Invisibilidade das mulheres nas ciências como temática para a formação de licenciandos em Química da UFRN
Mulheres nas ciências; História das Ciências e Gênero; Ensino de Química.
Estudos na área de Gênero e Natureza da Ciência vem sendo amplamente divulgados nas últimas décadas no ensino de ciências. Nesta pesquisa foi realizada uma investigação sobre concepções de gênero e natureza da ciência com licenciandos/as de Química e professores/as pioneiros/as do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Partindo do pressuposto que o Ensino de Ciências/Química pode promover discussões desta natureza, torna-se relevante chegar à Educação Básica discussões e reflexões sobre visões de docentes e discentes sobre gênero e natureza da ciência. Nesta direção, como Produto Educacional, foi elaborada uma oficina formativa, voltada professores, dividida em três momentos, visando contribuir com o ensino de química em aulas da Educação Básica. O lócus da aplicação/realização da oficina foram turmas de licenciandos/as de química do quinto período da UFRN através da plataforma Google Meet. Os temas trabalhados versavam sobre “gênero e ciência”, “invisibilidade das mulheres nas ciências”, “mulheres no Prêmio Nobel de Química” e “biografias de mulheres cientistas”. Para tanto, realizaram-se atividades de leitura de artigos, pesquisas sobre as temáticas pela internet e discussões nas salas de aula virtuais, contabilizando 12h de oficina. A metodologia do trabalho foi qualitativa e empregou como instrumentos de coleta de dados questionários, diário de campo e observações. Esses mesmos instrumentos, acrescidos de entrevistas semiestruturadas, na perspectiva do método biográfico, foram utilizados na pesquisa com as professoras pioneiras do Instituto de Química. Os resultados obtidos refletem a importância e necessidade de construir discussões com as temáticas de gênero e natureza da ciência com licenciandos/as, futuros/as professores/as e, consequentemente, com estudantes da Educação Básica. Há lacunas formativas nesse sentido, pois a história das ciências que ressalta as relações de gênero e a valorização dos trabalhos das mulheres e discute a natureza social e histórica da construção do conhecimento não faz parte dos currículos do Ensino Superior, nem da Educação Básica.