Aniquilação: genealogia da crítica de Maria Zambrano ao pensamento ocidental
Maria Zambrano. Crise da razão. Razão poética. Persona.
Tendo em vista que no Brasil há pouca produção bibliográfica a respeito do pensamento de Maria Zambrano, principalmente de uma perspectiva mais filosófica, uma vez que os trabalhos que constam nas plataformas se concentram mais em seu aspecto religioso/místico e literário/estético, a respectiva dissertação teve como objetivo suprir tal lacuna. Assim, a presente dissertação dedicou-se a reconstruir a crítica de Maria Zambrano da modernidade (a crise da razão), a qual consiste em uma genealogia da crise ocidental/europeia, chamada por Mercedes Gómez Blesá[1] de Aniquilação. Desse modo, a partir da pesquisa histórico-bibliográfica, se deu, além da análise crítica do panorama histórico, político e filosófico, que permite identificar as preocupações e motivações subjacentes em sua obra (nas quais se encontram a gênese das principais noções da obra zambraniana, de razão poética e persona), também se oferece um modesta reorganização sistemática dos escritos e argumentação da filósofa ao expor as etapas e eixos temáticos de seu pensamento (crítico ou negativo e afirmativo ou positivo), que apresentam todos os aspectos do pensamento zambraniana: que partem de uma preocupação de dimensão ética e política e migra para explicação da crise a partir de uma dimensão ontológica e epistemológica, que conduzem às contribuições, tanto nas áreas de conhecimento citadas, quanto à estética filosófica. Isso posto, tal itinerário contribuí à identificação, compreensão e justificação, das origens, relações e os fins das noções principais da obra de Zambrano (razão poética e persona), enquanto alternativa e superação da modernidade, com o intuito de que se continue desenvolvendo aspectos específicos do pensamento zambraniano.