O QUE É “SER POLÍCIA”?
Tensões, continuidades e rupturas na Polícia Civil
Palavras-chave: segurança pública, polícia civil, identidade.
A presente dissertação propõe tentar identificar e compreender, através da observação participante e do mapeamento de discursos e de entrevistas, indícios de continuidades e rupturas nas práticas e valores da Polícia Civil, especificamente do RN. O trabalho está estruturado em três capítulos. Inicialmente apresenta um panorama histórico sobre o processo de formação das corporações policiais no século XIX, criadas para garantir a “segurança pública” no Brasil. Posteriormente, ao tratar dos paradigmas que constroem a identidade policial, trata do inquérito policial, que é considerado o “coração da atividade da Polícia Civil” e uma atividade central para sua estruturação. Em um terceiro momento, ao focar nos dados de campo, identifico que a Polícia Civil é uma corporação fundada em paradigmas de séculos passados, mas que começa a delinear novas formas de atuação e representação de si, o que gera um constante processo de questionamento acerca “do que é ser polícia?”. Diante desse cenário, marcado pela tensão e por relações de continuidade e descontinuidade, concluímos que existem condições para a desnaturalização de pressupostos antigos, o que provoca reflexos nos modos de ser e estar na corporação na contemporaneidade.