AVALIAÇÃO DA ARGILA ATAPULGITA NO USO COMO EXCIPIENTE FARMACÊUTICO
Argilas, difração de raios-X.
Argilas exercem importante papel em produtos para saúde como ativos ou excipientes. São materiais naturais, quimicamente inertes, com baixa ou nenhuma toxicidade e que possuem propriedades que podem melhorar as características de uma formulação e seu processo de fabricação. O tamanho da partícula, sua forma e distribuição são propriedades físicas importantes que estão relacionadas à aplicação dos argilominerais. A argila utilizada no estudo é a atapulgita, proveniente do Estado do Piauí, no Brasil. A rifampicina e a isoniazida são fármacos frequentemente associados para o tratamento da tuberculose. Assim, o presente trabalho tem por objetivo avaliar o uso da atapulgita como excipiente farmacêutico em formulações sólidas, utilizando a rifampicina e a isoniazida como fármacos-modelo e comparar esta formulação a outras já existentes. Inicialmente a atapulgita foi caracterizada por difração de raios-X (DRX), fluorescência de raios-X (FRX), análise granulométrica, microscopia eletrônica de transmissão (MET) e varredura (MEV) e determinação da área de superfície específica (BET). Misturas entre os fármacos e a argila, bem como os materiais isolados, foram avaliados por calorimetria exploratória diferencial (DSC), análise termogravimétrica (TG) combinada à análise térmica diferencial (DTA) e espectroscopia na região do infravermelho com transformada de Fourier (FT- IR). As propriedades reológicas e tecnológicas da argila foram determinadas e comparadas a outros reguladores de fluxo. Estudos de dissolução entre os fármacos e a atapulgita foram realizados e comparados a outros excipientes. A atapulgita apresenta partículas pequenas, com grande área de superfície. Os resultados obtidos não demostraram interação com os fármacos testados, nem interferência na dissolução. Seu comportamento reológico demonstrou ser mais próximo ao do talco. A argila atapulgita apresenta potencial para aplicação em formulações farmacêuticas.