Escrever para aprender: uma proposta de trabalho com escrita processual no 2º ano do ensino fundamental sob a perspectiva da alfabetização discursiva
alfabetização, produção de texto, escrita processual, alfabetização discursiva
Esta pesquisa focaliza o ensino-aprendizagem de produção textual na alfabetização e parte da constatação da necessidade de um trabalho intensivo com a escrita desde os anos iniciais. Seu objetivo é investigar uma experiência de ensino de escrita processual com alunos do 2º ano do ensino fundamental, elaborada de acordo com a perspectiva da alfabetização discursiva, e aplicada na Escola Municipal José Horácio de Góis, em São Gonçalo do Amarante, Rio Grande do Norte. Seus objetivos específicos são: a) desenvolver laboratórios de escrita processual, em conformidade com os pressupostos da alfabetização discursiva, com foco nos procedimentos de planejamento, escrita, revisão/reescrita e edição; b) descrever os dados gerados nos laboratórios de escrita, buscando indícios de desenvolvimento da competência discursiva dos participantes; c) elaborar uma proposta de ensino de produção de texto na alfabetização, na forma de um roteiro pedagógico. Metodologicamente, caracteriza-se como uma pesquisa de abordagem qualitativa-interventiva do tipo pesquisa-ação (Thiollent, 1986) e se realizou pelo desenvolvimento e aplicação de três laboratórios de escrita processual. Como referencial teórico, vale-se das contribuições de Soares (2018, 2022) e Morais (2012) que oferecem, respectivamente, os conceitos de alfabetização e sistema de escrita alfabética (SEA) adotados na pesquisa; de Geraldi (2011), e suas reflexões acerca das unidades de ensino de língua portuguesa, em especial a produção de textos; de Leal e Brandão (2007), acerca dos objetivos de ensino de produção textual no ensino fundamental; de Smolka (2012), Goulart (2019); Abaurre, Fiad e Mayrink-Sabinson (2013), acerca da perspectiva discursiva de alfabetização. Por fim, para entender os aspectos cognitivos do processo de escrita, recorremos a Hayes e Flower (1980) e Fayol (2020). Para elaboração de uma proposta de trabalho com escrita processual, buscamos aporte em Calkins (1989), Jolibert (1994) e Passarelli (2004), que defendem o processo de escrita como um objeto de ensino tão importante quanto o produto.