A caracterização do sertão e do sertanejo nos relatos de viagem de Luís da Câmara Cascudo
Palavras-chave: relatos de viagem; sertão; tradição; cultura regional
Este estudo tem por objetivo analisar textos do escritor Luís da Câmara Cascudo, cuja temática é o sertão nordestino. Através desses textos o autor registrou vários aspectos referentes à cultura e às tradições sertanejas. O corpus do estudo é composto por uma série de crônicas, “O Diário dos 1.104 Klmts”, publicados no jornal natalense A República, em 1929; e pelo o livro Viajando o Sertão (1934), ambas resultantes das viagens empreendidas pelo intelectual ao interior da província do Rio Grande do Norte entre as décadas de 1920 e 1930. Com essa investigação temos a possibilidade de conhecer de maneira mais aprofundada elementos da cultura nacional, haja vista que, ao estudar e conhecer aspectos do sertão e de suas tradições, estaremos contribuindo para o estudo daquilo que Mário de Andrade denominou de “entidade nacional brasileira”. Como aporte teórico-metodológico utilizamos os estudos de Benjamin (1994), Sedlmayer e Ginzburg (2012), Le Goff (1990), T. S. Eliot (1998), bem como utilizaremos as reflexões de Candido (2000; 2006; 2011), Süssekind (1990), Machado, Pageaux (1988); e estudos sobre obra cascudiana, sobretudo Araújo (1995) e Ferreira (2000 e 2008). Sob essas abordagens, e após as análises, podemos perceber que Câmara Cascudo retoma a prática dos antigos viajantes na intenção de (re)descobrir os recantos do Brasil. Suas crônicas buscam apresentar os cenários e a geografia sertaneja ao público leitor, característica típica dos textos de viagem, bem como deixam registradas descrições de práticas tradicionais da cultura sertaneja.