ANÁLISE TEMPORAL DOS INDICADORES DE MORBIDADE E MORTALIDADE EM CRIANÇAS NO BRASIL E REGIÃO NORDESTE (2000-2019)
Mortalidade. Morbidade. Saúde da Criança. Internação Hospitalar.
A morbimortalidade de crianças no Brasil, apresentou um decréscimo significativo nas últimas décadas, entretanto, as taxas de mortalidade continuam elevadas quando comparados a países com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) considerado muito elevado, como Austrália e Japão, outrossim, é que muitos desses dados ainda são subdimensionados por desigualdades regionais, acrescido a isso, os agravos que acarretam os óbitos ainda se faz muito presente e necessitam de maior atenção de políticas públicas efetivas. Nessa projeção, as iniquidades sociais permeiam uma série de fatores que afetam desde a localidade, raça/cor, gênero, agravo e demais condicionantes. A pesquisa tem como objetivo investigar o comportamento dos coeficientes da TMI, TMinf, além da TM de crianças e por Taxa de Internação Hospitalar. Foi desenvolvido um estudo do tipo ecológico de série temporal, a partir de dados secundários de morbimortalidade de crianças em diferentes fases no Brasil e Região Nordeste de 2000 a 2019, analisando também o percentual raça/cor, sexo e cápitulo CID-10. Foi utilizado o software estatístico Joinpoint para análise das tendências. Constatou-se no Brasil e Nordeste maior inflexão da TMI nos anos de 2000 a 2014 (APC=-5,18; IC95%:-5,5; -4,9) e (APC= -6,50; IC95%: -6.9 e -6.1), respectivamente, em comparação com 2014 a 2019 (APC = -0,79; IC95%: -3.1 e 1.2) e (APC = -0,98; IC95%: -2.2 e 0,7), acontecendo tendência semelhante na TMinf, com maior inflexão no país em 2000 a 2014 (APC = -5,01; IC95%: -5.3 e -4.7) e na macrorregião (APC= 6.29; IC: -6.7 e -5.9), comparado a 2014 a 2019 (APC = -0,9; IC95%: -2.3 e 0,6) e (APC = -1.06; IC95%: -3.0 e 0,9). A TM em crianças teve inflexão de queda em 2000 a 2013 (APC= -1.02; IC 95% -1.3 e -0,8), em vista a 2013 a 2019 (APC= -2.59; IC 95% -3.4 e -1,8) no Brasil, e no Nordeste entre 2000 a 2012 (APC= -0.30; IC 95% -0,8 e 0,2) e 2012 a 2019 (APC= -1.70; IC 95% -2.8 e -0,6). Para a Taxa de Internação no Brasil, ocorreu uma tendência de maior queda em 2000 a 2010 (APC= -0.33 IC 95% -0.8 e 0.2), com relação a 2010 a 2019 (APC= - 1.00; IC 95% -1.6 e -0.4). Já no Nordeste, houve maior inflexão entre 2000 a 2017 (APC= -0.76; IC95% -1.1 e -0.4) e elevação no número de internações 2017 a 2019 (APC= 2.45; IC95% -8,2 e 14.3). Menores de 1 ano apresentaram maior número de vítimas e dados por cor/raça ignorados, a população Masculina obteve percentual de óbitos maior que o sexo Feminino em todas as faixas e localidades.