14 ± 0.18) differed by 16.5% in relation to the CON. In the NE CCNC group (3.15 ± 0.25) the reobase was not changed. The chronaxia for the CON + OELa (68.5 ± 2.7) and NE CCNC (65.2 ± 5.7) groups did not differ from the CON. The APP in the CCNC group decreased 51.62% in relation to the CON. When associated to treatment with OELa (CCNC + OELa) the reduction in APP was 73%. The CON + OELa group reduced the APP by 54.8% compared to the CON. The positive amplitude of the first component in the CCNC group decreased by 52.53% in relation to the CON. In the CCNC + OELa group, it decreased 74.59%. The CON + OELa group also showed a 57% reduction. The second component was not registered in the CCNC group. However, this was preserved when CCNC was associated with treatment with OELa (CCNC + OELa), with an average of 0.3 ± 0.03, n = 6, with a decrease in amplitude of 88.14% in relation to the CON. The CON + OELa group also decreased the amplitude of the second component by 34.78%, with an average of 1.65 ± 0.14, n = 8, in relation to the CON. The NE CCNC group (2.24 ± 010, n = 6) showed no change compared to the CON. Regarding the PAC's conduction speed, the CCNC group showed a 44.73% reduction in the first component of the PAC. Treatment with OELa (CCNC + OELa) reversed this decrease by 102.96%, compared to the CCNC group. The other experimental groups showed no statistical difference, presenting the following averages: CON + OELa: 92.36 ± 5.28, n = 7; NE CCNC: 112.1 ± 14.45, n = 6. In the second component of the PAC, the driving speed was not changed in the CCNC + OELa and CON + OELa groups compared to the CON. The duration of the first component of the PAC increased by 45.21% in the group submitted to CCNC, in relation to the CON. The other groups showed no significant difference compared to the CON. As for the duration of the second component of the PAC, in the CCNC group it was not possible to evaluate, since it was not registered. In the other experimental groups, there was no statistical difference in relation to the CON. PAC behavioral and electrophysiological assessment data show that they are in line, suggesting an anesthetic effect of OELa. Since in the sensitivity assessment there was an increase in the response time to the stimulus and an increase in the reobase in the groups that received treatment with OELa, while in the CCNC group these parameters decreased. However, in the CCNC group, the chronaxia was increased, possibly related to changes in the passive properties of the membrane, resulting from CCNC. It is important to note that there was no change in chronaxia in the groups treated with OELa, suggesting a neuroprotective effect of OELa through neuronal damage, probably due to its antioxidant activity. Another evidence of the neuroprotective effect of OELa is the preservation of the fibers of the second component of the PAC in the CCNC + OELa group, considering that in the CCNC group there was no record of this. This is an important fact, as this phenomenon is probably related to the reduction of neuroinflammation and neuronal damage.
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NATALIA ANDREA CRACIUN BOCCARDI
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Investigando a relação entre a pró-socialidade e a classe socioeconômica em crianças
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Orientador : MARIA EMILIA YAMAMOTO
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MEMBROS DA BANCA :
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MARIA EMILIA YAMAMOTO
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FIVIA DE ARAUJO LOPES
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DANDARA DE OLIVEIRA RAMOS
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ANUSKA IRENE DE ALENCAR
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PATRICIA IZAR
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Data: 26/03/2021
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Existe um constante esforço dos pesquisadores em entender quais são os fatores universais que favorecem ou desfavorecem a pró-socialidade em suas várias formas. Um desses fatores é a classe socioeconômica (classe). As evidências sobre a relação entre classe e pró-socialidade são controversas, tanto em crianças quanto em adultos. Esta tese investiga essa relação em crianças utilizando diferentes métodos. O primeiro capítulo apresenta uma introdução geral. O segundo capítulo faz uma revisão teórica sobre a evolução das hierarquias sociais e a influência da classe na pró-socialidade. Os três capítulos seguintes são empíricos, desenvolvidos a partir de três bancos de dados coletados em 2012-2013 e 2018-2019. Inicialmente, no terceiro capítulo demos um passo para trás e verificamos se os jogos econômicos apresentam validade inter-situacional e validade externa. Para isso, utilizamos o Jogo dos Bens Públicos, o Jogo do Ditador, escalas de auto-relato e fizemos observações comportamentais. Os resultados indicam que é preciso ter cautela antes de inferir algum fenótipo pró-social ao indivíduo a partir dos resultados dos jogos. O quarto capítulo faz o primeiro recorte de classe. Através de três estudos, avaliamos a relação entre diferentes medidas de classe e contextos sociais. Os resultados demonstraram que essas duas variáveis moderaram a diferenciação das classes, sugerindo que não se trata de uma associação simples e universal. O quinto capítulo concentra suas atenções em um único critério de classe individual, a educação parental. Através de dois estudos sugerimos que a educação parental e a pró-socialidade das crianças também se associam de forma complexa. De forma geral, os estudos empíricos contribuem com a discussão sobre a pró-socialidade nas crianças e indicam que pessoas de diferentes classes não têm necessariamente preferências pró-sociais distintas, mas variam conforme o comportamento que está sendo investigado, o contexto envolvido e o critério de classe adotado. Até onde sabemos, esses são os primeiros estudos brasileiros a investigar a relação entre classe e pró-socialidade de crianças através de multi-métodos. Por fim, o sexto capítulo resume algumas atividades de colaboração e extensão realizadas ao longo do doutorado.
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There is an ongoing effort by researchers to understand what are the universal factors that favor prosociality in its various forms. One of these factors is the socioeconomic status (status). Evidence about the relationship between status and prosociality is controversial both in children and adults. The present thesis investigates this association in children using different methods. The first chapter provides a general introduction. The second chapter offers a theoretical review of the evolution of social hierarchies and the influence of the class on pro-sociality. The following three chapters are empirical papers, developed from three databases collected in 2012-2013 and 2018-2019. In the third chapter, we took a step back and checked whether economic games have inter-situational and external validity. For this, we conducted the Public Goods Game, the Dictator Game, self-report scales and made behavioral observations. The results indicate that it is necessary to be cautious before inferring any prosocial phenotype to the individual from the outcomes of the games. The fourth chapter brings the status stratification. Through three studies, we assessed the association between different status measures and social contexts. The results showed that these two variables moderated the class differentiation, suggesting that it is not a simple and universal association. The fifth chapter focuses on a single criterion of individual status: parental education. Through two studies we suggest that parental education and children's prosociality are also associated in a complex way. In general, the empirical studies contribute to the discussion about prosociality in children and indicate that people from different classes do not necessarily have different prosocial preferences, but vary according to the behavior being investigated, the context involved and the adopted status criteria. As far as we know, these are the first Brazilian studies to investigate the association between children's status and prosociality through multi-methods. Finally, the sixth chapter summarizes some collaboration and extension activities carried out throughout the doctorate.
