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Disertaciones |
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VICTOR ANASTÁCIO DUARTE HOLANDA
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Efeito de antagonistas do receptor NOP em camundongos expostos ao modelo do desamparo aprendido
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Líder : ELAINE CRISTINA GAVIOLI
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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ELAINE CRISTINA GAVIOLI
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GIROLAMO CALO''
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ROVENA CLARA GALVAO JANUARIO ENGELBERTH
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Data: 26-feb-2015
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Resumen Espectáculo
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A nociceptina/orfanina FQ (N/OFQ) é um heptadecapeptídeo, sendo o ligante endógeno, de um receptor acoplado a proteína G do tipo inibitória, o receptor NOP.O sistema da nociceptina/orfanina FQ (N/OFQ) e seu receptor NOP tem se mostrado com grande potencial para o desenvolvimento de fármacos antidepressivos com evidências farmacológicas e genéticas apontando um potencial efeito antidepressivo induzido pelo bloqueio do receptor NOP. O modelo do desamparo aprendido (DA) emprega eletrochoques, incontroláveis e imprevisíveis, nas patas dos animais como evento estressor para induzir um fenótipo tipo depressivo. Este paradigma é baseado no fato de que após exposição à eletrochoques incontroláveis, os animais desenvolvem déficits no comportamento de escape do compartimento eletrificado, evento este revertido pelo uso de antidepressivos. O DA é um modelo de depressão mais bem validado em comparação com os testes de desespero comportamental, que são atualmente mais utilizados no screening de novos agentes antidepressivos. Sendo assim, o presente estudo tem como objetivo validar o modelo do desamparo aprendido nas nossas condições experimentais, bem como avaliar a ação de antagonistas do receptor NOP em animais que desenvolveram a condição de desamparo. Para realização deste estudo, camundongos machos foram submetidos a três fases do protocolo DA (i.e., (1) indução, (2) screening e (3) teste). Os animais que desenvolveram o fenótipo tipo depressivo foram submetidos à sessão teste, cuja fase existe a possibilidade de escape do eletrochoque e o tempo de escape do compartimento onde recebeu o choque, bem como o número de vezes que o animal não escapou deste compartimento foi registrado. O efeito dos seguintes tratamentos, administrados antes da sessão de teste, foi avaliado: nortriptilina (30 mg/Kg, ip, 60 min),fluoxetina (30 mg/Kg, ip, 60 min), ambos antidepressivos clássicos, SB-612111 (1 e 10 mg/Kg, ip, 30 min) e UFP-101 (1 e 10 nmol, icv, 5 min), ambos antagonistas NOP. Ainda, para descartar possíveis falsos positivos no comportamento do tipo desamparado, foi avaliado o efeito destas drogas sobre os componentes motivacional e cognitivo. Assim, foi evidenciado que nos animais que desenvolverem o fenótipo tipo depressivo nortriptilina, SB-612111 e UFP-101 foram eficazes em reduzir a latência de escape e o número de vezes que o animal não escapou do compartimento eletrificado, sem promover nenhuma alteração nos componentes motivacional e cognitivo do DA; o mesmo não ocorre com a administração de fluoxetina, que não promove nenhuma alteração nos parâmetros analisados. Em conclusão, o tratamento agudo com antagonistas NOP é capaz de promover um efeito do tipo antidepressivo em camundongos submetidos ao modelo do desamparo aprendido.
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LISIANE DE SANTANA SOUZA
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PADRONIZAÇÃO DE TESTES PARA AVALIAÇÃO DO ESTADO DE MANIA E POTENCIAL ANTI-MANÍACO DE UM AGONISTA DO RECEPTOR NOP
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Líder : ELAINE CRISTINA GAVIOLI
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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ALIANDA MAIRA CORNELIO DA SILVA
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ELAINE CRISTINA GAVIOLI
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PABLO PANDOLFO
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Data: 13-mar-2015
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Resumen Espectáculo
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O transtorno bipolar é caracterizado pela disfunção do humor, alternando entre episódios de mania/hipomania e depressão, e sua fisiopatologia exata ainda continua indeterminada. A farmacoterapia do transtorno bipolar baseia-se na prevenção dos episódios de mania e depressão através do uso de estabilizadores do humor. A nociceptina/orfanina FQ (N/OFQ) é um heptadecapeptídeo endógeno e agonista do receptor NOP, um receptor acoplado à proteína G do tipo inibitória. A N/OFQ e seu receptor desempenham uma série de papéis funcionais no organismo, e, entre eles, está a modulação de processos emocionais. Sabe-se que há alteração na concentração plasmática de N/OFQ em pacientes na fase depressiva e maníaca do transtorno bipolar e, por isso, presume-se que esse sistema teria algum papel na etiologia deste transtorno. Com relação à mania, os modelos animais utilizados na pesquisa tendem a focar em apenas um aspecto do quadro maníaco, como a hiperatividade ou agressividade. Nos anos 60, foi proposto o teste do hole board, aparato provido de furos onde prioritariamente se mede nos animais um comportamento conhecido como “imersão de cabeça” (head-dipping). Altos níveis de head-dippings podem ser indicativos de neofilia, enquanto baixos níveis poderiam ser reflexo de um comportamento do tipo ansioso. Como o aumento do comportamento exploratório e direcionado a objetivos são sintomas característicos dos quadros maníacos, este teste poderia oferecer subsídios para a pesquisa deste transtorno. Deste modo, o presente trabalho foi dividido em 3 etapas e visa apresentar (1) a indução de um estado similar ao de mania promovido pela administração de ouabaína, um inibidor da enzima Na+ /K+ -ATPase, em camundongos no campo aberto; (2) a padronização do hole board como um teste para mensuração de comportamentos do tipo maníacos; e (3) a investigação do efeito da N/OFQ na prevenção destes comportamentos no hole board. Para o desenvolvimento deste estudo, foram usados camundongos Swiss machos que participaram de apenas uma das etapas descritas acima e receberam um ou mais dos seguintes tratamentos, de acordo com a etapa: (1) ouabaína, nas doses de 10-2 , 10-3 , 10-4 , 10-5 ou 10-6 M, intracerebroventricular (icv); (2) valproato de sódio 300 mg/kg, intraperitoneal (ip); (3) valproato de sódio 400 mg/kg, ip; (4) diazepam 1 mg/kg, ip; (5) metilfenidato 10 mg/kg, ip; e (6) N/OFQ nas doses de 0,1 ou 1 nmol, icv. Os resultados sugerem que o hole board é um teste que pode ser usado para a avaliação de quadros maníacos, através da análise de vários comportamentos do animal. Entretanto, não foi possível padronizar o modelo da disfunção da enzima Na+ /K+ -ATPase induzido pela administração de ouabaína usando camundongos como sujeitos experimentais. Ainda, os dados sugerem que a N/OFQ, nas doses testadas, não é eficaz na prevenção de um quadro de mania. Tomados em conjunto, os resultados apontam para uma nova abordagem na pesquisa da mania, através do uso do hole board, e dá novas evidências do envolvimento do sistema da nociceptina/orfanina FQ na ocorrência do transtorno bipolar.
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FELIPE PORTO FIUZA
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Efeitos da senescência no folheto intergeniculado do tálamo de ratos: considerações morfológicas e neuroquímicas.
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Líder : JEFERSON DE SOUZA CAVALCANTE
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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JEFERSON DE SOUZA CAVALCANTE
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JOSE RONALDO DOS SANTOS
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RUTHNALDO RODRIGUES MELO DE LIMA
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Data: 27-mar-2015
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Resumen Espectáculo
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O Sistema de Temporização Circadiana (STC), em roedores, é composto por estruturas neurais interligadas como o núcleo supraquiasmático (NSQ) do hipotálamo, o folheto intergeniculado (FIG) do tálamo, vias sincronizadoras e efetores comportamentais. O NSQ tem sido descrito como o principal marca-passo circadiano em diversas espécies de mamíferos enquanto que o FIG parece estar envolvido na integração de informações fóticas e não-fóticas retransmitindo-as ao NSQ. O STC, como um todo, permite que o organismo tenha uma organização temporal interna ordenada, o que propicia a execução adequada dos mecanismos fisiológicos e comportamentais trazendo homeostasia para o organismo. No entanto, essa estabilidade é perturbada com o avanço da idade trazendo inúmeros transtornos patológicos que vão desde a perda de funções fisiológicas simples à diminuição no desempenho cognitivo, sendo assim fundamental a compreensão dos efeitos da senescência sobre os componentes deste sistema. Tendo isso em vista, é proposto nesse estudo verificar se há mudanças neuroquímicas, citoarquitetônicas e de aferências retinianas no FIG com o envelhecimento e suas possíveis implicações morfofuncionais. Para isso, ratos Wistar foram divididos em 3 grupos: Jovem (3 meses); Meia Idade (13 meses); Idoso (23 meses). Esses animais foram submetidos a perfusão transcardíaca de paraformaldeído (4%) para fixar seus tecidos. Posteriormente seu encéfalo foi removido e submetido à microtomia (30 μm) onde as secções foram coletadas em intervalos de 6. Essas secções foram processadas por coloração de Nissl e imunoistoquímicas para GFAP, GAD, ENK, NPY e CTb a fim de verificar as características do FIG. Observamos uma perda celular em animais de meia-idade e idosos na marcação de Nissl, NPY e nas projeções de CTb. Além disso, vimos um aumento de GFAP em animais de meia-idade quando comparados a jovens e idosos. Não houve diferenças na análise dos outros marcadores. Esses achados indicam que essa estrutura perde aferências retinianas e neurônios, em especial os produtores de NPY, existindo uma provável gliogênese compensatória. Isso aponta para uma correlação entre os déficits de funcionamento do STC e deterioração anatômica de seus componentes com o envelhecimento.
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MAYARA CRISTINA MOURA SILVA DOS PRAZERES SILVEIRA
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Estabelecimento, reconhecimento e defesa territorial em Stegastes fuscus
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Líder : ANA CAROLINA LUCHIARI
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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ANA CAROLINA LUCHIARI
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EDUARDO BESSA PEREIRA DA SILVA
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SATHYABAMA CHELLAPPA
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Data: 30-mar-2015
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Resumen Espectáculo
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Os estudos da territorialidade e de comportamentos associados a ela favorecem o entendimento da maneira como as interações ecológicas afetam a composição de espécies e a dinâmica de uma comunidade. No presente estudo tivemos como objetivo geral investigar o comportamento de Stegastes fuscus, um peixe-donzela territorialista, em ambiente natural e em cativeiro, com foco na capacidade de localização territorial, reconhecimento e defesa de uma área estabelecida. Para tanto subdividimos o trabalho em 3 capítulos. O primeiro teve como foco o estudo da espécie em ambiente natural objetivando estimar a área do território ocupado e os padrões comportamentais da por ela expressos. Sendo encontrado que a área média ocupada por S. fuscus foi de 274 cm2 e os comportamentos mais observados foram: vigilância, ingestão de alimento, tempo no abrigo/toca e displays agressivos. O segundo capítulo teve como alvo investigar a capacidade de localização espacial da espécie mediada por pistas visuais. Os resultados demonstraram que S. fuscus apresenta marcante aprendizagem condicionada e possibilidade de existência de orientação espacial na espécie. O terceiro capítulo teve como objetivo avaliar a influência da residência prévia estabelecida e do reconhecimento de coespecíficos nos resultados de confrontos agonísticos. Os resultados apontaram a residência como fator prioritário na dinâmica das disputas agonísticas e que aspectos relacionados à familiaridade como relevantes e destacam-se mais quando não existe um território previamente estabelecido. Diante disso nossos resultados podem favorecer o entendimento da dinâmica estrutural da comunidade na qual S. fuscus esta inserida, sendo isto significativo tendo em vista a importância ecológica da espécie para o ecossistema.
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JAQUEIUTO DA SILVA JORGE
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Herpetofauna associada à bromélia rupícola, Encholirium spectabile, no semiárido brasileiro: revisão da literatura, ecologia das espécies e comportamento de Psychosaura agmosticha (Squamata: Mabuydae).
