Avaliação da atividade antibacteriana do ciprofloxacina e ceftriaxona
em isolados da microbiota intestinal de pacientes oncológicos
microbiota intestinal; câncer; resistência; tratamento quimioterápico;
bactérias oportunistas.
Diversos estudos retratam que a microbiota intestinal pode sofrer alterações
devido aos danos causados pelo tratamento quimioterápico no epitélio intestinal, facilitando
a disseminação de microrganismos oportunistas multirresistentes a antimicrobianos durante
o tratamento de pacientes oncológicos. Porém, ainda há poucas informações na literatura
sobre essa resistência gerada pela mucosite intestinal em pacientes de tratamento
quimioterápico. Desse modelo, o objetivo deste estudo foi avaliar a concentração inibitória
mínima (CIM) e a concentração bactericida mínima (CBM) da ciprofloxacina e ceftriaxona
em pacientes oncológicos, além de estabelecer uma associação com as suas características
sociais e aspectos gerais ao uso de antibióticos. Para isso, foram coletadas amostras de fezes
frescas de 30 pacientes oncológicos. As amostras foram semeadas nos meios Ágar Nutriente
(AN), Ágar Macconkey (MC) e Ágar Salmonella-Shigella (SS) e realizado o CIM e a CBM
de cada paciente, e foi aplicado um questionário sobre os aspectos socioeconômicos, uso de
antibióticos e de higiene. Os dados coletados foram analisados usando teste qui-quadrado,
análise de variância (ANOVA) e teste de Newman-Keusl a 5% de significância. A maioria
dos pacientes se declararam brancos (60%) do sexo feminino (93%), moradores da zona urbana (93%), possuiam ensino médio completo (30%) e a maioria fez uso do antibióticoamoxicilina (50%) antes da pesquisa. Nos meios AN e MC os resultados do MIC mostraramuma resistência ao fármaco ciprofloxacina de 60% e 56,7%, respectivamente, e no meio SS os dados do MIC demonstraram uma susceptibilidade de 73,3% ao fármaco ciprofloxacina.
Em relação ao CBM, no estudo a maioria dos pacientes (80%) foram bactericidas, matando
99,9% das bactérias expostas. A faixa etária mais frequente no estudo foi entre 46 a 65 anos
(53,3%) e em relação a localização do tumor, 83,3% dos pacientes parasitados apresentaram
câncer de mama. Em relação ao estágio de câncer, a maioria (33,3%) não soube informar,
mas foi seguido de (30%) que apresentavam estar no estágio III da doença. Houve uma maior
incidência sintomatológica de vômito (88,7%) nos pacientes em grau 0, seguido de diarreia
(66,7%) e náusea (50%). Conclui-se que pacientes oncológicos submetidos a tratamento
quimioterápicos são mais propícios a desencadear desequilíbrio da microbiota intestinal e
aumentar a resistência dos microrganismos invasivos.