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ANA CECÍLIA DE MENEZES GALVÃO
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INVESTIGAÇÃO DE POTENCIAIS BIOMARCADORES DA DEPRESSÃO MAIOR
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Orientador : NICOLE LEITE GALVAO COELHO
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MEMBROS DA BANCA :
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CRISTIANE VON WERNE BAES
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FLAVIO FREITAS BARBOSA
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LUIS FERNANDO FARAH DE TOFOLI
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MARIA BERNARDETE CORDEIRO DE SOUSA
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NICOLE LEITE GALVAO COELHO
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Data: 07/04/2021
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A compreensão da fisiopatologia das doenças psiquiátricas é mandatória para o fortalecimento da psiquiatria de precisão, auxiliando no prognóstico, diagnóstico, tratamento e acompanhamento de pacientes. Nesse contexto, o uso de biomarcadores moleculares e da qualidade do sono como ferramentas parece ser promissor. Entre as doenças psiquiátricas, os transtornos de humor, principalmente a depressão maior (TDM) tem ganhado destaque no meio científico devido à sua crescente prevalência e morbidade. Inicialmente esse estudo avaliou a qualidade do sono (Inventário de qualidade sono de Pittsburgh: PSQI) e os níveis de diferentes moleculas periféricas: a proteína C reativa (PCR) plasmática, o fator neurotrófico derivado do cérebro maduro sérico (mBDNF), cortisol sérico (SC) e resposta ao despertar do cortisol salivar (CAR), e os comparou entre um grupo de pacientes com transtorno depressivo maior (n = 58) e um grupo controle de voluntários saudáveis (n = 62). Enquanto os pacientes em primeiro episódio (de novo) (DM n = 30) apresentaram níveis CAR e SC significativamente maiores do que os controles (n = 32), ele mostraram concentrações de mBDNF semelhantes. Os pacientes com depressão resistente ao tratamento (TRD n = 28) apresentaram níveis significativamente menores de SC e CAR, e concentrações mais elevadas de mBDNF e PCR do que os controles (n = 30). Ainda, a gravidade dos sintomas depressivos e a pior qualidade do sono foram negativamente correlacionados com SC e CAR, e positivamente para mBDNF. Em seguida, avaliamos o potencial dessas variáveis como biomarcadores de diagnóstico da TDM e de progressão da doença, para isso testamos alguns modelos matemáticos usando regressões logísticas multivariadas e a curva de RoC (Receiver Operating Characteristic Curve). Nenhum dos modelos de diagnóstico testados apresentou acurácia superior do que a escala de avaliação de depressão de Hamilton-6, (AUC = 0,99). O melhor modelo (AUC = 0,99) da progressão clínica incluiu: PSQI, CAR, SC e mBDNF. Em resumo, esses achados apontam que os tipos, as intensidades e a direção alterações biológicas no TDM diferem de acordo com a progressão da doença. Além disso, o impacto dessas alterações biológicas é principalmente relevante para predição da progressão do TDM, mas não para o seu diagnóstico. Assim, os presentes resultados auxiliaram na compreensão da patofisiologia da TDM e forneceram uma base que possa contribuir para estudos futuros que visem ao desenvolvimento de modelos matemáticos de biomarcadores de TDM que possam estar disponíveis comercialmente e ser utilizados na prática clínica na psiquiatria de precisão.
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The understanding of pathophysiology of mental diseases is mandatory for the strengthening of precision psychiatry, since it can helps in prognosis, diagnosis, treatment, and monitoring of patients. In this context, the use of molecular biomarkers and sleep quality as tools seems to be promising. Among psychiatric illnesses, the mood disorders, especially major depression (MDD), have gained attention by the scientific community due to their increasing prevalence and morbidity. Initially, this study evaluated the sleep quality (Pittsburgh Sleep Quality Inventory: PSQI) and the levels of different peripheral molecules, such as: plasma C-reactive protein (CRP), the neurotrophic factor derived from the mature brain (mBDNF), serum cortisol (SC) and response to salivary cortisol (CAR), for compare them between a group of patients with major depressive disorder (n = 58) and a control group of healthy volunteers (n = 62). While patients in the first episode (de novo) (MD n = 30) had significantly higher CAR and SC levels than controls (n = 32), they showed similar mBDNF concentrations. Patients with treatment-resistant depression (TRD n = 28) had significantly lower levels of SC and CAR, and higher concentrations of mBDNF and PCR than controls (n = 30). Still, the severity of depressive symptoms and the poorest quality of sleep were negatively correlated with SC and CAR, and positively for mBDNF. Then, we evaluated the potential of these variables as biomarkers of MDD diagnosis and disease progression, for it we tested some multimodal mathematical models using multivariate logistic regressions and the RoC (Receiver Operating Characteristic Curve) curve. None of the tested diagnostic models had a higher accuracy than the Hamilton-6 depression rating scale (AUC = 0.99). The best model (AUC = 0.99) of disease progression included: PSQI, CAR, SC and mBDNF. In summary, these findings indicate that the type, intensity and direction of biological changes in MDD differ according to the progression of the disease. Moreover, the impact of these biological changes is mainly relevant for prediction of the progression of MDD, but not for its diagnosis. Thus, the present results help in the comprehension of pathophysiology of MDD and provide a foundation that can contribute to future studies that aimed at the development of mathematical models of MDD biomarkers that can be commercially available and used in the clinical practice of precision psychiatry.
