ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL: efeitos na aprendizagem e agressividade no peixe Donzela (Stegastes fuscus)
Nao informado.
Uma das características marcantes de Stegastes fuscus é o seu comportamento territorial. Essa espécie apresenta forte comportamento agonístico ao defender seu território contra animais intra e interespecíficos que transitem ou que compitam por seus recursos, são considerados “espécies-chave” nos recifes em que se encontram, pois, essa característica os torna capazes de mediar relações de competição na comunidade recifal, regulando a diversidade de algas, zonação de corais e pequenos invertebrados, além de estruturar a comunidade bentônica dentro de seus territórios. A alta complexidade estrutural e diversidade de cores e formas dos ambientes recifais exige boa capacidade de aprendizagem dos animais que o habitam, herbívoros territorialistas como S. fuscus precisam responder de forma rápida a ameaças, conhecer as rotas de fuga mais eficazes e próximas e identificar com rapidez potenciais predadores. Para isso devem ser capazes de responder rapidamente e a partir de diversos estímulos sensoriais. Essa necessidade torna evidente a importância da aprendizagem nesses animais, devendo eles serem capazes de obter novos territórios, melhores recursos alimentares e/ou melhores áreas de proteção e desova caso haja necessidade. Tendo em vista a elevada ação antrópica e degradação dos recifes que se evidencia nos últimos anos, a disponibilidade de território e alimento para espécies recifais tem sido ameaçada e, desta forma, o ambiente impõe pressão que pode gerar mudanças comportamentais importantes para a manutenção dessa espécie. Neste sentido, pesquisas que relacionem a complexidade estrutural dos recifes e os reflexos no comportamento animal ainda são escassas. Diante disso, o objetivo do nosso trabalho é investigar se o enriquecimento ambiental é capaz de influenciar na territorialidade e aprendizagem do peixe S. fuscus, uma espécie recifal, endêmica e abundante nos recifes da região da costa brasileira.