Banca de DEFESA: FLÁVIA MONALIZA NUNES SECUNDO LOPES

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : FLÁVIA MONALIZA NUNES SECUNDO LOPES
DATA : 15/06/2018
HORA: 14:30
LOCAL: Miniauditório do PPGAU/UFRN
TÍTULO:

COMO ERA NA FAVELA? COMO É NO CONJUNTO?

Relações entre Propriedades Espaciais e Modos de Uso no Caso do Reassentamento da Favela do Maruim em Natal/RN. 


PALAVRAS-CHAVES:

Forma da Arquitetura, Usos do Espaço, Reassentamento de Favelas, Conjuntos Habitacionais, Favela do Maruim, Natal.


PÁGINAS: 147
RESUMO:

Nesta dissertação foram investigadas relações entre forma e usos da arquitetura visando identificar efeitos que alterações morfológicas nos espaços abertos de uso coletivo possam ter exercido sobre modos de uso desses espaços. Especificamente, buscou-se compreender se, e como, usos preexistentes foram modificados após o reassentamento de uma população de uma favela, assentamento orgânico, autoconstruído – Favela do Maruim – para um conjunto habitacional, planejado pelo estado – Conjunto São Pedro.  Com base no referencial teórico da Sintaxe do Espaço (HILLIER; HANSON, 1984), partiu-se do pressuposto que a forma da Arquitetura – resultante do arranjo de cheios (massas construídas) e vazios (permeabilidades) – estrutura possibilidades e restrições ao ir e vir estar e enxergar, as quais definem campos potenciais de copresença e movimento de indivíduos no espaço. Neste caso, a hipótese foi de que a natureza morfológica do conjunto é oposta à da favela, sendo assim, alterou tipos de relações espaciais, da micro à macro escala, e possivelmente modificou padrões de copresença, uso do lugar e interação entre os diferentes indivíduos no espaço – moradores locais e estranhos (não locais). O conjunto subverteu a lógica autodefensiva e de proximidade entre os moradores da Favela para um movimento mais similar ao da cidade de maneira global – onde há maior potencial de encontro entre diferentes. A abertura para a cidade aproximou a população reassentada do discurso do medo, da reclusão dentro de casa e da criação de muros e barreiras para o espaço público. Na busca de comprovar a hipótese, foi realizado um estudo comparativo de instâncias potenciais e episódios reais de encontro através da representação e análise do espaço e da observação in loco dos usos reais na favela e no conjunto. Técnicas da Análise Sintática do Espaço (ASE) caracterizaram a inserção de cada assentamento na malha da cidade na perspectiva de entender acessibilidades “ao pé” e “ao olho” por meio de instrumentos que exploram relações topológicas e distâncias métricas. Para entender a relação entre a massa construída e a estrutura de espaços abertos foram examinados usos locais e relações entre espaços públicos e privados. Em busca de compreender os usos reais do espaço, foram observados o movimento peatonal e traços físicos do espaço; ainda foram realizadas entrevistas semiestruturadas com a população. Os resultados mostram que a configuração da favela, desordenada e menos integrada ao tecido urbano da cidade, delineava um enclave que diminuía a interface de encontros entre diferentes (moradores e estranhos).  Internamente, uma forte hierarquia e coesão entre acessibilidades (local e vicinal “ao pé” e “ao olho”), privilegiava o uso de certos espaços abertos pelos moradores. Estes funcionavam como extensão da casa dos habitantes locais, como pontos de confluência de encontros, passagem de pedestres e de atividades com forte ligação público/privado. O conjunto, por sua vez, com uma ordem de acessibilidade e visibilidade mais homogênea, pouco hierárquica, com ligações público/privado frequentemente interrompidas, ainda que mais integrado à cidade, estimula a interface de encontros entre diferentes, enquanto restringe potenciais encontros entre moradores. Em um esforço de contornar as limitações da forma da arquitetura, moradores persistem em estar nos espaços coletivos do conjunto, ocupação aparentemente consubstanciada na presença dos tapumes, uma vez que estes contribuem para aproximar o conjunto da lógica de enclave da Favela, apartando-o do contínuo espacial da cidade e consolidando barreiras que vem, de resto, se tornando recorrentes na construção de residências em cidades brasileiras nos últimos anos.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 347575 - AMADJA HENRIQUE BORGES
Externo à Instituição - CIRCE MARIA GAMA MONTEIRO - UFPE
Interno - 350255 - EDJA BEZERRA FARIA TRIGUEIRO
Presidente - 1149450 - RUBENILSON BRAZAO TEIXEIRA
Notícia cadastrada em: 29/05/2018 15:40
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