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VANESSA CARLA COELHO DE LIMA
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O COMPORTAMENTO PRÓ-SOCIAL E REDES SOCIAIS DE CRIANÇAS - DO INDIVÍDUO AO GRUPO
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Orientador : RENATA GONCALVES FERREIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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ARRILTON ARAUJO DE SOUZA
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BRISEIDA DOGO DE RESENDE
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FIVIA DE ARAUJO LOPES
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MARIA ISABEL PATRICIO DE CARVALHO PEDROSA
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RENATA GONCALVES FERREIRA
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Data: 12/05/2021
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Comportamentos pró-sociais são reconhecidos como atributos essenciais à formação e manutenção de vínculos entre indivíduos que vivem em sociedade. Entretanto, as relações sociais humanas acontecem em grande número e de maneira diversa e a decisão de agir de forma pró-social sofre influência de fatores proximais e contextuais. Nesse trabalho utilizamos a análise de redes sociais para examinar a hipótese de que os comportamentos pró-sociais de crianças de 5-6 e 10-11 anos, são influenciados pela posição do indivíduo na rede social, pela relação diádica e por características do grupo. Um total de 197 crianças tiveram suas redes de proximidade social e brincadeira construídas a partir de um esforço amostral de 98,5 horas de observação focal, durante os meses de fevereiro de 2018 a maio de 2019. Elas também foram submetidas a uma aplicação do Jogo do Ditador e a quatro repetições do Jogo de Partilha de bens públicos. Nossos resultados mostraram que índices das redes sociais previram estatisticamente o comportamento pró-social das crianças nos três níveis analisados. Em nível individual, maior centralidade de intermediação em redes de brincadeira previu maior recebimento de ações pró-sociais espontâneas, e maior grau do vértice em proximidade social previu maior oferta e recebimento dessas mesmas ações. No jogo de partilha de bens públicos (PBP), maior agrupamento local em brincadeira e maior grau do vértice em redes de proximidade previram menor doação ao grupo. Em nível diádico observamos maior proporção de vínculo entre díades de mesmo sexo e maior trocas pró-sociais entre meninas. Além disso, elevado índice de associação em brincadeira foi previsor de mais trocas de atos de pró-socialidade espontânea e de doações no jogo do ditador. Em nível de grupo a distância média entre os indivíduos foi a única variável previsora de maior pró-socialidade espontânea e de doação no jogo de partilha de bens públicos. Grupos formados por indivíduos mais próximos em interações de brincadeira se comportaram de forma mais pró-social e doaram mais para o bem comum do que grupos formados por crianças mais distantes. Houve maior prosocialidade espontânea em díades de meninas, mas não detectamos diferenças de sexo nos demais contextos e índices analisados. De forma semelhante, a idade não teve influência nos comportamentos analisados. Destaca-se diferenças apresentadas na expressão desses comportamentos em situações espontâneas e jogos econômicos, em que as crianças parecem usar estratégias mais pró-sociais em situações públicas e de baixo custo, e mais egoístas em situações anônimas e em partilha de bens preferidos. De forma geral ressaltamos a importância da brincadeira social na criação de intervenções que visem o aumento do comprometimento pró-social dos indivíduos.
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Prosocial behaviors are recognized as attributes essential to the formation and maintenance of bonds between individuals living in society. However, human social relations happen in a great number and in different ways, and the decision to act prosocially is influenced by proximal and contextual factors. In this work, we used social network analysis to examine the hypothesis that the prosocial behaviors of children 5-6 and 10-11 years old, are based on evaluations of contextual factors of the relationships between dyads and in the group as: social proximity and type of group. In a pilot study, 51 children (out of 170 predicted) had their social proximity and play networks constructed from a sampling effort of 25.5 hours of focal observation during the months of February to June 2018. They were also submitted to an application of the Dictator's Game, and four replicates of the Public Goods Game. Our results showed that: 1) the vertex degree of children of 5 and 6 years old was positively correlated with a higher offer of spontaneous pro-social behaviors, but the lower donation in the Dictator's game 2) The strength index was positively correlated the offering, and receipt of prosocial actions only among the youngest children; 3) For both ages, positive correlations were found between the offering of pro-social behaviors and the centrality of the individuals, as well as between the centrality and the reception of this type of behavior; 4) the reach correlated with the offering of prosocial behaviors at all ages. These results suggest that interactions between individuals and the position within their social networks relate to cooperative behavior and that socialization factors acquired with development seem to influence changes in the supply and reception of these behaviors. However, it is necessary to expand the sample to confirm our results.
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DIVNA DJOKIC
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Dinâmica do canto das baleias jubarte da América Latina
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Orientador : RENATA SANTORO DE SOUSA LIMA
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MEMBROS DA BANCA :
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OLIVER ADAM
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ELLEN GARLAND
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KATHERINE PAYNE
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ARTUR ANDRIOLO
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RENATA SANTORO DE SOUSA LIMA
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Data: 28/05/2021
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Machos de baleia jubarte são conhecidos pelos seus cantos complexos. As modulações desses cantos podem ser graduais, chamadas de evolução, ou rápidas — revoluções. Apesar dessa versatilidade, todos os machos da mesma área de reprodução adotam o mesmo tipo de canto, durante um determinado período reprodutivo. As regras que determinam essas modulações não são bem conhecidas. Um mecanismo possível gerador de tais mudanças no canto pode ser o intercâmbio dos componentes do canto na área de alimentação, onde populações distintas podem se encontrar, e potencialmente interagir. Outra possibilidade pode ser a visita de um indivíduo de outra população, durante a época da reprodução. Uma terceira opção em potencial seria uma deriva unidirecional do canto (até agora observada na Oceania, onde um único tipo do canto viaja de uma população a outra em anos subsequentes). Apesar de ter dados limitados sobre o nível de interação das populações distintas dos dois oceanos da América Latina, provenientes de análises genéticas e de foto identificação, nós hipotetizamos que esse tipo de contato é detectável através da natureza e construção do canto. Para determinar qual desses mecanismos mencionados anteriormente melhor explica a mudança do canto em populações distintas de baleias jubartes na América Latina, nós montamos uma base dos dados de 1718 minutos de gravações ao longo de 4 temporadas reprodutivas consecutivas (2016-2019), em 8 localidades diferentes em áreas reprodutivas na América Central e do Sul. A metodologia aplicada neste trabalho é dividida em métodos novos, construídos a partir deste estudo (uma chave para a classificação das unidades do canto e gráficos para visualização de padrões recorrentes a partir da distância de Levenshtein), métodos existentes mas não aplicados nesta área de pesquisa (ìndice de similaridade de Jaccard usado para comparar diferenças entre as unidades dos cantos) e métodos já bem estabelecidos empregados na pesquisa sobre o canto da baleia jubarte (Índice de similaridade de Levenshtein e ranqueamento de complexidade do canto). Mesmo que nem todos os resultados obtidos pela nossa pesquisa estejam de acordo com a literatura contemporânea, todos os nossos métodos concordam sobre a conclusão que as populações das baleias jubartes na América Latina, explorados nesse estudo, mantem contato acústico, que é variável em intensidade e tipo, e que esse contato (dessas ou de outras populações), é, provavelmente, um fator determinante das mudanças permanentes que observamos nos cantos das baleias jubartes.
