A PREFIGURAÇÃO DO ABSURDO NOS ENSAIOS DE JUVENTUDE DE ALBERT CAMUS
Absurdo; Imagem; Homem; Ensaio.
A presente pesquisa tem por objetivo refletir acerca do Absurdo, conceito central do ensaio filosófico O Mito de Sísifo: Ensaio sobre o Absurdo (1942), em diálogo com os ensaios narrativos da juventude, O Avesso e o Direito (1937) e Bodas em Tipasa (1939), obras do filósofo franco-argelino Albert Camus (1913-1960). A filosofia camusiana é marcada pela limitação da razão em apreender a realidade, restringindo-se a descrever aparências, mudanças e movimentos do Devir. A imagem é designada para a representação do entrave racional, funcionando como recurso argumentativo a fim de construir o conceito filosófico, por meio de sucessivas imagens que ilustram a transitoriedade do real. Dessa forma, o conceito de Absurdo é formado a partir das representações imagéticas que ilustram a condição negativa da existência humana. As imagens se referem as formas que o Absurdo afeta o ser humano. Primeiramente, na forma sensível chamada “sentimento de Absurdo”, em seguida na forma intelectiva, nomeada “noção de Absurdo”, expressão camusiana que denota o conceito de Absurdo. Por fim, o trabalho se encaminha à análise dos ensaios narrativos da juventude à luz do Absurdo, a fim de desvelar a presença do conceito desde os primeiros escritos de Albert Camus, indicando o elo conceitual entre os ensaios analisados.