Monitoramento da infecção por citomegalovírus em pacientes submetidos a transplante renal.
Carga viral; Citomegalovírus; Nested-PCR; PCR em tempo real; Transplante renal.
A infecção por citomegalovírus (CMV) é uma importante complicação após o transplante renal. O uso de imunossupressores na prevenção de rejeição ao aloenxerto pode desencadear mudanças no comportamento de agentes infecciosos, como, o CMV, sendo importante o desenvolvimento de medidas preventivas, como o seguimento viral pós-transplante, para limitar o impacto clínico deste vírus. O objetivo do estudo foi monitorar a infecção pelo citomegalovírus em pacientes submetidos a transplante renal no Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), Natal, Rio Grande do Norte. Neste estudo prospectivo foram incluídos 165 pacientes que realizaram transplante renal no HUOL no período de 2013 a 2016. Amostras de sangue periférico foram coletadas na 2ª, 4ª, 8ª, 12ª e 24ª semanas após o transplante. A detecção molecular do CMV foi realizada pela nested-PCR e a quantificação da carga viral do CMV pela PCR em tempo real. O DNA do CMV foi detectado em 98 (59,4%) pacientes após o transplante. Destes, 81 (82,7%) apresentaram perfil sorológico D+/R+, 7 (7,1%) D+/R-, 9 (9,2%) D-/R+ e 1 (1,0%) D-/R-. A infecção pelo CMV foi significativamente correlacionada ao uso de everolimus (p= 0,0008) e timoglobulina (p=0,0042). Quarenta e três pacientes apresentaram números de cópias superiores ao ponto de corte (5000 cópias/mL) com sinais e sintomas relacionados a infecção pelo CMV, tais como distúrbio gastrointestinal, febre, leucopenia, trombocitopenia, mialgia e artralgia. O ponto de corte apresentou sensibilidade de 67,2% e especificidade de 70,1%. A mediana da carga viral dos pacientes foi de 4017 cópias/mL na 2ª semana, 4.610 cópias/mL na 4ª semana, 5700 cópias/mL na 8ª semana, 5027 cópias/mL na 12ª semana e 3529,14 cópias/mL na 24ª semana pós-transplante. Nossos resultados demonstraram que a PCR em tempo real pode ser utilizada para monitorar infecções sintomáticas pelo CMV.