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South America hosts two breeding stocks of humpback whales. During the austral winter/spring, stock A occupies the south-west Brazilian waters of the Atlantic and stock G, the south-east of the Pacific. Both stocks feed in high latitudes during the austral summer: Stock A in South Georgia and Sandwich Islands, and stock G in Corcovado Gulf, Magellan Strait and South Shetland islands. The aim was to determine if these stocks interact vocally and if so what is dynamics of song exchange that results in the evolution of song structure. Various researchers contributed to the dataset which is comprised by songs recorded in the breeding range of each stock, on their migration path and in feeding areas. Songs from years 2016 and 2017 were processed, while songs from 2018 and 2019 will further be included. Songs were transcribed into a sequence of letters representing each unit. Three criteria were used to letter-code each unit: the spectrogram, the aural perception by the analyst and the position of the unit in the recording. A string of letters was then generated. The Levenshtein distance between two strings computes the minimum number of insertions, deletions and substitutions necessary to transform one string into the other. Levenshtein calculation was applied on these letter strings resulting in values of similarity for further construction of a distance matrix. The matrix shows each song’s structure. Further, bird literature was consulted in order to establish new methods for assessing humpback whale song in more detail. Measurements widely applicable in bird song research were adapted to correspond a study of a humpback whale song: element repertoire (in humpback whale literature known as unit dictionary, (2) versatility (disposition of all units and their ratio within the recording), (3) syntax consistency (placement of units), (4) total number of unit types, as the total number of units sung by each individual per song , (5) mean number of units per song and (6) plateau This new approach could help in identifying if song structure changes more on the breeding or on the feeding sites. Preliminary results suggest a high level of song evolution along the breeding season, especially for stock G. Lacking recordings from the Antarctica feeding region for 2016 and 2017 are preventing any inferences on song evolution during that period. Indirect conclusions can be driven from song comparison among breeding areas in consecutive seasons. It is noteworthy that this project lays on the biggest humpback whale bioacoustic research network formed so far in Latin America.
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FERNANDA DA FONSECA FREITAS
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Comportamento alimentar e ansiedade em mulheres adultas jovens: situações semelhantes em diferentes contextos.
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Orientador : FIVIA DE ARAUJO LOPES
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MEMBROS DA BANCA :
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PATRÍCIA DE FRAGAS HINNIG
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FIVIA DE ARAUJO LOPES
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RACHEL COÊLHO RIPARDO TEIXEIRA
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SANCHA HELENA DE LIMA VALE
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VICTOR KENJI MEDEIROS SHIRAMIZU
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Data: 29/07/2021
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Atuais condições de vida podem afetar negativamente a saúde mental e causar modificações na dieta e no comportamento alimentar. É importante destacar que a ansiedade e alterações no padrão alimentar também são sintomas atribuídos à fase lútea do ciclo menstrual. Essas situações que comprometem a saúde emocional geralmente estão associadas a uma propensão a desejar e consumir alimentos ―saborosos‖ com alto teor de açúcar, gordura e calorias, pois possivelmente tal padrão alimentar interage com as vias centrais de recompensa, ocasionando uma experiência agradável e reconfortante, regulando e reduzindo emoções negativas. O presente estudo se propôs investigar a ansiedade e alguns comportamentos alimentares em mulheres adultas jovens, considerando o uso de anticoncepcional oral, a presença de sintomas pré-menstruais e a pandemia da COVID-19. Com exceção da alimentação emocional, não se observou influência do uso do anticoncepcional oral sobre as demais variáveis. Também foi identificada diferença nas pontuações de ansiedade, craving por alimentos doces e alimentação emocial de acordo com a presença de sintomas pré-mentruais e, de modo geral, a pandemia imapactou positivamente a ansiedade e o comportamento alimentar das parcicipantes. Em conclusão, o presente estudo fornece informações novas e importantes sobre a complexidade dos fatores envolvidos na etiologia da ansiedade e nas variações dos comportamentos alimentares, alertando a importância de estudar diferentes ambientes e diferentes contextos, pois estes podem gerar nas pessoas respostas distintas à situações semelhantes.
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Current life conditions can negatively affect mental health and cause changes dietary and eating behavior. It is important to underscore that anxiety and changes in eating pattern are also symptoms attributed to the luteal phase of the menstrual cycle. These situations that compromise emotional health are usually associated with a propensity to desiring and consuming ―tasty‖ foods with high levels of sugar, fat, and calories, as this eating pattern possibly interacts with the central reward pathways, causing a pleasant and comforting experience, regulating and reducing negative emotions. This present study to investigate anxiety and some eating behaviors in young adult women, considering the use of oral contraceptives, the presence of premenstrual symptoms and the COVID-19 pandemic. With the exception of emotional eating there was no influence of the use of oral contraceptives on the other variables. Differences were also identified in scores of anxiety, craving for sweet foods and emotional eating according to the presence of premental symptoms and, in general, the pandemic positively impacted the anxiety and eating behavior of the participants. In conclusion, this study provides new and important information about the complexity of factors involved in the etiology of anxiety and variations in eating behaviors, highlighting the importance of studying different environments and different contexts, as these can generate different responses in people to similar situations.
