Banca de DEFESA: JOSÉ ROBERTO GUIMARÃES DA ROCHA FROTA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : JOSÉ ROBERTO GUIMARÃES DA ROCHA FROTA
DATA : 03/12/2021
HORA: 15:00
LOCAL: Canal do YouTube PPGFIL UFRN
TÍTULO:

Ecos de um pensamento da ambiguidade e do silêncio a partir de A estrutura do comportamento de Maurice Merleau-Ponty


PALAVRAS-CHAVES:

Merleau-Ponty; Comportamento; Forma; Estrutura; Percepção; Expressão.


PÁGINAS: 133
RESUMO:

Se há um tema que atravessa todo percurso filosófico de Merleau-Ponty e que, certamente, ao mesmo tempo que o insere dentro de uma tradição inaugurada por Descartes, o coloca em oposição radical a essa mesma tradição, este é o tema da relação entre consciência e natureza. Ele é posto como questão orientadora de sua primeira obra publicada, A estrutura do comportamento, e é também o tema da Fenomenologia da Percepção, trabalhos esses em que a questão é colocada a partir de um deslocamento da compreensão, desde Descartes, do que seja experiência e percepção, ancorando-as na facticidade de um corpo próprio, fazendo assim aparecer na percepção e na experiência um fundo de expressão. O mesmo tema está presente em seus escritos pós Fenomenologia, mas agora na forma de uma interrogação voltada para a questão de centralidade da expressão e da linguagem. É nesse sentido que propomos aqui que A estrutura do comportamento nos abre para questões que vão acompanhar o filósofo até seus últimos escritos, que ela não perde validade com os movimentos por vir de seu autor, mas que pelo contrário, ganha em profundidade, que se já nos introduz a pontos axiais que vão nortear as pesquisas futuras, que, simultaneamente, ela vai também se tornando, conforme a obra do autor vai se estendendo, num aspecto do todo da obra, de modo que pode se dizer que ela ilumina e é iluminada pelo pensamento que a sucede. Num primeiro momento (capítulo 1), trabalhamos sobre sua crítica a um cartesianismo que se estabelece e domina as ciências e a filosofia moderna, uma orientação para o pensamento
objetivista que ignora e mesmo subverte a fecundidade originária da experiência ingênua, trazendo à luz a noção silêncio do mundo percebido. Aqui já apontamos para uma certa leitura da obra de Descartes que remete à noção de impensado que será trabalhada mais explicitamente nos escritos derradeiros, em especial, no ensaio “O filósofo e sua sombra”. Nos capítulos 2 e 3 buscamos expor sua crítica à Gestalttheorie e ao behaviorismo que aponta, simultaneamente, para suas insuficiências, pois que não se desvinculam das dicotomias sedimentadas a partir de Descartes, quanto para àquilo que trazem de mais fecundo, qual seja, as noções de comportamento e forma; é pela apropriação e radicalização dessas noções que as relações entre consciência e mundo (ou mesmo animal e meio) se mostram ambíguas, apontam para a necessidade de um pensamento da ambiguidade que vai permear seu percurso filosófico. Na última secção tecemos uma reflexão sobre como os temas abordados reverberam no todo da obra para em seguida fazer uma pequena reflexão acerca do movimento mais explícito do autor que aponta para a um fazer filosófico como escritura, escritura essa que simultaneamente é convocada pelo silêncio e envolvida no silêncio. Se propomos, assim, que A estrutura do comportamento tem um sentido que vai além dela, é porque defendemos que o aspecto ambíguo de nossa relação com o mundo, o silêncio do mundo percebido e a compreensão de percepção já como expressão, temas esses trabalhados nesta obra inaugural, se fazem presentes e mesmo governam aspectos centrais do percurso do filósofo.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1718581 - EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
Interno - 1340799 - LUIZ PHILIPE ROLLA DE CAUX
Externo à Instituição - WANDERLEY CARDOSO DE OLIVEIRA - UFSJ
Notícia cadastrada em: 27/11/2021 11:54
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