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Líder : ELIZA MARIA XAVIER FREIRE
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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ELIZA MARIA XAVIER FREIRE
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MARIA DE FATIMA ARRUDA DE MIRANDA
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DAVOR VRCIBRADIC
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Data: 20-abr-2015
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Resumen Espectáculo
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As bromélias constituem importante microhabitat para a herpetofauna, pois são bastante utilizadas como abrigo contra predadores, além de sua arquitetura foliar possibilitar manutenção de umidade e temperatura relativamente constantes no seu interior, compondo um ambiente favorável para os anfíbios e répteis, especialmente em áreas sob estresse hídrico. No entanto, os estudos que tratam dessa relação ainda são incipientes e mais concentrados sobre as bromélias fitotelmatas acumuladoras de água. No caso das bromélias rupícolas não fitotelmatas do gênero Encholirium, que se desenvolvem em afloramentos rochosos e abrigam espécies de regiões semiáridas como as Caatingas, as relações animais-plantas são praticamente desconhecidas. Nesse contexto, este estudo teve como objetivos estudar a fauna herpetológica habitante das bromélias macambiras, Encholirium spectabile, analisando a ocupação e uso destas bromélias pelos diferentes táxons, e a ecologia comportamental do largarto Psychosaura agmosticha, buscando identificar os fatores associadas com esta relação estrita em área de Caatinga. Uma ampla revisão da literatura mundial acerca do tema lagartos em bromélias subsidiou este estudo sob a perspectiva ecológica dessa associação. O trabalho de campo foi realizado na Fazenda Tanques, município de Santa Maria/RN, mesorregião do Agreste potiguar, com as observações e/ou coletas diurnas e noturnas efetuadas mensalmente, durante três dias consecutivos, de Janeiro de 2011 a Agosto de 2012, totalizando 450 horas.homem de esforço amostral. Registraram-se dezesseis espécies, seis de lagartos (Famílias Mabuyidae, Tropiduridae, Gekkonidae e Phyllodactylidae), seis de serpentes (Famílias Boidae e Dipsadidae) e quatro de anfíbios da Família Hylidae. O efeito da borda da mata sobre a distribuição das espécies ao longo do afloramento foi significativo, com a maioria das espécies encontradas nas bordas do afloramento. Constataram-se diferença significativa entre alguns pares de espécies com relação ao uso das bromélias, e sobreposição de nicho quase total no uso de microhabitat. 62.5% das espécies são de hábito noturno e utilizaram essas plantas para abrigo, reprodução e alimentação. Quanto às relações entre o lagarto Psychosaura agmosticha e as bromélias macambiras, foram registrados os comportamentos de termorregulação e de forrageio nas estações seca e chuvosa. Os períodos de atividade foram concentrados entre 07 e 10 h e entre 15 e 17 horas nas duas estações, demostrando um padrão claramente bimodal. A espécie usou basicamente as folhas verdes e não houve diferenças significativas entre machos e fêmeas na utilização das bromélias. Associações positivas foram encontradas entre a temperatura do corpo e temperaturas das bromélias e do ar. Esta espécie passou em média 19.5 ± 3.8% do tempo em movimento (PTM) e se movimentou em média 0.36 ± 2.1 segundos por minuto (MPM), com diferenças significativas entre as estações chuvosa e seca para PTM, e também entre o tempo médio da parada e duração média dos movimentos, sendo considerada forrageadora sedentária. Psychosaura agmosticha, na área estudada, é bromelícola, utilizando as macambiras principalmente para termorregulação e forrageio. Os resultados deste estudo destacam as bromélias rupícolas Encholirium spectabile como elementos chaves para a manutenção de anfíbios e répteis a ela associados, e uma clara associação vantajosa para a conservação dos grupos envolvidos.
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KAREN CRISANTO DE OLIVEIRA
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Influência dos odores de gato e de cobra no comportamento defensivo e expressão de Fos do Sistema Hipotalâmico de Defesa de camundongo
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Líder : EXPEDITO SILVA DO NASCIMENTO JUNIOR
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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EXPEDITO SILVA DO NASCIMENTO JUNIOR
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FRANCISCO GILBERTO OLIVEIRA
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JUDNEY CLEY CAVALCANTE
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Data: 08-may-2015
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Resumen Espectáculo
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Pesquisas em ratos com a proteína Fos, um marcador de ativação neuronal, e com lesões mostram um distinto circuito na zona medial do hipotálamo, o Sistema Hipotalâmico de Defesa, que está ativo em resposta ao odor de gato e funciona como mediador do estímulo aversivo em direção a áreas efetoras e de memória. No entanto, pouco se sabe sobre a resposta deste sistema ao odor de diferentes predadores ou seu papel em camundongos. Neste trabalho, expusemos camundongos Swiss aos odores de dois predadores (gato e cobra), para verificar a expressão de Fos no Sistema Hipotalâmico de Defesa, assim como os comportamentos defensivos exibidos. A análise mostrou que a exposição do camundongo ao odor de gato provocou um aumento na expressão da proteína Fos nos núcleos da circuitaria defensiva comparado ao controle e ao odor de cobra, assim como menor comportamento exploratório, e maior grooming e avaliação de risco. Os resultados nos indicam que esse circuito distinto parece agir diferencialmente aos estímulos odoríferos de diferentes predadores, provocando reações comportamentais diferentes dos camundongos dependendo do odor percebido. O odor de gato é percebido como estímulo ameaçador, porém o mesmo não acontece com o odor de cobra.
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DIANA ALINE NOGA MORAIS FERREIRA
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Efeito anticonvulsivante de frações isoladas da peçonha da formiga Dinoponera quadriceps
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Líder : ALESSANDRA MUSSI RIBEIRO
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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ALESSANDRA MUSSI RIBEIRO
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REGINA HELENA DA SILVA
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WAGNER FERREIRA DOS SANTOS
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Data: 11-may-2015
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Resumen Espectáculo
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A epilepsia é uma patologia crônica do sistema nervoso central que atinge cerca de 65 milhões de indivíduos no mundo, dos quais cerca de 30% desenvolve uma epilepsia resistente a fármacos. Além disso, os fármacos antiepilépticos utilizados clinicamente provocam diversos efeitos colaterais. Nesse sentido, é evidente a necessidade do desenvolvimento de novos fármacos que possam tratar os casos resistentes e/ou minimizar os seus efeitos colaterais. Uma fonte de substâncias que podem servir como modelos para o desenvolvimento de novos fármacos são os venenos de origem animal, uma vez que eles possuem alta potência e especificidade por seus alvos moleculares. Dentre os diversos animais peçonhentos, os artrópodes se destacam pelo grande potencial biológico de suas peçonhas, especialmente no que se refere a toxinas com alta afinidade por estruturas moleculares do sistema nervoso. Porém, a maioria dos estudos envolvendo a peçonha dos animais desse filo é de espécies de escorpiões e aranhas, ao contrário do veneno de formigas, onde há apenas poucos estudos sobre seus efeitos biológicos. Nesse contexto, escolhemos estudar a peçonha da formiga Dinoponera quadriceps, que é uma espécie endêmica na região Nordeste do Brasil. Em um estudo anterior demonstramos que a administração prévia da peçonha desnaturada foi capaz de proteger os animais de crises convulsivas e morte no modelo de convulsões induzidas por bicuculina em camundongos. Assim, o objetivo desse estudo foi testar as diferentes frações obtidas, através de cromatografia líquida de alta desempenho (CLAD), da peçonha da formiga Dinoponera quadriceps para investigar qual (is) possui (am) atividade anticonvulsivante no modelo de crises induzidas por bicuculina em camundongos. A CLAD resultou na separação de seis frações principais que foram injetadas no ventrículo lateral (icv) de camundongos e o comportamento dos animais foi avaliado no campo aberto durante 30 min. Nenhuma das frações testadas alterou significativamente os comportamentos de exploração, auto-limpeza e imobilidade, bem como não houve registro de comportamento atípicos tais como saltos, quedas ou estereotipia. Quando as frações foram previamente administradas icv em camundongos antes da indução de crises convulsivas por bicuculina observamos que as frações DqTx1, DqTx3, DqTx4 e DqTx6 aumentaram significativamente a latência para o desenvolvimento de crises tônico-clônicas. Além disso, as frações, exceto DqTx5, aumentaram a latência para a morte dos animais. Ainda, todas as frações, exceto DqTx2, foram capazes de proteger os animais do desenvolvimento de crises tônico-clônicas, sendo que a DqTx6 apresentou uma proteção de 62,5% para os animais testados. Bem como, todas as frações protegeram os animais da morte, sendo a DqTx6 a fração que protegeu 100% dos animais.
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FERNANDA CARVALHO CAGNI
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Relação do polimorfismo BDNF VAL66MET e níveis periféricos de BDNF com a Doença de Parkinson e sua sintomatologia
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Líder : REGINA HELENA DA SILVA
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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ALESSANDRA MUSSI RIBEIRO
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REGINA HELENA DA SILVA
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TIAGO GOMES DE ANDRADE
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Data: 12-may-2015
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Resumen Espectáculo
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As doenças neurodegenerativas são objeto frequente de estudo devido ao número crescente de casos associados ao processo de envelhecimento populacional e pelo impacto que causam na qualidade de vida dos indivíduos. A doença de Parkinson (DP) é a segunda doença neurodegenerativa mais frequente. Apesar da sua etiologia ainda não ser completamente conhecida, sabe-se que a mesma é causada por fatores ambientais e genéticos. Assim, a investigação dos fatores etiológicos e os mecanismos responsáveis pelas alterações que levam a DP podem contribuir para o seu diagnóstico e prevenção. Uma possível associação entre DP e o polimorfismo comum do Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro (BDNF) G196A (Val66Met) tem sido sugerido por diferentes estudos com resultados contrastantes. Por esse motivo, o objetivo deste estudo é verificar se o polimorfismo BDNF Val66Met confere susceptibilidade a DP em uma amostra de pacientes brasileiros e se isso implica em quaisquer alterações no nível de BDNF em sangue total e na manifestação de sintomas. A amostra foi constituída de pacientes acompanhados pelo serviço de neurologia do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL) e controles saudáveis (CTRL). Os aspectos motores da DP foram avaliados pela Escala de Hoehn e Yahr (HY), Unified Parkinson’s Disease Rating Scale (UPDRS) e Escala de Atividades Diárias de Schwab e England (SE). Para a avaliação dos aspectos não-motores foram utilizados os instrumentos: Bateria de Avaliação Frontal (BAF), Mini Exame do Estado Mental (MEEM), Inventário de Depressão de Beck (IDB) e o Inventário de Ansiedade de Beck (IAB). Amostras de sangue foram coletadas para a genotipagem do polimorfismo Val66Met e mensuração da concentração de BDNF em sangue total. Como esperado, os pacientes com DP apresentaram pior desempenho na avaliação motora, cognitiva e emocional. A distribuição dos alelos entre os grupos não foi significativamente diferente, porém o genótipo A/G foi associado significativamente como protetor para a DP. O genótipo G/G, por sua vez, foi associado significativamente com o desenvolvimento de depressão e ansiedade em pacientes com DP. No entanto, as concentrações de BDNF não foram diferentes entre os genótipos ou grupos. Este é o primeiro estudo de associação genética desse polimorfismo com a DP no Brasil e o primeiro que associou o heterozigoto A/G com proteção contra a DP.
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FERNANDA FERNANDES KOLODIUK
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Pressão de sono e perfil acadêmico de estudantes de medicina do 1º período da UFRN
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Líder : JOHN FONTENELE ARAUJO
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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ALINE SILVA BELISIO
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FERNANDO MAZZILLI LOUZADA
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JOHN FONTENELE ARAUJO
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Data: 19-may-2015
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Resumen Espectáculo
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Demanda acadêmica, novo contexto social, novas rotinas e diminuição do controle dos pais são fatores que podem influenciar o padrão de sono de estudantes que ingressam na universidade. Os discentes de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) apresentam alta carga horária, conteúdo denso nas disciplinas, as aulas do 1o semestre começam às 7 horas da manhã e sua população é formada por adultos jovens, que ainda sofrem com o atraso de fase de sono comum na adolescência, o que indica que o horário de aula pode ser inadequado nesta faixa etária. A redução do sono noturno durante os dias de aula e a tentativa de recuperação do sono perdido nos dias livres – Jet lag social (JLS), sugere que já no primeiro semestre os estudantes sofrem com pressão do sono, o que pode refletir negativamente em tarefas cognitivas e no desempenho acadêmico, Portanto, o objetivo deste trabalho é avaliar a relação entre a pressão do sono e o perfil acadêmico de estudantes de Medicina do primeiro semestre da UFRN, caracterizando sociodemograficamente esta população e investigando possíveis reflexos no ritmo de atividade-repouso e no desempenho acadêmico. Participaram desta pesquisa 88 estudantes, saudáveis de ambos os sexos, que respoderam aos seguintes questionários: Qualidade de Sono de Pittsburgh (IQSP), Escala de Sonolência de Epworth (ESE), Cronotipo Horne & Ostberg (HO), Cronotipo Munique (MCTQ) e “A Saúde e o Sono”, adaptado. Actimetria foi utilizada em 14 dias para elaboração de actogramas e obtenção de variáveis não paramétricas do ritmo de atividade-repouso. A nota da disciplina Módulos Biológicos I foi utilizada como desempenho acadêmico. O JLS foi utilizado como medida de pressão do sono e o nível de significância estatística foi 95%. A população é homogênea em relação aos aspectos sociodemográficos e a maioria tem estilo de vida saudável, pratica atividade física, locomove-se até a universidade em carro e leva entre 15 e 30 minutos para realizar tal percurso. Em relação ao CSV, grande parte apresentou cronotipo intermediário e vespertino, necessidade de cochilar durante a semana, sofre sonolência diurna e apresenta má qualidade de sono. 83% da amostra tem ao menos 1h de JLS, o que nos levou à divisão em dois grupos: Grupo < 2h JLS (N=44) e Grupo ≥ 2h JLS (N=44). Os grupos diferiram apenas no cronotipo, demonstrando que indivíduos mais vespertinos apresentam mais JLS. Entretanto, não encontramos diferenças em relação aos aspectos sociodemográficos, ritmo de atividade-repouso ou desempenho acadêmico. A homogeneidade da amostra possivelmente dificultou a comparação entre os grupos, todavia, é alarmante que os estudantes já apresentem, no primeiro semestre: alta pressão de sono, qualidade de sono ruim e sonolência diurna, os quais podem acentuar-se no decorrer do curso, com o início de plantões noturnos e o aumento da carga horária. Abordar a importância de bons hábitos de sono e a mudança no horário de início da aula são estratégias que visam à melhoria na saúde dos estudantes.