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ALICE BARROS CÂMARA
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EFEITOS COMPORTAMENTAIS E NEUROQUÍMICOS DA ATIVAÇÃO DO RECEPTOR DA NOCICEPTINA/ORFANINA FQ NO ESTRESSE DE DERROTA SOCIAL EM CAMUNDONGOS
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Orientador : ELAINE CRISTINA GAVIOLI
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MEMBROS DA BANCA :
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ELAINE CRISTINA GAVIOLI
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FABIANO PERES MENEZES
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MARIO ANDRE LEOCADIO MIGUEL
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JULIA JENSEN DIDONET
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LISIANE DE SANTANA SOUZA
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Data: 10/08/2021
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Vários receptores têm sido associados com a depressão. Entretanto, o papel do receptor NOP na depressão, ainda não é amplamente é reconhecido. Sabe-se que o receptor NOP tem ampla expressão no sistema nervoso e observou-se que a ativação deste receptor induz efeitos inibitórios, causando redução da liberação de neurotransmissores e/ou inibição do disparo neuronal, dependendo do sítio (pré ou póssináptico) no qual é expresso. Dessa forma, este estudo tem o objetivo de avaliar os possíveis efeitos comportamentais e bioquímicos do agonista RO65-6570 do receptor NOP em camundongos submetidos à condição de estresse social. Camundongos machos Swiss foram empregados neste estudo. Para avaliar o comportamento do tipo depressivo nos animais foram utilizados o teste do campo aberto, teste de interação social e teste de suspensão pela cauda. Além disso, foram utilizadas amostras de sangue e tecido para avaliar o estresse oxidativo em lipídeos e proteínas dos animais. O agonista NOP, Ro 65-6570 (1 mg/kg, ip) ou o estresse de derrota social reduziram a taxa de exploração no teste de campo aberto realizado seis dias após o protocolo de derrota social. O estresse de derrota social ou o tratamento com o agonista NOP também reduziram o número de levantamentos dos animais no campo aberto no penúltimo dia do protocolo de derrota social. O estresse de derrota social e/ou o agonista NOP aumentaram o tempo de imobilidade no teste de suspensão pela cauda realizado oito dias após o protocolo de derrota social, bem como reduziu a interação social dos animais no último dia do protocolo de derrota social. No entanto, sete dias após a finalização do protocolo, apenas a droga isoladamente conseguiu afetar a interação dos animais. Adicionalmente, o agonista NOP (1 mg/kg, ip) elevou a concentração de proteínas carboniladas (grupos carbonilas) no hipocampo. O estresse de derrota social e o agonista NOP, em conjunto, elevou o malondialdeídeo no soro e no córtex pré-frontal dos animais, assim como elevou a concentração de grupos carbonilas no córtex pré-frontal. Por fim, a droga por si só, foi capaz de elevar o malondialdeideo no soro. O estresse de derrota social e o agonista NOP não exerceram efeitos na distancia percorrida, na variação de peso dos animais, na defecação, no grooming, e na concentração de malondialdeideo do hipocampo. A ativação da sinalização do receptor NOP pode facilitar a aquisição do comportamento depressivo sub-crônico em animais, observado através de alguns testes comportamentais. A ativação do receptor NOP e o estresse de derrota social (em conjunto) podem estar relacionados com a peroxidação lipídica no sangue e no córtex pré-frontal de animais, além da oxidação proteíca no córtex pré-frontal. Isoladamente, a droga também pode contribuir para a peroxidacão lipídica no soro e oxidação proteica no hipocampo dos camundongos. Esses achados indicam um perfil pró-depressivo crônico induzido pela ativação da sinalização do receptor NOP, algumas vezes independentemente da presença do agente estressante (protocolo de derrota social). Por fim, sugerimos que um dos mecanismos relacionados com a participação do receptor NOP no transtorno depressivo seria a ativação de vias envolvidas no estresse oxidativo.
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Mostrar Abstract
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Several receptors have been associated with depression. However, the role of the NOP receptor in depression is not widely recognized yet. It is known that the NOP receptor has wide expression in the nervous system and it has been observed that the activation of this receptor induces inhibitory effects, causing a reduction in the release of neurotransmitters and/or inhibition of neuronal firing, depending on the site (pre-or post-synaptic) in which it is expressed. Thus, this study aims to evaluate the possible behavioral and biochemical effects of the NOP receptor agonist RO65-6570 in mice subjected to the condition of social stress. Methods: Male Swiss mice were employed in this study. To evaluate the depressive behavior in animals, the open field test, social interaction test, and tail suspension test were used. In addition, blood and tissue samples were used to evaluate the oxidative stress in lipids and proteins. Results: The NOP agonist, Ro 65-6570 (1 mg/kg, IP), or the stress of social defeat reduced the exploitation rate in the open field test performed six days after the social defeat protocol. The stress of social defeat or treatment with the NOP agonist also reduced the number of animal surveys in the open field on the penultimate day of the social defeat protocol. The stress of social defeat and/or the NOP agonist increased the immobility time in the tail suspension test performed eight days after the social defeat protocol, as well as reduced the social interaction of the animals on the last day of the social defeat protocol. However, seven days after the end of the protocol, only the drug alone was able to affect the animals' interaction. Additionally, the NOP agonist (1 mg/kg, IP) increased the concentration of carbonylated proteins (carbonyl groups) in the hippocampus. The stress of social defeat and the NOP agonist, together, increased malondialdehyde in the animals' serum and prefrontal cortex, as well as increased the concentration of carbonyl groups in the prefrontal cortex. Finally, the drug alone was able to raise malondialdehyde in the serum. The stress of social defeat and the agonist NOP did not affect the distance traveled in open field test, the animals' weight, defecation, grooming, as well as the concentration of malondialdehyde in the hippocampus. Conclusion: The activation of NOP receptor signaling can facilitate the acquisition of sub-chronic depressive behavior in animals, suggested by some behavioral tests. NOP receptor activation and social defeat stress (together) may be related to lipid peroxidation in the blood and prefrontal cortex of animals, as well as protein oxidation in the prefrontal cortex. The drug by itself may also contribute to serum lipid peroxidation and protein oxidation in the mice's hippocampus. These findings indicate a chronic pro-depressive profile induced by the activation of NOP receptor signaling, sometimes regardless of the presence of the stressor (social defeat protocol).
