ARQUITETURA RURAL DO BREJO PARAIBANO: TERRITÓRIO, ESPAÇO E COTIDIANO
Construções Rurais; Ciclos Econômicos; Brejo Paraibano; Fenomenologia.
A microrregião do Brejo Paraibano destaca-se por sua singularidade em termos de dinâmica e complexidade no cenário agrário, em grande parte devido às demandas de capital que, por sua vez, acompanharam sua situação de mercado, estimulando os avanços e retrações dos ciclos econômicos agrícolas mais vantajosos em cada período. Portanto, as transformações no meio rural, a delimitação das estruturas fundiárias e, no caso da arquitetura, os recursos financeiros acumulados nas plantações foram decisivos para o surgimento de engenhos e casas-sedes, bem como contribuíram para a formação de uma aristocracia e para o desejo de refletir os códigos burgueses. Nesse contexto, considerando o interesse em investigar a materialidade da arquitetura, esta pesquisa utiliza a fenomenologia para analisar as percepções dos atores sociais do Brejo Paraibano, ou seja, daqueles que habitam a arquitetura rural da região. Os procedimentos metodológicos foram desenvolvidos de acordo com os objetivos do estudo, por meio de levantamento bibliográfico e documental, pesquisa de campo, entrevistas, análise arquitetônica e catalogação, além de leitura fenomenológica. Em síntese, os resultados obtidos serão classificados como um conjunto de informações esquematizadas em torno de dois eixos: a) materialidade arquitetônica e construtiva e suas transformações de acordo com os ciclos econômicos agrícolas; b) a percepção fenomenológica que os moradores rurais têm do espaço físico – suas representações e referências do passado e do presente. Nessa perspectiva, espera-se que o estudo traga uma contribuição relevante para o campo do ambiente construído e da fenomenologia, ambos tratados como instrumentos de valorização da memória e do conhecimento, contribuindo, assim, para a preservação da multiplicidade de histórias relacionadas à arquitetura e ao "lugar", bem como subsidiando novas reflexões.