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LUIZ EDUARDO MATEUS BRANDÃO
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Avaliação dos efeitos do extrato de Passiflora cincinnata Masters em camundongos: efeitos na ansiedade e potencial neuroprotetor
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Líder : ALESSANDRA MUSSI RIBEIRO
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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ALESSANDRA MUSSI RIBEIRO
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ELAINE CRISTINA GAVIOLI
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MÁRCIA RENATA MORTARI
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Data: 22-may-2015
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Resumen Espectáculo
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Os transtornos de ansiedade e a doença de Parkinson são patologias que atingem uma grande parcela da população. Grande parte das alternativas terapêuticas para essas patologias não contribui para melhora de todos os aspectos clínicos e/ou acarreta efeitos colaterais indesejáveis, havendo assim uma grande demanda para o desenvolvimento de novos fármacos. A Passiflora cincinnata Mast., planta conhecida popularmente por “maracujá do mato”, “maracujá tubarão” ou “maracujá mochila”, é uma espécie nativa presente em diversos estados brasileiros. As espécies do gênero Passiflora são muito conhecidas por suas flores vistosas, seus frutos comestíveis de sabor marcante e por suas propriedades sedativas, tranquilizantes e ansiolíticas relatadas pela medicina popular. São plantas que apresentam compostos orgânicos importantes como fenóis, glicosídeos cianogênicos, alcalóides e flavanóides, sendo estes responsáveis pelas atividades ansiolítica, antioxidante, antiinflamatória, anti-hiperglicêmica, entre outras quando testadas em mamíferos. Apesar disto, poucos são os estudos realizados no sentido de investigar os possíveis efeitos biológicos in vivo do extrato da espécie Passiflora cincinnata Mast. Então, neste estudo avaliamos o efeito do extrato alcoólico desta planta na ansiedade e em um modelo animal da doença de Parkinson. O extrato etanólico de P. cincinnata demonstrou atividade ansiogênica no labirinto em cruz elevado, na dose de 25 mg/kg, quando administrada agudamente, diminuindo a frequência de mergulho de cabeça protegido (PHD). Essa atividade também foi observada na sessão de treino da esquiva discriminativa no labirinto em cruz, após 18 dias de administração do extrato, acarretando um aumento na frequência de postura de extensão corporal (SAP). Em relação ao potencial neuroprotetor, como demonstrado anteriormente por nosso grupo, a administração de injeções repetidas de reserpina induz prejuízos motores progressivos, como o aumento no tempo de catalepsia em barra, aumento da frequência de tremor de mandíbula e mastigação no vácuo, e redução na velocidade média dos animais no campo aberto, bem como inibiu a produção de tirosina hidroxilase em células do SNpc. Além disso, este tratamento promoveu prejuízo na evocação da memória aversiva nos camundongos submetidos a esquiva discriminativa no labirinto em cruz elevado. Em contrapartida, a injeção concomitantemente com extrato etanólico de P. cincinnata, foi capaz de retardar o surgimento de déficits motores avaliados pela catalepsia em barra, e mais, reverteu o déficit na produção de TH na SNpc.
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LUCIANA HELENA SILVA ROCHA
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When wolves cry: long distance calling by wild maned wolves
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Líder : RENATA SANTORO DE SOUSA LIMA
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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ARTUR ANDRIOLO
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FLÁVIO HENRIQUE GUIMARÃES RODRIGUES
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RENATA SANTORO DE SOUSA LIMA
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SUSAN E. PARKS
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Data: 25-may-2015
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Resumen Espectáculo
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O lobo-guará (Chrysocyon brachyurus Illiger 1815) é o maior canídeo da América do Sul e encontra-se quase-ameaçado de extinção segundo a IUCN. Por ser uma espécie noturna, territorial e com hábitos solitários, ainda há muitos aspectos pouco estudados de seu comportamento em ambiente natural, entre eles a comunicação acústica. Em seu repertório vocal, o lobo apresenta a vocalização de longa-distância chamada de “aulido” a qual, segundo a literatura, tem função de manutenção do espaçamento entre indivíduos e/ou comunicação entre os membros do par reprodutivo dentro do território. Nesse contexto, esse estudo teve como objetivos: 1) comparar quatro métodos de detecção dos aulidos de lobo-guará em gravações feitas em ambiente natural, buscando eleger o mais eficiente para nosso projeto; 2) entender como se dá o padrão noturno de emissão dessas vocalizações, verificando se as condições climáticas e as fases da lua influenciam nas taxas de emissão de aulidos; e 3) testar o Monitoramento Acústico Passivo como ferramenta na identificação da presença de lobos-guará em ambiente natural. A área de estudo foi o Parque Nacional da Serra da Canastra (Minas Gerais, Brasil) e foram utilizados gravadores autônomos para aquisição dos sons, os quais gravaram durante toda a noite (18h-06h) durante cinco dias de dezembro/2013 e durante todos os dias dos meses de abril a julho/2014. Os métodos de detecção de aulidos foram testados e comparados com relação ao tempo necessário para analisar os arquivos, número de falsos positivos e número de aulidos corretamente identificados. O método misto (XBAT+manual) foi o mais eficiente, encontrando 100% das vocalizações em quase metade do tempo do método manual, e foi eleito para análise dos nossos dados. O estudo da variação temporal da emissão de aulidos verificou que os lobos vocalizam mais nas primeiras horas da noite, o que sugere uma função social importante para esses chamados no início de seu período de atividade mais intenso. A velocidade média do vento foi a única variável meteorológica que influenciou a frequência de vocalizações, o que pode indicar baixa recepção sonora dos gravadores ou alteração nos padrões comportamentais dos lobos em condições de ventos fortes. É necessário um melhor entendimento da variação sazonal da atividade vocal dos lobos-guará, mas nosso estudo já demonstra ser possível detectar padrões comportamentais de animais selvagens apenas através do som, validando o Monitoramento Acústico Passivo como ferramenta na conservação dessa espécie.
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JULIA RIBEIRO GUIMARÃES DOMBROSKI
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Ecologia acústica de pares fêmea-filhote de baleia franca austral (Eubalaena australis) (Desmoulins, 1822) em águas costeiras do estado de Santa Catarina, Brasil.
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Líder : RENATA SANTORO DE SOUSA LIMA
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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ARTUR ANDRIOLO
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MARIA LUISA DA SILVA
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RENATA SANTORO DE SOUSA LIMA
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SUSAN E. PARKS
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Data: 27-may-2015
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Resumen Espectáculo
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O monitoramento acústico passivo (MAP) permite a convergência de soluções para questões conservacionistas e científicas e vêm sendo utilizado com sucesso para a examinar diversos aspectos da biologia de cetáceos. Todavia, sua aplicação para ambos os fins depende da correta interpretação dos dados coletados e portanto de conhecimentos prévios sobre o comportamento e o repertório acústico da(s) espécie(s) alvo(s). O sul do Brasil é uma importante área de reprodução para baleias francas austrais (Eubalaena australis). Esta espécie ameaçada agrega-se anualmente entre Julho e Novembro principalmente no estado de Santa Catarina. Medidas de proteção são necessárias para assegurar a recuperação e para mitigar os efeitos de atividades antrópicas sobre esta população. Visando construir conhecimento necessário para implementação de MAP como ferramenta de pesquisa e conservação da baleia franca no Brasil, o objetivo deste trabalho é reunir informações sobre a ecologia acústica de pares-mãe filhote da espécie. Sensores autônomos foram instalados em duas localidades na APA Baleia Franca e continuamente monitoraram o ambiente e vocalizações de baleias francas. 1427 chamados com SNR > 10dB foram classificados em 7 categorias: upcall (55.8%), downcall (12.9%), v-call (12.3%), tonal constante (10.1%), tonal variável (6.7%), híbrido (1.6%), pulsado (0.6%). A frequência de pico média de todas as vocalizações foi 107.5±35.2 Hz e a duração média foi de 0.8± 0.7s. A análise do padrão nictemeral do comportamento vocal mostrou que o raking médio das taxas ajustadas de vocalização em cada período (amanhecer, dia, noite e anoitecer) não variam significativamente (Kruskal-Wallis x2=5.86, df=3, p=0.12). Provavelmente, estes resultados estão relacionados a ontogenia comportamental dos pares e refletem a relação espacial entre mães e seus respectivos filhotes no período final de permanência na área de invernagem. Gravações realizadas com um arranjo linear de hidrofones sincronicamente a observações comportamentais, revelaram que a taxa de emissão de chamados está relacionada ao nível de atividade em cada estado comportamental. Em estados de maior atividade, como durante interações entre pares e entre mães e seus filhotes, a taxa de emissão de chamados foi respectivamente 3.35 e 0.21 chamados/minuto. Por outro lado, enquanto se deslocando ou em descanso, a taxa de vocalização foi de 0.12 e 0.02 chamados/minuto. Nenhuma vocalização foi atribuída aos pares focais em mergulho ou amamentando. Os testes exato de Fisher (F=14.82; p=0.21) e chi-quadrado (x2=19.06; df=15; p=0.37) revelaram que a associação entre os tipos de chamados e os estados comportamentais não é significativa. Porém classes de chamados distintas foram emitidas em proporções diferentes em cada estado comportamental. O significado funcional das classes de vocalização no contexto da comunicação de pares fêmea-filhote é semelhante a aquele descrito em estudos prévios, realizados com outros tipos de grupo da espécie. A composição de informações gerada por este trabalho constitui as bases do conhecimento acerca da bioacústica da baleia franca no Brasil e serão fundamentais para a implementação de ferramentas de monitoramento e preservação baseadas em princípios acústicos. Além disso, representam um importante passo para a expansão do conhecimento do comportamento vocal de pares mão-filhote, um subgrupo vulnerável porém vital para as populações.
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PAULA SOBENKO HATUM
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The song of humpback whale and the potencial effects of whale-watching in the Abrolhos Bank, BA, Brazil
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Líder : RENATA SANTORO DE SOUSA LIMA
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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ARTUR ANDRIOLO
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MARIA LUISA DA SILVA
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RENATA SANTORO DE SOUSA LIMA
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SUSAN E. PARKS
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Data: 27-may-2015
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Resumen Espectáculo
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Os machos de baleia jubarte, Megaptera novaeangliae, produzem uma longa e complexa sequência de sons, denominada canto, que podem ser definidas em uma estrutura hierárquica, consistindo de subunidades e unidades, subfrases e frases, temas, canto e sessões de canto. O canto ocorre predominantemente em áreas de reprodução, no entanto, machos também cantam, porém com menor ocorrência, em áreas de alimentação e durante a migração. A função do canto ainda não é bem compreendida, porém, entre muitas hipóteses propostas, as teorias predominantes são de que os machos cantam para atrair as fêmeas, ou para estabelecer e/ou manter dominância entre machos.n. Inicialmente descritos como padrões fixos, estudos subsequentes mostraram que o canto está sob frequentes mudanças ao longo de uma ou mais estações reprodutivas dentro de uma população. Este processo tem sido referido como um exemplo de evolução cultural. Desde o início da moratória à caça, muitas populações de baleias vêm se recuperando em todo o mundo e, no Brasil, acompanhando o aumento da ocorrência das baleias jubarte, o turismo de observação (Whale-Watching) desta espécie vem se tornando cada vez mais frequente no estado da Bahia. Embora permita uma utilização mais sustentável das jubartes como um recurso natural, o rápido crescimento desse tipo de turismo vem gerando preocupação sobre os possíveis efeitos que a atividade pode causar na espécie, em especial nas áreas de reprodução, como é o caso do Banco dos Abrolhos, litoral sul da Bahia, principal área de reprodução da espécie no oeste do Oceano Atlântico Sul. Todas as embarcações, desde os menores barcos até os grandes petroleiros, produzem ruídos, os quais variam com as características das mesmas. Estudos investigando as possíveis respostas da baleia jubarte frente à aproximação de embarcações verificaram que a duração de alguns elementos do canto foi alterada, podendo até mesmo levar à interrupção do comportamento vocal em períodos de tráfego intenso ou têm seus cantos mascarados pelos ruídos das embarcações, o que pode ser um problema para detecção e localização de machos cantores e comunicação entre as baleias. As consequências dessa ruptura no sistema de comunicação podem resultar em graves efeitos sobre o sucesso de acasalamento individual, podendo até mesmo, em longo prazo, causar efeitos na viabilidade das populações. Este trabalho tem como objetivo (1) analisar a variação na estrutura do canto das baleias jubartes no Banco dos Abrolhos durante o período de 2003-2005, descrevendo as variações encontradas no nível hierárquico de frases, e, definir linhagens de temas ao longo deste período; (2) comparar o comportamento vocal de machos de baleia jubarte na presença e na ausência de barcos a motor associados à atividade turística na região do banco dos Abrolhos; e, (3) caracterizar os ruídos das embarcações e identificar as características dos barcos que influenciam nas respostas comportamentais das baleias jubarte. Vinte e um temas foram descritos entre o perído de 2003 e 2005. Linhagens de continuidade foram definidas para temas nos quais haviam frase padrão definida através de teste estatístico. Foram observadas mudanças na estrutura espectral das unidades, a introdução de novas unidades, unidades de remoção e também variação na estrutura geral sentença intra e inter-individual. No capítulo 2, o canto foi adquirido sem a presença de barco a motor e durante a aproximação de um único barco a motor, o qual se aproximava seguindo as diretrizes para as atividades de "whale watching" nesta área. Os resultados mostraram que embora o número de frases por tema diminuam na presença de barco, esta diferença não é significativa. Similarmente, a duração da frase também é mantida mesmo durante a exposição ao ruído de barcos a motor, o que sugere que esta métrica deve ser importante para a comunicação de machos reprodutivos e deve apresentar uma forte pressão seletiva para manter sua consistência. Finalmente, no terceiro capítulo, os resultados sugerem que os sons produzidos pelos diferentes tipos de embarcações neste estudo (veleiro e traineiras) e os diferentes tipos de motor (motor de popa e motor interior), parecem não ter qualquer influência no comportamento acústico ou espacial das jubartes. Além disso, os valores encontrados para as métricas utilizadas (3 dB bandwidth e source level) na caracterização dos ruídos produzidos pelas diferentes embarcações, parecem não apresentar nenhuma associação com os diferentes tipos de barcos de turismo considerados na análise. No entanto, 71 % (n = 7) das embarcações apresentaram valores de 3 dB bandwidth que se sobrepõe as frequencias utilizadas no canto dos machos de baleia jubarte, sugerindo o possível mascaramento das vocalizações das baleias. Devido à importância da comunicação acústica para as baleias jubarte, faz-se necessário compreender melhor os processos envolvidos na evolução do canto da espécie, bem como a melhor compreensão dos possíveis efeitos provocados pelos ruídos das embarcações sobre as baleias jubartes que podem fornecer informações relevantes na tomada de decisões para a conservação e o melhor gerenciamento do turismo de observação das jubartes no Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, ambiente de extrema importância para a espécie.