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ANTONIA LÍRIA FEITOSA NOGUEIRA ALVINO
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Trabalho por Turnos, Ciclo Sono e Vigília e Ritmo Circadiano Repouso e Atividade de Enfermeiros do Samu do Natal e da Grande Natal
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Orientador : JOHN FONTENELE ARAUJO
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MEMBROS DA BANCA :
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JOHN FONTENELE ARAUJO
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FABIANA BARBOSA GONCALVES
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JANE CARLA DE SOUZA
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FAUSTO PIERDONA GUZEN
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MARIA FILOMENA CEOLIM
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Data: 10/11/2021
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O objetivo desta pesquisa foi caracterizar o Ciclo Sono e Vigília (CSV), estados de humor e fadiga e verificar se essas variáveis apresentavam diferenças conforme o tipo e o tempo de exposição ao trabalho por turnos, em enfermeiros no SAMU do Natal e da Grande Natal. Participaram 47 voluntários que trabalhavam em turnos fixos (27,7%) e alternantes (72,3%), entre cinco a nove anos (63,8%), nove a doze anos (23,4%) ou mais de doze anos (12,8%). O CSV foi avaliado de forma subjetiva pelo [MEQ – HO], Escala de Sonolência de Epworth e [PSQI] e de forma objetiva pela actigrafia e polissonografia. A maioria dos participantes tem idades entre 31 a 40 anos (53,2%) e possuem especialização (74,5%). Como resultados em relação ao CSV os enfermeiros apresentaram médias e Desvio Padrão (DP) de cronotipo em 56 ± 9,3, sonolência diurna excessiva (média ± DP: de 10,4 ± 5,6), ritmo fragmentado (média ± DP: de IV 0,8 ± 0,2), baixa sincronização com o claro e escuro do dia (média ± DP: de IS 0,3 ± 0,1), baixa eficiência do sono (média ± DP: 49,2 ± 23,3) e alto número de despertares (média ± DP: 18,8 ± 8,3). Sobre a caracterização do sono, conforme o tipo de trabalho por turnos, os trabalhadores dos turnos fixos apresentaram sono mais alongado em N3 em comparação com os dos turnos alternantes (média ± DP: 60,1 ± 21,7) e estas diferenças foram estatisticamente significativas (W = 73; p = 0,02) e conforme o tempo de trabalho por turnos não houve significância. Sobre a caracterização dos estados de humor e fadiga observou-se que os participantes estavam severamente fadigados (média ± DP: 8,8 ± 7,1) e com algum grau de depressão (média ± DP: 8 ± 5,1) e ansiedade (média ± DP: 6,4 ± 5,2) e apresentaram médias de fadiga mais altas nos turnos alternantes (média ± DP: 10,5 ± 7,22, p = 0,02). Concluiu-se que os altos valores de IV e baixos valores de IS não se relacionam com os escores de fadiga, que as medidas de sono não são preditoras de fadiga, que não há relação entre o índice de fragmentação do sono e os escores de fadiga, mas que há uma relação entre os valores de M10 (diretamente) e L5 (inversamente) e os escores de fadiga, sendo que apenas M10 influencia a variável fadiga de Chalder (), que há uma relação entre duração do sono em N2 e N3 (diretamente) e os escores de fadiga e N2 e N3 influenciam a variável fadiga de Chalder (N2: ), há uma relação entre os valores de sonolência (diretamente), qualidade do sono (diretamente) e os escores de fadiga, apenas a qualidade do sono (Escore Pittsburgh) tem efeito significativo na fadiga (), e que os estados de humor e fadiga variam a depender do tipo e do tempo de trabalho por turnos.
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Mostrar Abstract
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Sleep is a physiological state that occurs cyclically in most species. Human beings, for example, spend more than a third of their lives sleeping. However, not all humans are able to dedicate that one third to sleep for several reasons. One of these reasons is the implementation of working in shifts and because of it, they are forced to reduce their total sleep time according to the demands of their job. This research aims to study the pattern of the sleep/wake cycles, their regulation mechanisms (homeostatic and circadian components), moods, and fatigue of nurses who are chronically submitted to shift work. METHODOLOGY: This is a cross-sectional study, with a quantitative approach and observational design, with thirteen evaluation measures, conducted with 47 nurses assigned to the “Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU” (Mobile Emergency Service) in Natal and Greater Natal area. To know the sleep/wake cycle patterns, The Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI), the Sleep Habits Questionnaire, the Epworth Sleepiness Scale (ESS), and the Sleep Diary, will be used (as subjective measures) and actigraphy (L5, M10, IV and AR) and polysomnography (F3-F4, C3-C4, O1-O2, Ad-Ae, OCG, EMG, ECG, respiratory movements and SPO2) will be used as objective measures. The Horne and Ostberg’s Morningness-eveningness Questionnaire (MEQ) and the Munich ChronoType Questionnaire (MCTQ) will be used to identify the chronotype and social jet lag, in addition to specific questionnaires to assess the socio-economic-demographic situation and the fatigue and depression levels. Nonprobability sampling was used because it was decided to make the subjects' availability more flexible. PRELIMINARY RESULTS: The preliminary results were based on data collected from actigraphy (38 subjects), online survey application (47 subjects answered), and polysomnography (25 subjects). The application of the questionnaires in the sample produced a set of data with 47 participants quantified in 246 random variables. The sample, non-probabilistic and for convenience, is characterized by 34 women and 13 men, which correspond to about 72% and 28% respectively. All subjects have been working in shifts for at least 5 years. Regarding mood states, it was observed that nurses are more depressed than anxious, although both scores were high. The most fatigued, with higher levels of sleepiness (75% for both situations), with worse self-reported quality of sleep (91.3%), and low IS values, however, they were only attributed to nurses who are submitted to shift work from 5 to 7 years, regardless of the type of shift. From the actigraphy data, it was observed that the IS values tend to be lower in this last group as well, showing an unstable rhythm among the participants. Still in this segment, a lower IV was observed when the individual works on a day shift or alternated in another employment relationship besides SAMU. Finally, it was observed that these professionals express an unstable rhythm, poor sleep quality, characterized by high levels of depression and anxiety.
