ENFRENTAMENTO A VIOLÊNCIA DE GÊNERO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE A LUZ DA INTEGRALIDADE
Saúde Coletiva; Violência de Gênero; Integralidade em saúde.
A percepção da violência como um problema de saúde está diretamente ligada à sua interferência na qualidade de vida do indivíduo e aos processos sociais incorporados. Dentre os diversos tipos e características de violência, destaca-se a violência de gênero, um dos maiores problemas de saúde da atualidade. A violência de gênero está ligada a diversos atos e comportamentos, tais como abusos físicos, sexuais e psicológicos, além da opressão moral e intelectual, inclui-se também tráficos de mulheres, violências étnicas, racial e as cometidas pelo Estado. As questões de gêneros constituíram-se de forma gradativa e predominante para que a violência contra a mulher encontre moldes que se adaptem às características do tempo e da sociedade moderna. Nesse sentido a Atenção Primária a Saúde (APS) é o locus privilegiado do cuidado, sendo aliada na prevenção, combate e acompanhamento da violência de gênero. A valorização da APS, parte da sua ligação no cenário de atuação, possibilitando maior vinculação e entendimento dos sujeitos e suas relações locais, há pelo menos três fortes motivos que qualificam a APS como um domínio privilegiado para a rota a ser percorrida pelas mulheres vítimas de violência em busca de ajuda. Esse estudo objetiva analisar a partir dos discursos dos profissionais de saúde as ações de enfrentamento a violência contra a mulher na APS a luz da integralidade. Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa, sistematizado metodologicamente pelo Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). Será desenvolvido em duas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Uma no município de Caicó no estado do Rio Grande do Norte e a outra no município de Sousa no estado da Paraíba. Os participantes envolvidos no estudo serão todos os profissionais de saúde que compõe a equipe atuante nas UBS envolvidas na pesquisa e que desejaram participar após apresentação do TCLE. Os dados serão coletados por meio de entrevista semiestruturada em agosto/setembro de 2023, mediante a liberação e aprovação do Comitê de Ética ao qual o estudo será submetido. O material empírico será analisado por meio da técnica DSC. O presente estudo irá considerar os aspectos éticos da pesquisa que envolve seres humanos apreciados na Resolução Nº 510/2016, do Conselho Nacional de Saúde/CNS. Busca-se que essa dissertação contemple quais são as formas de enfrentamento a violência de gênero na APS, usando a integralidade - enquanto diretriz do SUS - como norteadora. Dessa forma, pretende-se evidenciar a atuação da APS frente a violência de gênero baseada nas concepções e relatos de profissionais atuantes.