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EDUARDO BITENCOURT DE OLIVEIRA
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A influência da relevância social no viés de grupo
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Líder : MARIA EMILIA YAMAMOTO
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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ANGELA JOSEFINA DONATO OLIVA
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ANUSKA IRENE DE ALENCAR
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WALLISEN TADASHI HATTORI
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Data: 05-jun-2015
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Resumen Espectáculo
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Comportamentos encontrados em todas as culturas, tendências gerais do ser humano, são conhecidos dentro da Psicologia Evolucionista como mecanismos psicológicos evoluídos. Esses comportamentos remontam ao Ambiente de Adaptação Evolutiva, e um exemplo bem conhecido deste tipo de comportamento é o viés de grupo (ou viés intergrupo), que consiste em reconhecer membros do próprio grupo e favorecê-los, enquanto negligencia ou mesmo prejudica membros de outros grupos. Este comportamento foi e ainda é extensivamente estudado, entre as principais conclusões sobre o fenômeno encontra-se o Paradigma dos Grupos Mínimos, onde se descobriu que o viés intergrupo poderia se manifestar mesmo quando a divisão de grupos seguia critérios bastante arbitrários. No presente estudo, nosso objetivo foi testar se os participantes, ao realizar um jogo econômico, se comportavam da mesma maneira em uma situação de grupos mínimos e de grupos reais, com relevância social. Com esse propósito criamos duas condições experimentais, a condição de Baixa Relevância Social (BRS) onde os grupos eram representados por letras (H, B, O e Y) com participantes sendo aleatoriamente alocados para cada grupo; e a condição de Alta Relevância Social (ARS), em que a religião foi usada como marcador de grupo e continha os dois grupos religiosos mais dominantes no Brasil, católicos e evangélicos, um grupo contendo todas as outras filiações religiosas e o quarto e último grupo representando ateus e agnósticos. A razão de doações in-group/out-group foi aproximadamente igual entre ambas as condições. No entanto, a quantidade de wafers doada para o próprio grupo foi significativamente maior na condição ARS. Ao verificar quais aspectos de cada indivíduo melhor previam o viés de grupo observado, descobrimos que a percepção da Entitatividade in-group assim como a Identificação do Grupo foram as variáveis mais relevantes, porém, só na condição ARS. Simultaneamente, ao verificar a generosidade, enviesada ao grupo ou não, observamos que o fator de personalidade Socialização foi a única variável capaz de prevê-la, e apenas na condição BRS. Concluímos que a nossa generosidade, ou falta dela, é em grande parte definida pela nossa personalidade, em particular o fator Socialização. Mas essa mesma generosidade pode ser afetada pela relevância social dos grupos envolvidos e que, se esta última for alta o suficiente, mesmo pessoas que, graças a sua personalidade, normalmente não apresentam generosidade, são capazes de demonstrá-la quando o beneficiário é um membro de seu próprio grupo.
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ZOELIA CAMILA MOURA BESSA
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Mecanismos de sincronia social no ritmo circadiano de atividade em casais de saguis (Callithrix jacchus)
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Líder : CAROLINA VIRGINIA MACEDO DE AZEVEDO
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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CAROLINA VIRGINIA MACEDO DE AZEVEDO
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GISELE AKEMI ODA
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JOHN FONTENELE ARAUJO
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Data: 08-jun-2015
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Resumen Espectáculo
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Em saguis, foi observado que a sincronia entre os perfis circadianos de atividade dos animais que vivem em grupo é mais forte entre os indivíduos de uma mesma família do que entre famílias diferentes. Dentro do grupo é mais forte entre juvenis do que entre juvenis e seus pais. No entanto, são desconhecidos os mecanismos envolvidos na sincronia social. Com o objetivo de investigar os mecanismos de sincronização envolvidos na sincronia entre os perfis circadianos de atividade em casais de saguis, foi registrada continuamente a atividade motora por actímetros em 3 díades. Os casais foram submetidos a duas condições de iluminação: ciclo claro escuro CE 12:12 (CEJ I - 21 dias), e depois em claro constante (~350 lux). Em CC, os casais foram submetidos a 4 situações experimentais: 1. convívio completo (CCJ I - 24 dias), 2. remoção de um membro do casal para outra sala com condições semelhantes (CCS I - 20 dias), 3. reintrodução do membro do casal na gaiola da 1° situação (CCJ II - 30 dias), e 4. remoção do membro de cada casal para outra sala experimental (CCS II - 7 dias) para avaliar os mecanismos de sincronização. Por fim, os membros do casal foram reintroduzidos na gaiola e submetidos ao ciclo CE 12:12 (CEJ II - 11 dias). Os casais entraram em livre curso na primeira condição em CC em convívio social, com períodos idênticos entre os membros do casal, semelhante ao observado na segunda condição. Nas etapas sem convívio social, apenas 2 fêmeas entraram em livre curso na primeira etapa e 3 animais na segunda. Nas referidas condições, os ritmos dos animais de cada casal apresentaram diferentes períodos endógenos. Além disso, nas condições com convívio social (CEJ e CCJ), os membros do casal apresentaram relação de fase estável entre si para o início e fim da fase ativa, enquanto que nas etapas com separação entre o casal foi observada uma quebra de estabilidade nas relações de fase entre os perfis circadianos de atividade, com um aumento na diferença de ângulo de fase entre o casal. Ao entrar em livre curso, na transição entre CEJI e CCJI, todos os animais anteciparam progressivamente o início e o fim da fase ativa em fase semelhante à condição anterior, expressando sinal de arrastamento ao CE anterior. Enquanto que nas etapas seguintes isto foi observado em apenas 3 animais entre CCJI e CCSI, e entre CCJII e CCSII, demonstrando sinais de arrastamento às pistas sociais entre os membros dos casais. Por outro lado, 1 animal atrasou progressivamente entre CCJI e CCSI, 3 animais atrasaram entre CCSI e CCJII e 3 animais entre CCJII e CCSII, possivelmente por arrastamento aos animais da parte externa da colônia. Processo semelhante foi observado em 4 animais entre CCSII e CEJII, indicando arrastamento ao CE. Na transição entre o CCSI e CCJII foram observados sinais de mascaramento no ritmo de uma fêmea em resposta ao macho e em outro casal no ritmo do macho em relação ao da fêmea. A correlação geral e máxima entre os perfis circadianos de atividade dos animais foi mais forte nas condições em convívio social em CE e CC do que na ausência do convívio social em CC, evidenciando o efeito social. Os casais tiveram maiores valores para a correlação máxima em CE e CC juntos do que quando os perfis foram correlacionados com animais de gaiolas diferentes de mesmo ou diferente sexo. Resultados semelhantes foram observados na correlação geral. Portanto, sugere-se que o convívio social favorece a uma forte sincronia entre os perfis circadianos de atividade dos casais de sagui, que envolve sincronização por arrastamento e mascaramento. Porém, estudos adicionais são necessários para avaliar o efeito das pistas sociais na sincronização do ritmo circadiano da atividade entre casais de saguis na ausência de pistas sociais externas a fim de confirmar esta hipótese.
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DANIEL STEPHAN WAJSS
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Qual é a sua tribo? O uso do TAI online no desvelamento de conhecimentos sociais ocultos
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Líder : ANTONIO PEREIRA JUNIOR
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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ANTONIO PEREIRA JUNIOR
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ANUSKA IRENE DE ALENCAR
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RONALDO PILATI RODRIGUES
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Data: 15-jun-2015
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Resumen Espectáculo
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O teste de associação implícita (TAI) criou recursos para acesso aos fenômenos dificilmente expostos através de autorrelatos ou medidas explícitas, tradicionais nos estudos em Psicologia. Embora esta técnica de mensuração esteja entre as mais consistentes nas publicações internacionais, poucos artigos científicos no Brasil estudaram o TAI se aprofundando em questões teóricas ou práticas. Isto gerou um desnível entre a disseminação desta medida no país e a produção observada nos laboratórios internacionais, tanto do ponto de vista quantitativo como qualitativo. Nesse contexto, a criação dos laboratórios virtuais (online) implementados em diversos países, incluindo o Brasil, criou oportunidades singulares para contornar estas disparidades. Nosso trabalho buscou esclarecimentos teóricos e conceituais, contextualizando-os no desenvolvimento histórico do TAI e de sua versão online, com o objeto de direcionar de forma acessível a apresentação inédita do TAI online adaptado ao público brasileiro. Em uma segunda etapa, investigamos empiricamente os dados obtidos pelo portal eletrônico brasileiro do TAI “Países”. Neste processo, analisamos o grau de nacionalismo implícito de 2271 brasileiros coletados desde o início de 2009 até o final de 2014. Nosso objetivo foi verificar se os resultados dos dados obtidos em um momento de grande confronto esportivo (Copa do Mundo da FIFA de 2010 e de 2014), se diferem de outros períodos em que o torneio não ocorreu. Nossas análises apontaram diferenças estatisticamente significativas para a amostra na véspera do confronto esportivo, quando o aumento do nacionalismo implícito foi claramente superior, mesmo com ausência de efeito pelos autorrelatos. Em um terceiro momento, efetuamos uma análise independente do contexto temporal da amostra, encontrando diferenças estatísticas significativas entre ambos os graus de nacionalismo (implícitos e explícitos) entre os sexos dos participantes. Neste caso, as mulheres se mostraram mais nacionalistas que os homens, mesmo que ambos tenham atitudes de preferências implícitas pelo Brasil. No fechamento do trabalho, sugerimos que o nacionalismo seja um subproduto dos mecanismos mentais universais evoluídos, corroborando com a teoria do favoritismo grupal que fundamenta a teoria de identidade social. Além disso, apontamos a necessidade de estudos entre as diferenças entre os sexos em questões relacionadas ao grupo de pertinência, uma vez que esperávamos dos homens maiores atitudes nacionalistas, como reflexo da manutenção de grupos coesos em sociedades ancestrais. Não obstante, tudo indica para a importância singular em se aprofundar nos estudos do TAI e do TAI online para investigações futuras do comportamento humano em diversas áreas do conhecimento.
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MARIANA DIAS LEITE
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Organização nuclear do sistema serotonérgico no encéfalo de morcegos (Artibeus planirostris)
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Líder : EXPEDITO SILVA DO NASCIMENTO JUNIOR
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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EXPEDITO SILVA DO NASCIMENTO JUNIOR
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JUDNEY CLEY CAVALCANTE
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FRANCISCO GILBERTO OLIVEIRA
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Data: 09-jul-2015
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Resumen Espectáculo
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A serotonina ou 5-hidroxitriptamina (5-HT) é uma substância encontrada em muitos tecidos do organismo, inclusive no sistema nervoso atuando como neurotransmissor. Dentro do neuro-eixo, a localização da maioria dos neurônios 5-HT se sobrepõe com os núcleos da rafe do tronco encefálico, na linha média ou em suas proximidades, de tal maneira que a 5-HT neuronal pode ser considerada um marcador dos núcleos da rafe. Os neurônios serotonérgicos projetam-se para praticamente todas as áreas do cérebro. Estudos mostram a participação da serotonina na regulação da temperatura, comportamento alimentar, comportamento sexual, ritmos biológicos, sono, função locomotora, aprendizagem, entre outras. A anatomia destes grupos foi revisada em muitas espécies, inclusive em rato, coelho, gato e primatas, mas nunca antes em uma espécie de morcego da América do Sul. Este trabalho teve como objetivo caracterizar os grupamentos serotonérgicos no encéfalo do morcego Artibeus planirostris, através de imunoistoquímica para serotonina. Sete morcegos machos adultos da espécie Artibeus planirostris (Microchiroptera, Mammalia) foram utilizados nesse estudo. Os animais foram anestesiados, perfundidos por via transcardíaca e tiveram seus encéfalos removidos. Secções coronais e sagitais do encéfalo congelado dos morcegos foram obtidos em micrótomo de deslizamento e submetidos a reação imunoistoquímica para 5-HT. Delimitamos os núcleos linear caudal (CLi), dorsal (DR), mediano (MnR), paramediano (PMnR), pontino (PnR), magno (MgR), pálido (RPa) e obscuro (Rob) da rafe, além dos grupamentos B9 e ventrolaterais rostral e caudal (RVL/CVL). Os grupamentos serotonérgicos nesta espécie de quiróptero apresentam morfologia e citoarquitetura relativamente semelhante ao descrito em roedores e primatas, confirmando a estabilidade filogenética desses grupamentos celulares.