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Francisco Edvaldo de Oliveira Terceiro
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INTERDEPENDÊNCIA E O SISTEMA DE REPRODUÇÃO COOPERATIVA: PERCEPÇÕES A PARTIR DE SAGUIS-DE-TUFO BRANCO (CALLITHRIX JACCHUS) EM CAMPO E CATIVEIRO
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Orientador : ARRILTON ARAUJO DE SOUZA
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MEMBROS DA BANCA :
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ARRILTON ARAUJO DE SOUZA
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Carolus Phillipus van Schaik
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Judith Maria Burkart Natalucci
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MARIA EMILIA YAMAMOTO
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PATRICIA IZAR
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Data: 23/11/2021
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A abrangência do repertório social humano, bem como o processo que fomentou a evolução de um sistema tão complexo são de particular interesse para biólogos, psicólogos e antropólogos. Advindo deste último campo de estudo, uma importante hipótese que busca elucidar a evolução do nosso comportamento é a hipótese do reprodutor cooperativo (HRC). Sob a égide do sistema reprodutor cooperativo estão espécies que vivem em grupos, cuja prole recebe altos níveis de investimento tanto dos pais como de outros membros do grupo social, em particular, destacando-se o cuidado parental e aloparental, respectivamente. A sobreposição entre parentesco dos ajudantes, intensidade do viés reprodutivo e nível de investimento aloparental estão limitados pela história de vida e composição genética de cada táxon. A reprodução cooperativa, por outro lado, não é um fenômeno homogêneo (Shen, et al., 2017). Há espécies com grupos multi-macho e multi-fêmea com poligamia abrangente e variações na prevalência de múltiplos reprodutores. Alternativamente, há grupos com apenas um par reprodutor, enquanto os demais membros, que em sua maioria são proles do par reprodutivo, retardam indefinidamente a própria reprodução enquanto se comportam como cuidadores (Koenig et al., 2016). Portanto, o termo reprodutor cooperativo abrange uma ampla diversidade de comportamentos passíveis de análise. A HRC postula que o substrato fisiológico e motivacional do sistema reprodutor cooperativo, em condições naturais, pode otimizar a performance em uma gama de mensurações cognitivo-sociais. Minha abordagem nesta tese, portanto, foi explorar as variações comportamentais de um primata reprodutor cooperativo, o sagui-de-tufo-branco (Callithrix jacchus), decorrentes de níveis distintos de interdependência. Interdependência, enquanto conceito que enfatiza o impacto de um indivíduo na aptidão de co-específicos, é importante para o estudo de espécies vivendo em grupos. Ao manipular os níveis de interdependência, é possível, portanto, fazer prognósticos sobre variações comportamentais da espécie enquanto modelo experimental, e assim, expandir o conhecimento acerca dos pilares biológicos do sistema reprodutor cooperativo, além de sua relevância para explicar a evolução do peculiar repertório social da espécie humana. e, por fim, testar novamente a HRC. Como objetivo desta tese, investiguei a Hipótese do Reprodutor Cooperativo, a partir das variações comportamentais intraespecíficas derivadas de diferentes níveis de interdependência. Nos capítulos empíricos analisei respostas comportamentais de C. jacchus em três contextos comportamentais: tolerância social, partilha alimentar e reação a co-específicos com sinais de estresse. Conclui essa etapa com uma revisão sobre o sistema reprodutor cooperativo abrangendo a definição predominante e seus pontos negativos, os benefícios ecológicos para reprodutores, prole e ajudantes, as possíveis rotas evolutivas que permitiram o surgimento e sucesso deste sistema e as possíveis consequências comportamentais decorrentes deste sistema reprodutivo. No capítulo 2, aferi se a tolerância social de C. jacchus é maior em circunstâncias de alimento com maior disponibilidade (ambiente de cativeiro) ou com menor disponibilidade (ambiente natural), portanto, com maior interdependência. Ao contrário de primatas com reprodução independente, C. jacchus demonstrou maior tolerância social no ambiente com maior interdependência (habitat natural). Destaca-se que o elo entre a interdependência proveniente da reprodução cooperativa e a tolerância social, extensamente reportado na literatura, não é um artefato da vida em cativeiro. Finalmente, ressalta-se ainda o impacto da interdependência na evolução de reprodutores cooperativos altamente tolerantes, o que, em última instância, afeta a compreensão da evolução social em nossa espécie. No capítulo 3, o objetivo foi estimar o ajuste de C. jacchus ao partilhar alimentos com infantes sob disponibilidade alimentar variável. Todos os indivíduos observados, com exceção das fêmeas subordinadas, seguiram uma estratégia baseada na interdependência e, portanto, reduções na disponibilidade alimentar foram seguidas por aumento na partilha alimentar aos infantes. Ademais, essa resposta comportamental também é adotada para itens alimentares difíceis de obtenção e em estágios de maior dependência da prole. Fêmeas subordinadas, quando participando no cuidado à prole, seguem uma estratégia baseada primariamente nas limitações ecológicas e, portanto, partilham menos alimentos em períodos de menor disponibilidade. Fica evidente que a variação comportamental de C. jacchus está intimamente associada aos níveis de interdependência e às estratégias ecológicas particulares dos indivíduos; também, que há uma interconexão entre as hipóteses da reprodução cooperativa e de interdependência, e a importância de ambas as hipóteses na evolução do sistema de reprodução cooperativa. No capítulo 4, avaliei como C. jacchus reage a co-específicos com sinais de estresse e se estas reações são governadas por motivações empáticas ou egocêntricas. Verifiquei que todos os participantes demonstraram contágio ao estímulo emocional, ainda não registrado em C. jacchus, indicando que essa espécie possui um repertório de comportamentos sociais maior do que o esperado. Além disso, machos se aproximaram mais de co-específicos com sinais de estresse em comparação a co-específicos relaxados, um resultado consistente com a notável pró-socialidade dentre os machos de C. jacchus em ambiente natural (Yamamoto et al., 2014). Esses dados evidenciam a capacidades dessa espécie sob a perspectiva do modelo de combinação empática (Yamamoto, 2017). E, quando associados aos resultados obtidos com roedores (Burkett et al., 2016), esclarecem o surgimento evolutivo de habilidades empáticas ao mover o foco das espécies com cérebros grandes para as espécies altamente interdependentes. Finalmente, no capítulo 5 discute-se o sistema reprodutor cooperativo com o foco em sua definição, benefícios ecológicos, evolução e consequências comportamentais. Com base neste capítulo e nos resultados obtidos nos demais capítulos, destaco possíveis contribuições desta tese para a discussão do processo evolutivo que possibilitou a emergência deste sistema. A proposta de síntese feita por Shen et al., (2017) não destaca a importância de estudos comportamentais para fortalecer o escrutínio sobre sua proposta. Considerando o papel central da interdependência no funcionamento do sistema reprodutor cooperativo, destaco a importância da utilização do rico arcabouço empírico na diversificação dos estudos sobre as forças que levaram à emergência evolutiva do sistema de reprodução cooperativa. Em síntese, o principal resultado desta tese é o papel da interdependência como força motriz na tolerância social e a partilha de alimento em primatas reprodutores cooperativos. Ademais, serve de base, para explicitar a importância do nicho ecológico-social na evolução de certas habilidades mais complexas em C. jacchus, a despeito da ausência de cérebros grandes e sua consequente capacidade computacional. Implicitamente, os resultados desta tese demonstram que a manipulação dos níveis de interdependência é uma ferramenta importante para compreensão do sistema de reprodução cooperativa. A interdependência parece funcionar como elemento central neste sistema de reprodução, de modo que, a manipulação dos níveis de interdependência pode trazer a tona a diversidade de respostas comportamentais possíveis dentre as espécies que apresentam o sistema de reprodução cooperativa.
