Banca de QUALIFICAÇÃO: SARAH DE ANDRADE E ANDRADE

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : SARAH DE ANDRADE E ANDRADE
DATA : 26/01/2021
HORA: 14:30
LOCAL: Sala Virtual (Videoconferência)
TÍTULO:

PERIFERIA (INS)URGENTE: Da segregação urbana ao Direito à Cidade no morro de Mãe Luiza

 


PALAVRAS-CHAVES:

Insurgência urbana, Periferia, Planejamento Urbano e Regional, Direito à Cidade.


PÁGINAS: 70
RESUMO:

O projeto de pesquisa que aqui apresentamos para o exame de qualificação inicia uma reflexão sobre as relações dialéticas entre apropriação e dominação no contexto da produção capitalista do espaço e, para tanto, observa o caso do bairro de Mãe Luíza em Natal, no Rio Grande do Norte. Partindo do caráter insurgente das práticas socioespaciais que se dão em seu território, buscamos desvelá-las para compreender seu papel na superação das condições de vida impostas pela segregação urbana. Ocupação inicial de áreas lindeiras à praia, mutirões e campanhas de pavimentação de vias, desratização e construção habitacional, financiamento, construção e gestão compartilhada de equipamentos de uso coletivo como escolas e ginásio multiuso: a organização ao redor da permanência e a problematização das principais carências do bairro, bem como a articulação social para saná-las, insere Mãe Luíza em um contexto de lutas e conquistas que são importante marco na produção do espaço periférico da capital Potiguar. Seu caminho aponta a superação da “agenda da sobrevivência” e evidencia a “agenda da cidadania” como horizonte emancipador nos fazendo questionar, o que há ali de específico para a compreensão de como os grupos sociais insurgem na busca por transformar as condições materiais e imateriais da vida cotidiana. Apoiadas nas reflexões do filósofo francês Henri Lefebvre, nossa hipótese é a de que que os processos simultâneos e contraditórios de apropriação e dominação do espaço, resultantes e resultado das diferentes práticas socioespaciais que se dão no bairro, caminham na direção da construção de um “espaço diferencial” (LEFEBVRE, 2013 [1974]), sendo aquele que expressa a conquista do direito às diferenças, às resistências e às pluralidades, a partir das quais se enfatizam as possibilidades de transformação social. Lançando mão das estratégias metodológicas consideradas exitosas para este mesmo autor - que se configura na referência seminal deste trabalho - para responder à questão de pesquisa e trilhar os caminhos em direção à comprovação (ou não) de nossa hipótese, a tese se estrutura a partir do método regressivo-progressivo. Assim, lançamos um olhar inicialmente descritivo e curioso da insurgência no bairro de Mãe Luíza, retornando aos momentos que contribuíram para a conformação destas relações e voltando ao presente para tecer as costuras que permitem entender suas especificidades. Utilizamos ainda procedimentos e técnicas da pesquisa qualitativa, como as entrevistas semiestruturadas apoiadas, por sua vez, no diálogo entre os métodos Paroles d’habitants (LEFEBVRE, 1970; HAUMONT, 2001; RAYMOND, 2011) e Entrevista Compreensiva (KAUFFMAN, 2013). Esperamos que, através da investigação, ênfase e privilégio à análise do vivido, “meio” através do qual e onde se constrói o cenário de conquistas e empoderamento dos núcleos periféricos urbanos, este trabalho contribua para ratificar a dimensão do uso e da apropriação na produção do espaço urbano e a consequente retomada e ampliação do encontro, do lúdico, da obra e do Direito à Cidade.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 347575 - AMADJA HENRIQUE BORGES
Interna - 350504 - MARIA DULCE PICANÇO BENTES SOBRINHA
Externo ao Programa - 4881313 - ANDERSON CRISTOPHER DOS SANTOS
Externa à Instituição - DORALICE SÁTYRO MAIA - UFPB
Externo à Instituição - ROBERTO LUÍS DE MELO MONTE-MÓR - UFMG
Notícia cadastrada em: 21/01/2021 14:01
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