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LUILIA SUELLY CRUZ MENEZES
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EXPECTATIVAS REPRODUTIVAS DE PAIS E FILHOS: UMA AVALIAÇÃO DO CONFLITO PAIS-PROLE.
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Líder : FIVIA DE ARAUJO LOPES
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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FIVIA DE ARAUJO LOPES
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MARIA EMILIA YAMAMOTO
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ROSANA SUEMI TOKUMARU
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Data: 28-jul-2015
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Resumen Espectáculo
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Além da sobrevivência, é a reprodução que move o ser humano. Nos interessamos em garanti-la, e temos interesse direto na reprodução daqueles com quem temos forte relação genética. Trivers (1974) caracterizou o conflito pais-prole, como uma divergência quanto ao investimento dos pais, que vem sendo estudado principalmente nas fases iniciais do desenvolvimento dos filhos. No entanto, tal divergência também pode se expressar no momento das decisões reprodutivas dos filhos. Assim, investigamos se pais e filhos têm interesses conflitantes quanto às expectativas reprodutivas dos filhos, entendendo expectativas reprodutivas como as idades pretendidas para casar, ter filhos, iniciar a vida sexual e quantidade de filhos pretendida. Encontramos que pais e filhos discordam em alguns desses pontos que compõem etapas inerentes à sua reprodução, com uma expectativa mais conservadora quando se trata das filhas, reiterando a hipótese da guarda da filha. Quando consideramos a quantidade de ajuda que seria disponibilizada para a criação de um neto, encontramos que ela tem uma variação bem clara de acordo com a faixa etária dos pais do bebê: quanto mais novos, maior quantidade de ajuda seria oferecida pelos avós. Sendo levadas em consideração a quantidade e qualidade da prole e quando ocorrerá a reprodução, o investimento parental é um elemento que apresenta-se intimamente ligado a história de vida do sujeito. Os pais são os primeiros a comunicar como é/está o ambiente em que as crianças estão/estarão inseridas. Como a história de vida está intimamente ligada com reprodução, e, portanto, com o investimento parental, investigamos a correlação entre aspectos da história de vida dos indivíduos (imprevisibilidade e cuidado parental) e suas expectativas reprodutivas, buscando ainda avaliar se havia relação entre a história de vida do pai e suas expectativas reprodutivas quanto a seus filhos. Encontramos indícios que confirmam parcialmente nossas expectativas, havendo a indicação de relacionamentos entre alguns elementos das expectativas reprodutivas com indicadores de imprevisibilidade e cuidado parental. As experiências dos pais também refletiram nas suas expectativas para seus filhos, tendo mais relações com as expectativas para as filhas. A partir de nossos achados encontramos evidências de que o conflito pais-prole se apresenta também nas expectativas reprodutivas dos filhos e relaciona-se com aspectos da história de vida dos indivíduos.
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ARIELA MOREIRA DOS SANTOS
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ANSIEDADE SOCIAL E COOPERAÇÃO EM CONTEXTO DE HIERARQUIA SOCIAL
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Líder : FIVIA DE ARAUJO LOPES
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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FIVIA DE ARAUJO LOPES
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MAURO DIAS SILVA JÚNIOR
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NEUCIANE GOMES DA SILVA
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Data: 30-jul-2015
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Resumen Espectáculo
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O Jogo do Ultimato é uma metodologia da Teoria dos Jogos que pretende investigar o comportamento cooperativo de indivíduos em situações de divisão de recurso. A literatura tem mostrado que metade dos sujeitos não aceita divisão de recurso injusta, e ainda prefere arcar com um custo momentâneo para se vingar do trapaceiro. Entretanto, pessoas que têm prejuízo em assertividade, como indivíduos que possuem fobia social, podem ter dificuldade em rejeitar ofertas de divisão de recurso injusta, especialmente em situações que lhes causem ansiedade demasiada, como estar na presença de um indivíduo considerado de alto nível hierárquico. A percepção negativa sobre seu próprio valor também pode o fazer pensar que não merece uma divisão justa. Esses indivíduos também possuem um forte desejo de transmitir uma impressão positiva aos demais, o que poderia levá-los a serem mais generosos em uma divisão de recurso. O objetivo desta pesquisa foi verificar, através do Jogo do Ultimato, se indivíduos com ansiedade social aceitariam mais ofertas injustas de confederados de alto que de baixo nível hierárquico e se seriam mais generosos na divisão de bens, no mesmo jogo, quando comparados a indivíduos sem ansiedade social. Noventa e cinco (95) estudantes universitários participaram deste estudo respondendo ao Inventário de Fobia Social, a Escala Fatorial de Extroversão, questionário sociodemográfico, escala de ansiedade situacional e, por fim, o Jogo do Ultimato em quatro rodadas (1ª e 3ª - confederado representando alto ou baixo nível hierárquico com uma proposta injusta; 2ª - confederado sem pista de status social faz com proposta justa; 4ª - sujeito da pesquisa faz a oferta). Os resultados mostraram uma correlação negativa significativa entre ansiedade social e altivez, e ansiedade social e assertividade, e uma correlação positiva significativa entre ansiedade social e ansiedade situacional. Não houve diferença significativa na ansiedade situacional em função do status para indivíduos ansiosos. Também não encontramos diferença significativa na quantidade de bens doados, mostrando que o comportamento generoso não difere entre os grupos. Por fim, o status social não influenciou na decisão na resposta ao jogo, para indivíduos ansiosos. Esses resultados corroboram outras pesquisas que mostram a relação entre ansiedade social e assertividade, e ansiedade social e autopercepção negativa de capacidade e valor (baixa altivez). Como mostram os resultados de ansiedade situacional, o estímulo de alto status não foi percebido como ameaçador para o indivíduo, o que pode ter afetado sua resposta no jogo. Os resultados para o Jogo do Ultimato seguem a mesma direção quanto a taxa de aceitação pra propostas injustas (aproximadamente 50%) em estudos realizados com amostra não clínica.
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POLIANA GABRIELE ALVES DE SOUZA LINS
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Preferência e competição alimentar em um grupo de Sapajus flavius em fragmento de Mata Atlântica de Caaporã Goiana – Paraíba – Brasil
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Líder : RENATA GONCALVES FERREIRA
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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MÔNICA MAFRA VALENÇA MONTENEGRO
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PATRICIA IZAR
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RENATA GONCALVES FERREIRA
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Data: 14-ago-2015
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Resumen Espectáculo
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A alimentação é pressão seletiva básica de todas as formas de animais. Modelos em ecologia nutricional de primatas prevêem as consequências do consumo de alimentos preferidos e não preferidos no comportamento, fisiologia e morfologia dos animais. Ao mesmo tempo, modelos sócio-ecológicos inferem o padrão de organização social a partir do tipo de competição alimentar enfrentada pelos animais. A definição de alimentos preferidos, e inferências sobre a intensidade de competição e suas consequências comportamentais são informações valiosas para manejo de animais em fragmentos. Neste trabalho observamos o comportamento alimentar e posicionamento espacial de um grupo de mais de 100 macacos-prego galego (Sapajus flavius) que habitam um fragmento de Mata Atlântica, cercado por plantações de cana-de-açúcar. Nós comparamos o consumo de diferentes itens alimentares com sua disponibilidade mensal na região para definirmos os alimentos preferidos e reserva, e contabilizamos as vocalizações de agressão e a distancia inter-individual (área de mínimo polígono convexo/n indivíduos) para inferir a intensidade de competição alimentar vivenciada pelos animais. No ano estudado o tempo consumindo frutas correlacionou com a produtividade das frutas, indicando preferência por frutos. Os nossos dados indicam que as espécies Elaeis sp., Cecropia palmata, Inga spp. e Simarouba amara são os alimentos preferidos na dieta. Disponível durante todo o ano e uniformemente distribuída, a cana-de-açúcar constituiu um item regular na dieta e foi caracterizado como alimento reserva estável para este grupo. Embora as frutas sejam itens alimentares preferenciais, a taxa de competição direta não se correlacionou com a sua produtividade, mantendo-se a índices elevados durante todo o ano (2,45 eventos / hora). O índice de distancia inter-individual correlacionou positivamente com a pluviometria indicando variação na competição indireta por alimentos. O número de vizinhos das fêmeas com filhotes foi menor quando a produtividade de frutos era baixa, indicando que elas estão sofrendo alta competição indireta. Nossos dados indicam que esse grupo faz uso de cana-de-açúcar como alimento reserva estável, o que evidencia a importância da matriz circundante ao fragmento para a sobrevivência desta espécie criticamente ameaçada de macaco-prego no Nordeste do Brasil. Uma lista preliminar de alimentos preferidos e importantes é ofertada, e pode auxiliar na escolha de árvores para reflorestamento e corredores, e escolha de fragmentos a serem conservados e áreas de soltura e translocação de animais. Não verificamos aumento de competição direta durante o uso de alimentos preferidos, mas sim durante o uso de alimento reserva estável. Isso pode dever-se ao ambiente alterado, que resulta em alta competição alimentar durante todo o ano. Tanto a preferencia alimentar quanto as consequências sócio-comportamentais da alta competição alimentar vivenciada pelos animais neste fragmento precisam ser acompanhadas ao longo dos anos para assegurar a sobrevivência desta população.
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CAROLINA PEREIRA CADÓRIO DA SILVA
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Perfil comportamental de macacos-pregos (Sapajus spp) cativos: análises em nivel de grupo e indivíduo
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Líder : RENATA GONCALVES FERREIRA
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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BRISEIDA DOGO DE RESENDE
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MARIA DE FATIMA ARRUDA DE MIRANDA
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RENATA GONCALVES FERREIRA
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Data: 20-ago-2015
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Resumen Espectáculo
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O uso de indicadores comportamentais de sofrimento e bem-estar de animais em cativeiro tem produzido resultados ambíguos. Em comparações entre grupos, aqueles em piores condições tendem a apresentar um aumento generalizado em todas as taxas de Comportamentos Potencialmente Indicativos de Estresse (BPIS), mas em comparações dentro de grupos, os indivíduos diferem nas suas estratégias de enfrentamento ao estresse. Esta dissertação apresenta análises para revelar o perfil comportamental de uma amostral de 26 macacos prego em cativeiro, de três espécies diferentes (Sapajus libidinosus, S. flavius e S. xanthosternos), mantidos em diferentes tipos de recinto. No total foram coletadas 147,17 horas de registros comportamentais. Explorámos quatro tipos de análises: Orçamento de Atividades, índices de Diversidade, cadeia de Markov e análise de Sequência, e Análise de Rede Social, resultando em nove índices de ocorrência e de organização comportamental. No capítulo Um exploramos diferenças entre grupos. Os resultados apoiam as predições de que existem diferenças mínimas entre sexo e espécie e são observadas diferenças maiores no perfil comportamental devido ao tipo de recinto: i. indivíduos em recintos com menos enriquecimento ambiental apresentaram um repertório de BPIS mais diverso e uma menor probabilidade de sequências de seis passos de Comportamentos Normativos de Género (GNB); ii. o número de transições comportamentais que incluíam pelo menos um BPIS foi superior em recintos menos enriquecidos; iii. índices de proeminência de BPIS indicam que estes funcionam como pontos fim de sequências comportamentais, e que a proeminência de três BPIS (locomoção aberrante, auto-direccionadas e activas I) foram maiores em recintos menores. No geral, estes dados não corroboram a ideia de que os BPIS têm um padrão repetitivo, com um efeito relaxante, tipo “mantra”. Pelo contrário, a imagem que surge é de que os BPIS são atividades que interrompem a organização dos comportamentos, introduzindo “ruido” que compromete o orçamento de atividades ótimo. No capítulo Dois exploramos diferenças individuais em seis eixos de comportamento exploratório. Estes mostraram-se pouco correlacionados, o que indicam baixa correlação entre indicadores comportamentais de síndromes. No entanto, os resultados sugerem duas estratégias de enfrentamento ao estresse abrangentes, semelhantes ao padrão audaz/proactivo e tímido/reativo: macacos prego mais exploratórios apresentaram maior proeminência em locomoção aberrante, exibição sexual aberrante e ativas I, enquanto que animais menos ativos apresentaram uma maior probabilidade de sequencias com pelo menos um BPIS, e maior proeminência em estereotipia-própria. Macacos prego são conhecidos pelas suas capacidades cognitivas e flexibilidade comportamental, portanto, a procura de um conjunto de indicadores comportamentais de bem-estar consistente requer mais estudos e conjuntos de dados mais amplos. Com este trabalho, pretendemos contribuir para a criação de protocolos, com embasamento científico e estatisticamente corretos, para amostragem de dados comportamentais que permitam a comparabilidade de resultados e meta-análises, de qualquer que seja a interpretação teórica que possa receber.
