Painel compósito de fibra da folha do abacaxizeiro e resina vegetal para uso na arquitetura
componentes arquitetônicos; fibra vegetal; painéis compósitos; materiais alternativos.
Observa-se, atualmente, a retomada de pesquisas, nos âmbitos nacional e internacional, que buscam materiais alternativos aos convencionalmente utilizados pela indústria, com destaque para os resíduos da biomassa, como as fibras e resinas vegetais, na busca por minimizar os problemas causados ao meio ambiente e substituir produtos nocivos ao ser humano. Esta pesquisa teve como objetivo principal confeccionar materiais compósitos com fibras da folha do abacaxizeiro, neste trabalho também denominada de PALF, e o poliuretano bi-componente derivado do óleo de mamona, destinados à produção de componentes arquitetônicos e mobiliários. Em relação ao abacaxizeiro, o Brasil é um dos maiores produtores e exportadores no cenário mundial, sendo que os estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte estão entre os maiores produtores nacionais. Portanto, para o desenvolvimento desta pesquisa, procurou-se organizá-la em três etapas, Etapa I: Aprofundamento e atualização do conteúdo teórico e documental relacionado ao tema em estudo, e sistematização e análise do material coletado; Etapa II: Procedimento experimental – moldagem dos compósitos e realização dos ensaios; e Etapa III: Análise da viabilidade de uso dos compósitos para confecção de componentes arquitetônicos. Para a confecção dos compósitos foram consideradas quatro variações do teor de fibras – 0%, 15%, 30% e 40%. Após o processo de moldagem, que ocorreu por compressão e à temperatura ambiente, foram realizados os ensaios físicos – teor de umidade, absorção de água e inchamento em espessura –, ensaios mecânicos – flexão, tração e impacto – e análise térmica – TGA/DTA. Como resultados, deve-se apontar que se verificou uma crescente nos valores encontrados, quando considerados os teores de PALF nos compósitos, ou seja, compósitos com maiores quantidades de fibras apresentaram maiores resistências mecânicas, porém, maiores índices de retenção de umidade, absorção de água e inchamento em espessura. Os resultados dos ensaios mecânicos mostraram-se acima dos estipulados como mínimos pelas normativas e especificações técnicas analisadas, e aproximados das pesquisas correlatas, e os físicos atenderam aos valores definidos pelos documentos citados. A densidade dos compósitos variou entre 610 kg/m3 e 800 kg/m3, mostrando-se possível a classificação como painéis compósitos, conforme o documento ANSI A208.1/2006. Os compósitos com os teores de 30% e 40% de PALF foram os mais recomendados para uso na arquitetura. A modelagem paramétrica mostrou-se importante para enfatizar a possibilidade do uso de painéis compósitos de PALF e resina vegetal para a confecção de componentes arquitetônicos e mobiliários, confirmando a coerência da análise comparativa entre os resultados das caracterizações físicas e mecânicas, e as normativas vigentes nos âmbitos nacional e internacional para painéis compósitos. A partir do conteúdo exposto, pode-se destacar a abrangência de pesquisas relacionadas com o desenvolvimento de novas tecnologias e materiais alternativos, com foco da aplicação na arquitetura e engenharias.