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The human social repertoire is one of the most puzzling phenomena and historically under examination by several philosophical and scientific traditions. Both the extent of that repertoire and the evolutionary process that fostered such a complex system are of particular interest for behavioural anthropologists. From this school of thought emerges a notable hypothesis tackling the evolution of our social behaviour, the cooperative breeding hypothesis (CBH). Cooperative breeding systems are present in group living species in which offspring receive extensive care from individuals other than their parents. Moreover, because of the prevalence of parental and, especially, alloparental care, this system is also characterized by life history attributes as well as behavioural peculiarities. The CBH posits that, under naturalistic conditions, the psychological and motivational mechanisms required for a cooperative breeding system to function smoothly might also support an increase in performance in a variety of socio-cognitive contexts and tasks. My approach was to explore the behavioural variation associated to contrasting interdependence levels in a cooperatively breeding primate species, namely the common marmoset (Callithrix jacchus). Interdependence, a concept referring to the situation that a subject impacts a conspecifics’ overall fitness, is generally high in cooperative breeders, but variation also exists. Hence, comparing intra-specific behavioral variation in marmosets under different levels of interdependence allows for valuable insights into the underpinnings of their cooperative breeding system. These insights have implications for our understanding of the evolution of the human social repertoire and further tests of the CBH. The overarching goal of my PhD thesis was to investigate the CBH by exploring interdependence-driven intra-specific behavioural variation. In the first three subsequent empirical chapters, I assessed C. jacchus’ behavioural outputs by looking into three biologically relevant behaviours, namely social tolerance, food sharing and reaction to conspecific’s distress. Lastly, I reviewed the cooperative breeding system by addressing its prevalent definitions and pitfalls, the ecological benefits to parents, offspring, and helpers, the possible evolutionary pathways for this system to emerge and thrive, and finally, the behavioural consequences of the cooperative breeding system. In chapter 2, my goal was to assess if common marmosets’ social tolerance is higher in captivity where food is readily available or in the more demanding wild setting. The main finding was that, unlike independently breeding primates, adult common marmosets displayed higher social tolerance toward each other in the wild setting where food is scarce and mutual interdependence to successfully raise offspring therefore high. The results in this chapter thus emphasize the crucial relevance of interdependence in the evolution of highly tolerant cooperative breeders and therefore has implications for our understanding of the origins of humans’ social tolerance and hyper-cooperation. In chapter 3, the goal was to investigate how wild-living C. jacchus adjust their food-sharing behaviour towards infants as food availability varies. The primary finding was that all common marmosets, except female helpers, engage in an interdependence-driven strategy in which decreasing food availability increases food-sharing behaviour toward infants; this was also the case for older infants and for hard to obtain food items. Despite playing a relevant role overall in infant care, female helpers engage in an ecologically driven strategy and thus share food to infants more often when food is more abundant. This chapter helps us to illustrate how C. jacchus’ behavioural variation is remarkably reliant on interdependence levels. Additionally, it consolidates the interconnection between the cooperative breeding and interdependence hypothesis and their role in the evolution of the cooperative breeding system. Finally, in chapter 4, the ultimate objective was to evaluate how common marmosets react to conspecifics in distress and try to disentangle if emphatic rather than selfish motivations would govern these reactions. I found that all group members displayed contagion of emotional arousal, a previously unknown behaviour in common marmosets, thus indicating that common marmosets have a larger social repertoire than previously thought. Furthermore, I also found that male individuals were more likely to approach conspecifics in distress than relaxed ones, a finding consistent with the more conspicuous proactive prosociality from male common marmosets. Altogether, these results from chapter 4 highlight C. jacchus’ empathic competence in light of the combination model framework and helps us to better explain the emergence of empathetic capacities by moving the spotlight from large-brained species to highly interdependent ones. Overall, the main findings from this thesis reflect how interdependence is a driving force for social tolerance and food sharing in the cooperatively breeding common marmoset. Moreover, they also support the importance of social environments shaped through reproductive interdependence for the evolution of complex social skills in our model species, without the presence of large brains and its ensuing computational potency. Notably, the underlying finding from my thesis is the usefulness of interdependence variation as a tool to manipulate and thus expand our comprehension regarding the cooperative breeding system. Furthermore, interdependence appears to work as a linchpin for the cooperative breeding system, and therefore, its controlled manipulation might be used to assess a whole host of behavioural outputs from other species under this system and further explore the cooperative breeding intricacies.
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