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JÚLIO CÉSAR DE OLIVEIRA LEAL
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EFEITO DO ESTROGÊNIO NA MEMÓRIA: ESTAMPA TEMPORAL
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Líder : JOHN FONTENELE ARAUJO
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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CAROLINA VIRGINIA MACEDO DE AZEVEDO
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JOHN FONTENELE ARAUJO
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RHOWENA JANE BARBOSA DE MATOS
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Data: 28-ago-2015
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Resumen Espectáculo
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No ciclo estral, há uma variação nos níveis de hormônios sexuais, tal como o estrogênio. Estudos demonstram a influência do estrogênio na cognição em tarefas dependentes do hipocampo. Por exemplo, roedores no proestro obtêm melhor desempenho do que roedores no estro, altos e baixos níveis de estrogênio respectivamente. A estampa temporal evidencia a influência da ritmicidade circadiana sobre o comportamento e a cognição. A evocação de memória é observada somente quando os horários do treino e do teste coincidem. Neste estudo, investigamos o efeito do estrogênio na evocação de memória na tarefa do reconhecimento e o efeito do estrogênio no ritmo circadiano de atividade locomotora.Utilizamos ratas Wistar jovens adultas. No Experimento 1, ratas na fase de proestro ou na fase de diestro foram treinadas na tarefa do reconhecimento de objetos. Seguindo um intervalo de 24 ou 28 horas, quando as ratas estavam na fase de estro ou na fase de proestro respectivamente, elas foram testadas. No Experimento 2, ratas sem ovários e ratas submetidas a cirurgia sham no diestro foram treinadas na tarefa do reconhecimento de objetos. Seguindo um intervalo de 24 ou 28 horas foram testadas, ratas sem ovários e ratas sham na fase de proestro foram testadas. Os resultados do experimento 1 demonstram que ratas em proestro gastaram mais tempo explorando o objeto novo que o objeto antigo independente da coincidência de fases circadianas, entretanto ratas no estro apenas gastaram mais tempo explorando o novo objeto que o objeto antigo quando o teste foi realizado no mesmo horário que o treino. Os resultados do experimento 2 demonstram que nenhuma diferença com relação a exploração dos objetos novo e antigo foi observada nas ratas sem ovários, e as ratas sham gastaram mais tempo explorando o objeto novo que o objeto antigo, independente da coincidência de fase circadianas. Quanto a ritmicidade, a acrofase do ritmo mudou conforme a fase do ciclo estral, ocorrendo mais tarde no proestro. Juntos, estes resultados sugerem que níveis elevados de estrogênio facilitam evocação de memória, independente do horário. Além disso, alterações nos parâmetros rítmicos conforme a fase do ciclo estral são exclusivamente na acrofase.
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ANA CECÍLIA DE MENEZES GALVÃO
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MODULAÇÃO DO ESTRESSE SOBRE PARÂMETROS FISIOLÓGICOS, COMPORTAMENTAIS, COGNITIVOS, E NEUROGÊNESE EM SAGUIS (Callithrix jacchus) JUVENIS: UM MODELO ANIMAL PSIQUIÁTRICO E NEUROCOGNITIVO.
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Líder : ANTONIO PEREIRA JUNIOR
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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FLAVIO FREITAS BARBOSA
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MARIA BERNARDETE CORDEIRO DE SOUSA
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NICOLE LEITE GALVAO COELHO
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Data: 31-ago-2015
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Resumen Espectáculo
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Nos períodos críticos de plasticidade neural ocorre uma maior permissividade do sistema nervoso ao ambiente, por isto, a ação do estresse sobre o individuo e suas repercussões sobre áreas responsáveis pelo controle dos sistemas de resposta ao estresse e por funções cognitivas complexas vem recebendo bastante atenção. A utilização de modelos experimentais translacionais tem sido imprescindível na elucidação destes mecanismos e das patologias associadas. Diante disto, este trabalho investigou os efeitos do estresse social sobre parâmetros fisiológicos, comportamentais, cognitivos e sobre a neurogênese no córtex pré-frontal (CPF) durante um período crítico de plasticidade cerebral, a fase juvenil, em machos de Callithrix jacchus. Durante cinco meses, 5 animais foram acompanhados em suas famílias (GF) e 5 animais foram isolados socialmente por 4 meses (GI), após um mês em observação em ambiente familiar (fase basal- FB). Ao final do 5º mês foram aplicados 2 testes de memória de trabalho (MT) nos animais GF e GI. Em seguida, 3 animais de cada grupo foram sacrificados para análise do fator de neurogênese BDNF ( Brain Derived Neurotrophic Factor) por imunofluorescência no CPF (sub-regiões orbitofrontal e lateral). Os animais do GF não variaram significativamente o cortisol ao longo do estudo, enquanto o GI elevou o cortisol e comportamentos indicadores de ansiedade (CA) na primeira semana do isolamento. Em seguida, o GI apresentou uma redução no cortisol, nos CA, no peso corporal e um aumento de comportamentos estereotipados e da anedonia, alterações tipicamente depressivas em primatas não-humanos. Ao final, o GI apresentaram níveis de cortisol menores que em FB. Ambos os grupos apresentaram dificuldades em realizar e aprender as tarefas cognitivas e a presença de BDNF no córtex pré-frontal foi independente do grupo (GF ou GI), porém correlacionou-se com os níveis de cortisol presentes na ultima semana do estudo, e os animais com presença de BDNF no CPF lateral e orbitofrontal apresentaram maiores níveis de cortisol. Estes resultados contribuem no processo de validação do sagui como um bom modelo psiquiátrico translacional e aponta para possibilidade de estudos sobre transtornos depressivos na juventude e suas repercussões posteriores. Além disto, os resultados observados para as tarefas cognitivas levou-nos a fazer uma releitura dos protocolos utilizados em estudos de memoria de trabalho com animais adultos desta espécie, com a finalidade de aprimora-los facilitando a aprendizagem em animais juvenis, naives e em situações de estresse. Ademais, evidenciou-se pela primeira vez a relação do estresse, cortisol e níveis de BDNF, em animais juvenis desta espécie, com a fim de contribuir com sua utilização como modelo animal neurocognitivo.
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LUCIANA VARELLA DE FIGUEIREDO
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Reserva Extrativista Acaú-Goiana:Tragédia Comum ou Decisão Coletiva?
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Líder : RENATA GONCALVES FERREIRA
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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RENATA GONCALVES FERREIRA
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FIVIA DE ARAUJO LOPES
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PRISCILA FABIANA MACEDO LOPES
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Data: 29-sep-2015
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Resumen Espectáculo
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Nos últimos anos observamos, no Brasil, a ampliação de espaços democráticos, proporcionando o emprego de estratégias de gestão participativa em áreas de recursos de uso comum. Entretanto, a existência de um modelo não garante a prática, de fato, que a co-gestão aconteça, ou que ela impeça a exaustão dos recursos comuns caracterizando a tragédia preconizada por Hardin. Neste trabalho realizamos uma análise da gestão da RESEX Acau-Goiana localizada nos municípios de Acaú (PB) e Goiana (PE), oito anos após a sua criação legal. Utilizamos como instrumento interpretativo os princípios facilitadores da gestão de recursos comuns (PGRC) identificados por Elinor Ostrom e o questionário de valores humanos proposto por Schwartz. A escala de valores foi aplicada com 240 indivíduos, sendo metade beneficiário e a outra metade não-beneficiário, somente os 120 pescadores das 4 comunidades da RESEX foram submetidos ao questionário dos PGRC. As entrevistas foram realizadas no período de Maio a Setembro de 2014. Testamos três hipóteses: 1) quanto maior a dependência de produtos da RESEX maior será o conhecimento sobre os PGRC; 2) a inserção dos indivíduos em uma área de uso comum (RESEX) aumenta os valores coletivistas; 3) valores mais coletivistas aumentam o conhecimento dos PGRC. Para tanto, definimos índices de dependência sócio-econômica de produtos da RESEX, de conhecimento dos PGRC e de valores individuais. Análises estatísticas de comparação de médias e correlação foram empregadas. Os nossos resultados mostraram que o conhecimento acerca de seis dos sete itens analisados nos princípios básicos (PGRC) ainda é baixo, apresentando valores em torno de 0,2 numa escala de zero a um (0 a 1). A extensão territorial (6.678 hectares) e o elevado número de usuários (1440 famílias) pode estar exercendo um efeito prejudicial no desenvolvimento da gestão compartilhada. Ao contrário do previsto, beneficiários que mais dependiam da RESEX não apresentaram maior conhecimento dos PGRC, mas os beneficiários que passavam mais tempo na RESEX que tiveram maiores índices. Isto indica que é o contato direto com o ambiente, não a dependência do mesmo que aumenta o conhecimento dos PGRC. De acordo com nossa hipótese, indivíduos com valores coletivistas apresentaram maior conhecimento dos PGRC e menor horas de trabalho dentro da RESEX, indicando maior tendência dos indivíduos refrearem seu uso do recurso comum. Valores individualistas correlacionaram com menor conhecimento de um PGRC. Entre os beneficiários, indivíduos com maiores valores individualistas tinham renda mensal mais elevada, enquanto que entre os não beneficiários não houve essa correlação, demonstrando as vantagens econômicas do individualismo (free-riding) em situações de uso não-privativo dos recursos. Nossos dados enfatizam a importância de orientar os principais atores no desenvolvimento de uma gestão co-participativa na direção dos princípios básicos, e que desenvolver valores coletivistas entre os usuários de um bem comum pode aumentar o conhecimento destes princípios.
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NELYANE NAYARA MARTINS DE SANTANA
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CARACTERIZAÇÃO NEUROQUÍMICA E DAS PROJEÇÕES RETINIANAS DO NÚCLEO SUPRAQUIASMÁTICO E DO FOLHETO INTERGENICULADO DO MORCEGO Artibeus planirostris
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Líder : EXPEDITO SILVA DO NASCIMENTO JUNIOR
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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EXPEDITO SILVA DO NASCIMENTO JUNIOR
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FERNANDO VAGNER LOBO LADD
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EUDES EULER DE SOUZA LUCENA
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Data: 30-sep-2015
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Resumen Espectáculo
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O sistema de temporização circadiana (STC) compreende um conjunto de estruturas neurais, que incluem vias aferentes, como projeções retinianas, que permitem a sincronização dos ritmos biológicos aos ciclos ambientais; um marcapasso central que gera o sinal circadiano e vias eferentes, que conectam o marcapasso aos efetores comportamentais. Entre os componentes centrais do STC, destaca-se o núcleo supraquiasmático (NSQ), classicamente reconhecido como a estrutural neural que rege a ritmicidade biológica, e o folheto intergeniculado (FIG) do complexo geniculado lateral do tálamo, modulador do marcapasso. Nesse estudo, ambos os centros circadianos foram avaliados quanto a sua citoarquitetura, padrão de inervação retiniana e conteúdo neuroquímco por meio da técnica de Nissl, de traçador neural e técnicas imuno-histoquímicas no morcego Artibeus planirostris, microquiróptero comum no território brasileiro. Com base nessas técnicas foi possível observar que o NSQ, no nível rostral, exibe um formato aproximadamante triangular e no nível médio e caudal, assume uma forma arredondada, além de apresentar inervação retiniana bilateral, com leve predominância contralateral. O NSQ do Artibeus planirostris é dotado de células imunorreativas a vasopressina (VP), polipeptídeo intestital vasoativo (VIP), calbindina (CB) e calretinina (CR); fibras/terminiais imunorreativos a neuropeptídeo Y (NPY) e serotonina (5-HT), além de marcação para proteína acídica fribilar glial (GFAP). O FIG recebe projeção retiniana bilateral e nos níveis rostral e médio exibe a forma de um fino folheto interposto entre o GLD e o GLV e a nível caudal expande-se medialmente contornando o GLV, além de conter células que expressam NPY, CB e CR; terminais imunorreativos a 5-HT e marcação para GFAP. Esse é o primeiro estudo a examinar o STC dessa espécie de quiróptero. Os dados indicam que o NSQ e FIG no Artibeus planirostris apresenta aferências retinianas e conteúdo neuroquímico similar a outras espécies de mamíferos.
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JOSILENE SOARES CARVALHO SANTOS
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SOCIAL NETWORKS OF Callithrix jacchus (Primates, Callithrichidae) IN A CAATINGA ENVIRONMENT
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Líder : ARRILTON ARAUJO DE SOUZA
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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ARRILTON ARAUJO DE SOUZA
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MARIA DE FATIMA ARRUDA DE MIRANDA
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WALLISEN TADASHI HATTORI
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Data: 21-dic-2015
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Resumen Espectáculo
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The structure of social networks refers to the association and relationships between members of a group, which are essential for describing service patterns and tools for investigating the dynamics of social structure. The variety of social structures can be influenced by the environment, anatomy, physiology and life history of each species. In order to understand the structure of the social networks of a group, we need to know, among which the intraspecific ecological ones of competition and cooperation are chosen among them. The long-term study of the affiliative and agonistic behaviors of the marmoset (Callithrix jacchus) may provide information about the structure of its social networks and how it varies over time. With this objective, we accompanied a social group of marmosets, in a natural environment of the Caatinga, in the Açu National Forest. All adults were observed once a month, using the full-day focal animal method. The structure of associations with physical changes contact, somewhat like the physical changes group, presents the strong oscillation networks by group as various environmental events. In the phase with which there is probably no more associated care, probably to help not take care of the profile anymore. The networks of social cataract affiliates, which can be a way to reduce the amount of food in the period of higher food frequency. The most important changes, often more numerous, then the changes in submission and the most frequent submission of the networks were carried out were also more rigorous, next, next, the most frequent, the networks, were also next, the most stringent, next, most frequent of networks, next, next, next, next, the most stringent. Through the analysis of social networks possible, understanding that several factors of disclosure were the social structure of a groupgui. In addition to competition for diversified food production, which provides success for the species.
