"A relação entre trabalho, racionalidade e tecnologia na obra de Marcuse".
tecnologia; trabalho; racionalidade; teoria crítica
Este trabalho tem como objetivo investigar a relação entre os conceitos de trabalho, racionalidade e tecnologia na obra de Herbert Marcuse entre 1928 e 1964, tendo como intuito final contextualizar a crítica da tecnologia realizada em O Homem Unidimensional. Para isso, foram selecionados trabalhos relevantes de três momentos diferentes desse recorte temporal. De início, investiga-se o papel da noção de trabalho tanto na releitura da fenomenologia heideggeriana feita por Marcuse, que pretendia utilizá-la para complementar o marxismo, quanto na sua própria concepção ontológica de trabalho. Em um segundo momento, mostra-se como, após sua adesão ao Instituto de Pesquisa Social, há uma virada racionalista no pensamento de Marcuse. O segundo capítulo deste trabalho pretende demonstrar como Marcuse posiciona a racionalidade como parâmetro para a organização social direcionada para a realização humana, sem, contudo, deixar de criticar alguns de seus desenvolvimentos e pressupostos. Nesse contexto, Marcuse escreve sua primeira crítica da tecnologia, que é analisada, nesta dissertação, junto à sua crítica da racionalidade e a trechos de Marx sobre o desenvolvimento da indústria. No terceiro capítulo, trabalho, racionalidade e tecnologia convergem na análise marcuseana da sociedade unidimensional. Pretende-se mostrar como, na obra de Marcuse, a ambiguidade da tecnologia e de seus efeitos sobre o trabalho parece estar diretamente relacionada à ambiguidade da própria racionalidade. Apresenta-se, por último, algumas das soluções propostas por Marcuse para reunir os reinos da necessidade e da liberdade. À luz dos conteúdos pesquisados, objetiva-se contribuir para os atuais debates acerca do tema, destacadamente o postulado por Andrew Feenberg e John Abromeit.