VALOR PROGNÓSTICO DE POLIMORFISMOS NOS GENES DE REPARO DO DNA XRCC3 E RAD51 EM PACIENTES COM CARCINOMA EPIDERMÓIDE ORAL E DE OROFARINGE
Carcinoma Epidermoide Oral; Carcinoma Epidermoide de Orofaringe; Polimorfismos de Nucleotídeo Único; Reparo de DNA; RAD51; XRCC3
Falhas nos genes responsáveis por reparos no DNA podem influenciar no surgimento de câncer ou afetar a resposta aos tratamentos. Estudos têm demonstrado que a variação na capacidade de reparo do DNA pode ser resultado de polimorfismos funcionais nestes genes, e alguns destes experimentos sugerem que a presença de polimorfismos de nucleotídeos simples (SNPs), em genes de reparo, está relacionada ao desenvolvimento e resposta ao tratamento de vários cânceres, incluindo o Carcinoma Epidermoide Oral (CEO) e o Carcinoma Epidermoide de Orofaringe (CEOR). Nesta pesquisa avaliou-se a frequência de três SNPs em dois genes de reparo do DNA RAD51 172G>T (c.-61 G>T, rs1801321), RAD51 135G>C (c.-98 G>C, rs1801320) e XRCC3 T241M (c. 722 C>T, rs861539) em indivíduos saudáveis (n=130) e indivíduos com CEO e CEOR (n=126) e investigou-se possíveis relações de tais achados com os desfechos clínicos: resposta tumoral ao tratamento com radioterapia e quimioterapia, recidiva, e sobrevida global. Constatou-se frequência alélica e genotípica em equilíbrio. A presença dos SNPs analisados não revelou ser um fator de risco para o desenvolvimento de CEO ou CEOR; contudo, quando associado ao hábito de fumar ou beber, aumentou o risco de desenvolver o câncer de três a cento e cinquenta vezes (p<000,1). A resposta tumoral ao tratamento de radioterapia e quimioterapia foi semelhante nos pacientes com ou sem SNPs. Nenhum polimorfismo demonstrou significância estatística em relação à sobrevida livre de recidiva ou sobrevida global. Os genótipos AA e AC do SNP rs861539 no gene XRCC3, os genótipos CC e CG do SNP rs1801320 e GG e GT do SNP 1801321 no gene RAD51, aumentam o risco do desenvolvimento de carcinoma epidermoide oral e de orofaringe, quando associados ao hábito de beber ou fumar. Os polimorfismos estudados nos genes XRCC3 e RAD51 não estão associados à resposta à radioterapia, sobrevida livre de recidiva ou sobrevida global.