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Tesis |
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CARLOS EDUARDO COSTA DE CAMPOS
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Ecologia de Comunidades e Comportamento Reprodutivo de Anfíbios Anuros em Savana Amazônica
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Líder : ELIZA MARIA XAVIER FREIRE
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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ELIZA MARIA XAVIER FREIRE
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GILDA VASCONCELLOS DE ANDRADE
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MARCELO NOGUEIRA DE CARVALHO KOKUBUM
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MARIA DE FATIMA ARRUDA DE MIRANDA
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WALLISEN TADASHI HATTORI
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Data: 23-feb-2015
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Resumen Espectáculo
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As Savanas amazônicas ocorrem em manchas disjuntas por extensas áreas de floresta nos Estados do Amapá, Amazonas, Pará e Roraima. Para essas áreas é reconhecida variação considerável na composição de espécies da anurofauna entre as localidades e as fitofisionomias das Savanas amazônicas; no entanto, em função da carência de estudos ecológicos, especialmente sobre comportamento reprodutivo, uma amostragem sistemática, especificamente na Savana amapaense, é relevante na Amazônia Oriental. Nessa perspectiva, foi estudada uma área de Savana no Estado do Amapá quanto à composição, ecologia e comportamento reprodutivo de anfíbios anuros. Para as amostragens dos anuros, foram realizadas 24 excursões para observacões e/ou coletas, de janeiro de 2009 a dezembro de 2010 em cada fitofisionomia (Savana gramíneo-lenhosa, Savana gramíneo-lenhosa arbustiva, Savana parque e Savana arbórea), através de busca ativa e auditiva ao longo de 20 parcelas de 100x50 metros. Foram registradas 21 espécies de anuros, incluindo quatro novos registros de ocorrência para o Estado do Amapá: Dendropsophus walfordi, Scinax fuscomarginatus, Pseudopaludicola boliviana e Elachistocleis helianneae. A análise de variância de Kruskal-Wallis revelou diferenças significativas quanto a riqueza e a diversidade de espécies entre as fitofisionomias (p < 0.05). A análise de similaridade de Bray Curtis reconheceu as fitofisionomias em três grupos: Savana arbórea, Savana gramíneo lenhosa e gramíneo lenhosa arbustiva, e Savana parque. Através do Ordenamento por escalonamento não-métrico multidimensional, a comunidade de anuros resultou em agrupamentos distintos nas três fitofisionomias amostradas, com diferenças significativas (ANOSIM, R = 0.823; p < 0.001), indicando diferença na composição de espécies. No estudo de ecologia de comunidades, os valores obtidos para largura dos nichos espacial, temporal e trófico sugerem que as espécies de anuros da Savana amapaense é composta predominan-temente por espécies generalistas. As análises de modelos nulos indicaram a ocorrência de estruturação na comunidade quanto aos nichos temporal e trófico, indicando influência significativa de fatores ecológicos contemporâneos nesse processo. A ausência de estrutura quanto ao nicho espacial pode ser explicada pela segregação espacial na distribuição e ocupação dos anuros nas diferentes fitofisionomias da Savana amapaense, resultante de especializações. As estratégias reprodutivas, 11 espécies de anuros foram classificadas com padrão de reprodução prolongado, intrinsecamente ligado ao período chuvoso e ao modo reprodutivo da maioria das espécies, que apresentaram desova em corpos d’água lênticos. Foram registrados seis modos reprodutivos, com cuidado parental para as espécies Leptodactylus macrosternum e L. podicipinus, que apresentaram modos reprodutivos caracterizados pelas desovas em ninhos de espuma. Quanto às estratégias reprodutivas comportamentais, a estratégia do macho vocalizador foi constatada em todas as espécies de anuros; a estratégia do macho satélite foi registrada apenas para as espécies D. walfordi, Hypsiboas multifasciatus, S. nebulosus e S. fuscomarginatus; a procura ativa por fêmeas foi registrada para as espécies Phyllomedusa hypochondrialis e L. fuscus e, a estratégia de macho deslocador ocorreu apenas em Rhinella major e R. margaritifera. Dos comportamentos reprodutivos registrados, a exibição da garganta e do saco vocal está relacionado ao comportamento de corte e territorialidade exibido pelos machos. Além dos comportamentos de corte, sinais visuais associados foram registrados para os anuros da Savana amapaense.
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JOSÉ RODOLFO LOPES DE PAIVA CAVALCANTI
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Caracterização citoarquitetônica e por imunoistoquímica para tirosina-hidroxilase da substância negra, área tegmentar ventral e zona retrorubral do sagui (Callithrix jacchus)
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Líder : JEFERSON DE SOUZA CAVALCANTE
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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ELAINE CRISTINA GAVIOLI
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JEFERSON DE SOUZA CAVALCANTE
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MARCO AURÉLIO DE MOURA FREIRE
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MAXWELL BARBOSA DE SANTANA
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ROVENA CLARA GALVAO JANUARIO ENGELBERTH
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Data: 30-abr-2015
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Resumen Espectáculo
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Sabe-se que o grupo das catecolaminas é integrado pela dopamina, noradrenalina e adrenalina e que a síntese dessas substâncias se dá de modo sequencial, sendo a enzima tirosina-hidroxilase reguladora da fase inicial deste processo. Neste sentido, A 3-hidroxitiramina/dopamina é precursora da síntese de noradrenalina e adrenalina e ainda possui a capacidade de atuar como neurotransmissor na porção central do sistema nervoso. Os três principais núcleos dopaminérgicos, chamados zona retrorubral (grupo A8), substância negra pars compacta (grupo A9) e área tegmentar ventral (grupo A10), estão dispostos na porção die-mesencefálica e estão envolvidos em três vias, a mesostriatal, mesolímbica e mesocortical. Estas vias estão relacionadas diretamente com diversas manifestações comportamentais como controle da motricidade, sinalização de recompensa na aprendizagem comportamental, motivação e nas manifestações patológicas da Doença de Parkinson e esquizofrenia. Considerando-se a relevância desses, o objetivo do trabalho foi caracterizar morfologicamente os núcleos dopaminérgicos (A8, A9 e A10) do sagüi (Callithrix jacchus) mediante estudo citoarquitetônico e imunoistoquímico contra tirosina-hidroxilase. O sagüi é um primata neotropical, cujas características morfofuncionais repercutem na adequabilidade de uso deste animal em pesquisas de ordem biomédica. Secções coronais dos encéfalos de seis animais foram submetidas à coloração pelo método de Nissl e immunoistoquímica para tirosinsa-hidroxilase. Com base na morfologia dos neurônios, foi possível subdividir o grupo A10 em sete regiões: núcleo interfascicular, linear rostral e linear caudal, situados na linha média; O paranigral e o parainterfascicular, situados na zona intermediária; A porção rostral da área tegmentar ventral e o núcleo parabraquial pigmentado, situados na porção dorsolateral do tegmento mesencefálico. O grupo A9 foi subdividido em quatro regiões: Substância negra camadas dorsal e ventral; Substância negra conjuntos lateral e medial. Por último, não foram indentificadas subdivisões no grupo A8. Concluí-se que A8, A9 e A10 são filogeneticamente estáveis entre as espécies, porém percebe-se a necessidade de se ampliar os estudos acerca das organizações subnucleares, seja investigando a sua ocorrência em outras espécies de primatas, seja investigando a sua relevância funcional.
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RAFAEL NEIA BARBOSA SCOTT
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Relação dos sonhos antecipatórios com desempenho cognitivo, afeto e comportamento da vigília
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Líder : SIDARTA TOLLENDAL GOMES RIBEIRO
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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CECÍLIA HEDIN-PEREIRA
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FIVIA DE ARAUJO LOPES
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JOHN FONTENELE ARAUJO
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SERGIO ARTHURO MOTA ROLIM
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SIDARTA TOLLENDAL GOMES RIBEIRO
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Data: 22-jun-2015
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Resumen Espectáculo
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O sono promove alterações quantitativas e qualitativas na memória, mas ainda não é clara qual a função dos sonhos nesse processamento. Nossa hipótese considera que a função onírica é relevante por simular possíveis cenários de sucesso e fracasso para maximizar o sucesso do indivíduo, através de aprendizado sem riscos e direcionamento adaptativo do comportamento na vigília. Realizamos dois experimentos distintos, utilizando como evento significativo: (1) o exame vestibular de acesso à universidade; (2) uma simulação em videogame do confronto Presa versus Predador. No experimento (1), abordamos os candidatos do vestibular UFRN 2010, solicitamos que preenchessem um questionário e comparamos suas respostas com o desempenho nas provas (n = 255). Verificamos que 44,3% dos participantes reportaram um sonho antecipatório relacionado ao vestibular. A ocorrência desse tipo de sonho correspondeu a maiores escores de medo e apreensão, e maiores alterações no cotidiano, no humor e no sono em função do vestibular. Não foram encontradas diferenças significativas de desempenho na comparação direta entre quem sonhou e não sonhou com o exame. Observamos uma baixa proporção de homens no grupo que sonhou, mas participantes do sexo masculino apresentaram melhor desempenho a priori que o feminino. Entre os que sonharam com o vestibular, encontramos uma correlação positiva entre alterações do cotidiano e desempenho; candidatos que julgaram a dificuldade do vestibular como “alta” apresentaram melhor rendimento do que os que julgaram a dificuldade “média”, sugerindo uma relação do sonho com a adaptação a contextos desafiadores. No experimento (2) utilizamos como tarefa um jogo de videogame de tiro em primeira pessoa. O desenho experimental incluiu: Treino – Cochilo (sono diurno) – Teste. A cada sessão dois participantes jogavam entre si, um no papel de Caçador (Objetivo: localizar e matar adversário) e outro como Presa (Objetivo: localizar e coletar itens), sendo monitorados eletrofisiologicamente durante todo o experimento (EEG, ECG, EOG e EMG). A maioria dos voluntários (53,8%, n=26) relatou sonhar com conteúdos relacionados ao jogo, o que esteve associado com o aumento da atividade cardíaca média durante os jogos. Nas Presas observamos efeito entre desempenho e sonho com o jogo: aquelas que não sonharam mataram mais o Predador e também morreram mais do que aquelas que sonharam. As Presas que sonharam com o jogo também coletaram mais itens do que as Presas que não sonharam. Assim, Presas que sonharam com o jogo apresentaram ganhos no escore do Objetivo, e aquelas que não sonharam apresentaram perdas. Análises da atividade cardíaca e do sono demonstraram maior estresse entre as Presas. O sonho com o jogo provocou redução do comportamento de agressão ao Predador, com maior eficiência no forrageio e otimização da resposta de luta-ou-fuga. Finalmente, encontramos uma associação entre sonhos e diminuição das interações violentas entre Treino e Teste, sugerindo uma função social para a atividade onírica em humanos. Em conjunto, os experimentos reforçam a noção de que o sonho com desafios da vigília tem papel adaptativo.
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ANTHONIETA LOOMAN MAFRA
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REALIDADE OU FICÇÃO? A INFLUÊNCIA DA AUTOPERCEPÇÃO COMO PARCEIRO ROMÂNTICO E DA AUTOESTIMA NA ESCOLHA E PREFERÊNCIA DE PARCEIROS ROMÂNTICOS
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Líder : FIVIA DE ARAUJO LOPES
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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FELIPE NALON CASTRO
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FIVIA DE ARAUJO LOPES
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JEAN CARLOS NATIVIDADE
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MARIA BERNARDETE CORDEIRO DE SOUSA
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WALLISEN TADASHI HATTORI
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Data: 31-jul-2015
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Resumen Espectáculo
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Em geral, homens e mulheres procuram por características em seus parceiros que possam aumentar seu sucesso reprodutivo. Porém, a escolha de um parceiro romântico não se baseia apenas no que o indivíduo deseja em um parceiro, mas ele leva em consideração a forma como ele se percebe dentro de determinado ambiente, de modo que a autoavaliação pode mudar de acordo com o contexto no qual o sujeito está inserido. Além do ambiente, a autoestima pode ser um fator que modifica as preferências de parceiros românticos e a forma com a qual as pessoas escolhem estes parceiros por poder influenciar na maneira com que as pessoas se avaliam. A maioria dos estudos que deram origem a padrões hoje considerados universais no estudo de escolha de parceiro romântico foi realizado com universitários, o que pode limitar a abrangência das conclusões por contemplar pessoas de mesmo nível educacional e provavelmente mesmo nível socioeconômico (SES). A presente pesquisa, realizada no Brasil, onde a taxa de desigualdade social elevada, e parte no Canadá teve como objetivo verificar as preferências e escolhas de parceiros românticos e autoavaliação como parceiro romântico em diferentes níveis educacionais e SES. Homens, principalmente de baixo SES, tendem a dar prioridade a status social quando procurando por uma parceira romântica, enquanto o padrão universal é a preferência por atratividade física, e mulheres de baixo SES parecem ter conhecimento dessa preferência de homens de baixo SES ao expressarem que status social é importante para sua autoavaliação. Adicionalmente, os resultados corroboraram a influência do contexto, da autoestima e do SES na autopercepção como parceiro romântico, embora os dois últimos pareçam modular como se dá a influência do contexto sobre a autopercepção dos participantes. Além disso, a presente pesquisa também indicou que as preferências parecem representar as escolhas para as características mais 6 importantes para cada sexo, sendo as demais características moduladas provavelmente pela qualidade de parceiros disponíveis no ambiente.
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JANAINA SIQUEIRA BORDA
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Mapeamento das projeções retinianas para o sistema óptico acessório, colículo superior e complexo pré-tectal do sagui (Callithrix jacchus).
