A pró-socialidade é vista por alguns teóricos evolucionistas como a chave para entender o sucesso da humanidade, estando presente desde os primeiros meses de desenvolvimento de uma criança. Esta tese objetiva investigar o efeito da exclusão racial e do grupo de pertencimento sobre os comportamentos pró-sociais em crianças brasileiras. Para isso, fez uso de medidas implícitas e explícitas. O primeiro capítulo traz uma revisão teórica sobre as teorias evolucionistas que abordam o comportamento pró-social, com foco na Teoria da Evolução Cultural. O segundo capítulo é composto por uma revisão sistemática de estudos que investigam os efeitos do priming sobre os comportamentos pró-sociais de crianças. O terceiro capítulo é composto por três estudos empíricos que avaliam: (1) a associação entre a partilha e a identificação racial da criança; (2) o efeito da raça em um priming pró-social; e (3) a escolha por brancos ou pretos como amigos. Encontramos uma associação entre a identificação racial das crianças e a partilha; um aumento da partilha na condição com priming pró-social, independente do viés racial; e a preferência por um personagem branco como amigo. O quarto capítulo relata a construção e validação do Teste de Associação Implícita para avaliação da Pró-socialidade em Crianças (TAI-PSC). O teste apresentou boa consistência interna e uma validação satisfatória dos itens. O quinto capítulo é formado por dois estudos, nos quais participaram crianças que residem na zona urbana, zona rural e em comunidades quilombolas. Os resultados demonstraram maior partilha entre as crianças da zona urbana, porém maior preferência implícita pró-social entre as crianças das comunidades quilombolas. Tomados juntos, nossos estudos sugerem que o ostracismo, a exclusão racial e o grupo de pertencimento são fatores que influenciam no comportamento pró-social de crianças, de forma explícita e implícita.