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Líder : JEFERSON DE SOUZA CAVALCANTE
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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EXPEDITO SILVA DO NASCIMENTO JUNIOR
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FRANCISCO GILBERTO OLIVEIRA
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JEFERSON DE SOUZA CAVALCANTE
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JOSÉ RODOLFO LOPES DE PAIVA CAVALCANTI
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JUDNEY CLEY CAVALCANTE
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Data: 26-ago-2015
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Resumen Espectáculo
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O sistema óptico acessório, o Complexo pré-tectal, e o colículo superior são importantes centros de controle de uma variedade de movimentos oculares, sendo extremamente necessários para a formação de imagem, consequentemente para a percepção visual. O sistema óptico acessório é constituído pelos núcleos: núcleo terminal dorsal, núcleo terminal lateral, núcleo terminal medial e núcleo intersticial do fascículo superior posterior. Do ponto de vista funcional eles contribuem para a estabilização da imagem, participando da atividade visuomotora onde todas as células do sistema respondem a movimentos lentos dos olhos e a estímulos visuais, o que é importante para o próprio funcionamento dos outros sistemas visuais. O complexo pré-tectal compreende um conjunto de núcleos situados na transição mesodiencefálica, são eles: núcleo pré-tectal anterior, núcleo pré-tectal posterior, núcleo pré-tectal medial, núcleo pré-tectal olivar e o núcleo do trato óptico, sendo todos recipientes de projeção retiniana e funcionalmente estão relacionados com a via do reflexo pupilar a luz e o nistagmo optocinético. O colículo superior é uma importante estação visual subcortical formado por camadas e, apresenta um papel funcional importante no controle dos movimentos dos olhos e da cabeça em resposta a estímulos multissensoriais. Nosso objetivo foi fazer um mapeamento das projeções retinianas que incidem sobre o sistema óptico acessório, os núcleos do complexo pré-tectal e os do colículo superior, buscando principalmente, no caso do complexo pré-tectal, uma melhor delimitação dessas estruturas, por meio do rastreamento anterógrado com a subunidade B da toxina colérica (CTb) seguido de técnica imunoistoquímica e, caracterizar (medir área e diâmetro) os botões sinápticos presentes nas fibras/terminais dos núcleos do complexo pré-tectal. Em nossos resultados o sistema óptico acessório, incluindo uma região que parece ser o núcleo terminal medial, e o colículo superior apresentaram-se fortemente marcados por fibras/terminais imunorreativos a CTb, bem como o complexo pré-tectal nos núcleos: núcleo trato óptico, núcleo pré-tectal olivar, núcleo pré-tectal anterior e núcleo pré-tectal posterior. De acordo com a caracterização dos botões foi possível fazer uma melhor delimitação desses núcleos.
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FABIANA BARBOSA GONCALVES
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Caracterização do ritmo circadiano de atividade e repouso em saguis idosos (Callithrix jacchus)
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Líder : CAROLINA VIRGINIA MACEDO DE AZEVEDO
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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CAROLINA VIRGINIA MACEDO DE AZEVEDO
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CRHISTIANE ANDRESSA DA SILVA
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GISELE AKEMI ODA
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JEFERSON DE SOUZA CAVALCANTE
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LUIZ SILVEIRA MENNA BARRETO
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Data: 01-sep-2015
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Resumen Espectáculo
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A idade avançada pode se tornar um fator limitante para a manutenção da ritmicidade dos organismos, podendo reduzir a capacidade de geração e de sincronização dos ritmos biológicos. Neste estudo, foi avaliada a influência do envelhecimento na expressão da periodicidade endógena e sincronização (fótica e social) do ritmo circadiano de atividade (RCA) em um primata diurno, o sagui (Callithrix jacchus). Esse estudo teve dois enfoques: um com abordagem longitudinal, realizado com um sagui macho nas fases adulta (3 anos) e idosa (9 anos) (estudo 1), e o segundo com uma abordagem transversal, com 6 idosos (♂: 9,7 ± 2,0 anos) e 11 adultos (♂: 4,2 ± 0,8 anos) (estudo 2). A avaliação da sincronização fótica envolveu etapas de CE (natural e artificial). No estudo 1, o animal foi submetido às seguintes etapas: CE (12:12 ~350:~2 lux), CC (~350 lux) e ressincronização ao CE. No estudo 2, os animais foram avaliados inicialmente em CE natural, e posteriormente na mesma sequência de condições do estudo 1. Durante a etapa de CC no estudo 2, as vocalizações diárias de coespecíficos mantidos em CE natural na parte externa da colônia foram consideradas como pista temporal para a sincronização social. O registro da atividade foi realizado automaticamente em intervalos de 5 minutos através de sensor infravermelho e actímetro, nos estudos 1 e 2, respectivamente. De forma geral, os idosos apresentaram um padrão de atividade mais fragmentado (> IV, < H e > PSD, ANOVA; p < 0,05), menores níveis de atividade (ANOVA; p < 0,05) e menor duração da fase ativa (ANOVA; p < 0,05) nas condições de CE, quando comparados aos adultos. Em CE natural, os idosos apresentaram atraso de fase pronunciado para início e fim da ativa (ANOVA; p < 0,05), enquanto que os adultos apresentaram fase ativa mais ajustada à fase de claro. Sob CE artificial, houve avanço de fase e maior ajuste dos horários de início e fim da atividade em relação ao CE nos idosos (ANOVA; p < 0,05). Em CC, houve correlação positiva entre a idade e o período endógeno (t) nos primeiros 20 dias (Correlação de Pearson; p < 0,05), com o prolongamento do período mantido em dois animais idosos. Nesta condição, a maioria dos adultos apresentou ritmo de atividade em livre-curso com t < 24 h nos primeiros 30 dias e posteriormente, coordenação relativa mediada por pistas auditivas. No estudo 2, a análise cross-correlation entre os perfis de atividade dos animais em CC com os animais controle mantidos sob o CE natural, revelou que houve uma menor sincronia social em idosos. Com a resubmissão ao CE, a velocidade de ressincronização foi mais lenta nos idosos (teste t; p < 0,05), e para um dos animais idosos houve a perda da capacidade de ressincronização. De acordo com o conjunto de dados, sugere-se que o envelhecimento em saguis pode estar associado à: 1) menor amplitude e maior fragmentação da atividade, acompanhadas de atraso de fase com prolongamento do t, em função de mudanças na captação de pistas fóticas, na geração e na expressão comportamental do RCA; 2) menor capacidade de sincronização fótica do ritmo de atividade, que pode se tornar mais robusta em condições de iluminação artificial, possivelmente pelas maiores intensidades luminosas no início da fase ativa devido às transições abruptas entre as fases de claro e escuro; e 3) menor capacidade de sincronização não-fótica por pistas auditivas de coespecíficos, possivelmente por redução na captação sensorial e na resposta dos osciladores circadianos às pistas auditivas, podendo tornar o sagui idoso mais vulnerável e menos adaptável ao ambiente, pois estas pistas sociais podem atuar como um importante fator coadjuvante para a sincronização fótica.
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VIVIANE DA SILVA MEDEIROS
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ESTUDO DO COMPORTAMENTO COMO INDICADOR DE SAÚDE EM CAMARÕES INFECTADOS POR Vibrio parahaemolyticus
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Líder : MARIA DE FATIMA ARRUDA DE MIRANDA
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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CIBELE SOARES PONTES
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EMIKO SHINOZAKI MENDES
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JOSE TICIANO ARRUDA XIMENES DE LIMA
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JOSÉ CUAUHTEMOC IBARRA GAMEZ
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MARIA DE FATIMA ARRUDA DE MIRANDA
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Data: 13-nov-2015
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Resumen Espectáculo
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A carcinicultura mundial sofre grandes perdas econômicas por enfermidades virais e bacterianas, é importante que sejam incentivados estudos e ações que minimizem os danos provocados por estas doenças em todas as áreas, desde as econômicas, saúde animal e humana até ambientais. O presente trabalho avaliou: a) o efeito da presença do substrato sobre o comportamento de camarões juvenis Litopenaeus vannamei em laboratório (manuscrito I); b) as atividades comportamentais de camarões juvenis L. vannamei infectados por Vibrio parahaemolyticus (ATCC 17802) e submetidos a tratamentos veterinários em laboratório (manuscrito II); c) identificou os agentes causadores de enfermidades com altas mortalidades em fazendas de carcinicultura (manuscrito III). O estudo foi realizado em três etapas: na primeira etapa (manuscrito I), os animais foram submetidos a tratamentos com ausência ou presença de areia como substrato, foram divididos em dois grupos, colocados em 30 aquários de material plástico com capacidade para quatro litros, em metade deles colocou-se areia como substrato e na outra metade sem areia, os quais foram avaliados os comportamentos de enterramento somente para o grupo com areia e inatividade, natação, ingestão de alimento, limpeza e rastejamento; sobrevivência e ganho de peso para ambos os grupos. Na segunda etapa (manuscrito II), os animais foram divididos em cinco grupos: 1) Controle, 2) Animais infectados e sem tratamento veterinário; 3) Animais infectados tratados com medicamentoisopático; 4) Animais infectados tratados com medicamento antibiótico (florfenicol); 5) Animais infectados tratados com medicamentos isopático e antibiótico (florfenicol) simultaneamente. Na oportunidade, foram analisados em laboratório os comportamentos desses animais, a sobrevivência e o ganho de peso. Na terceira etapa, foi visitada uma fazenda de carcinicultura com altos índices de mortalidade na cidade de Obregón, em Sonora, no México. Foram coletados 30 animais dessa fazenda levados para análises presuntivas (análise a fresco e bacteriologia) e confirmatórias (bioquímica e RT-PCR) para identificação de agentes patogênicos virais e/ou bacterianos. Os resultados obtidos durante as etapas realizadas indicam que os camarões juvenis expostos à presença ou não de areia, em condições laboratoriais por até três semanas, não modificam seu comportamento, demonstrando que se mantém em uma situação de conforto e, portanto as respostas pós-experimentos serão fidedignas. Os camarões infectados e tratados com isopatia e antibiótico simultaneamente apresentaram desempenho comportamental semelhante ao grupo controle. Ainda concluímos que a alta mortalidade identificada em viveiros com camarões juvenis, além da cepa patógena causadora da AHPND, Vibrio parahaemolyticus, outras espécies de bactérias dos gêneros Vibrio e Aeromonas estavam associadas.
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MONIQUE BEZERRA PAZ LEITÃO
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Efeito das características infantis sobre a cooperação: análise ontogenética por uma perspectiva evolucionista
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Líder : MARIA EMILIA YAMAMOTO
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MIEMBROS DE LA BANCA :
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MARIA EMILIA YAMAMOTO
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ANUSKA IRENE DE ALENCAR
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IZABEL AUGUSTA HAZIN PIRES
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ADRIANE XAVIER ARTECHE
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LEONARDO RODRIGUES SAMPAIO
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Data: 18-dic-2015
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Resumen Espectáculo
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Bebês e crianças pequenas costumam ser considerados graciosos e despertar muito afeto. A tendência de percebê-los de modo positivo e a disposição em cuidar são atribuídas a traços físicos e comportamentais típicos de um infante. Em humanos, características faciais como olhos grandes em relação ao rosto e cabeça arredondada são importantes estímulos. Alguns teóricos defendem que a tendência humana à cooperação tem raízes em mecanismos que evoluíram para o cuidado à prole, entretanto poucos estudos investigam as relações entre traços infantis, percepção de fofura e cooperação. Neste trabalho foram desenvolvidas quatro publicações. A primeira investigou a influência da faixa etária e sexo na expressão de comportamentos cooperativos e competitivos e na percepção de infantilidade por parte de indivíduos mais velhos ao interagir com crianças pequenas. Participaram 244 sujeitos (120 do sexo feminino) que interagiram em díades durante partidas do jogo da velha. Foram testadas as díades: Criança 4-5 x Criança 8-9 anos; Criança 4-5 x Adolescente 14-16 anos; Criança 4-5 x Adulto 25-35 anos. Crianças entre 8-9 anos expressaram mais comportamentos competitivos, especialmente díades de sexo opostos, e adultos expressaram mais ajuda. Adolescentes e adultos tenderam a avaliar a criança pequena como mais fofinha, bonita e ingênua. Quanto maior a avaliação de fofura, menos competição por parte de crianças de 8-9 anos e adultos. A segunda publicação tratou da construção e validação do Child Neutral Expression Picture Set – CNEPS, um banco de faces composto por imagens de 131 crianças entre 4-5 anos, com expressão facial neutra. Após a captura, edição e normalização, as imagens foram avaliadas por especialistas, sendo em geral consideradas com expressão neutra. A terceira publicação teve como objetivo medir e relacionar diversos traços faciais infantis das imagens de crianças entre 4-5 anos com a percepções de fofura, os comportamentos competitivos e cooperativos no jogo dirigidos a estas crianças por parte de sujeitos de diferentes idades. Os sujeitos e o método foram os mesmos descritos na primeira publicação, acrescidos da medição dos traços. O estudo é inovador por mostrar que a percepção e frequência de competição e ajuda variam de acordo com a intensidade de certos traços em todas as faixas etárias. Nas crianças de 8-9 anos, os traços relacionaram-se à percepção de fofura, nos adolescentes tanto às percepções e como à inibição de competição. Nos adultos os traços correlacionaram com mais ajuda. A quarta publicação é uma nota técnica que descreve vários bancos de imagens faciais de crianças e adultos disponíveis para pesquisas científicas. Em síntese, a presente tese mostrou que ao longo do desenvolvimento, os indivíduos tendem a agir mais cooperativamente com crianças pequenas e de avaliá-las de modo mais positivo e que os traços infantis específicos influenciam a diminuição da competitividade e aumento da cooperação. Entende-se que diversas adaptações cognitivas e comportamentais foram favorecidas durante a evolução humana para promover cuidado e proteção de indivíduos imaturos, especialmente considerando o alto nível de dependência e o longo período de cuidado exigido pelos nossos infantes.
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