A LITERATURA INFANTO-JUVENIL E SEU PAPEL HUMANIZADOR: LEITURA E EXPERIÊNCIA NA SALA DE AULA COM O BEIJO DA PALAVRINHA, DE MIA COUTO
Literatura, Ensino, Humanização, Àfrica
O presente trabalho trata de uma abordagem crítica sobre literatura e ensino a partir da análise de uma obra do universo literário infanto-juvenil, O beijo da palavrinha, do moçambicano Mia Couto, e de uma experiência de leitura em sala de aula com aplicação do livro aludido. Parte-se do pressuposto de que a literatura funciona como um artefato intelectual e afetivo capaz de atuar como exercício do conhecimento, podendo ser vista como instrumento de inclusão social e descobertas para o mundo. Nossa proposta procura analisar como a literatura infanto-juvenil africana, aplicada em sala de aula, pode exercer um papel importante na formação da consciência crítica do leitor, atuando como instrumento de inclusão social e étnica, contribuindo para a constituição da cidadania. Tomou-se como referencial de leitura crítica o pensamento de Antonio Candido (2011), sistematizado em seu ensaio “O direito à literatura”, de Antoine Compagnon (2012), em seu livro Literatura para quê; de Leyla Perrone-Moisés, “Literatura para todos”, bem como as reflexões de Adorno (1995), presentes em seu ensaio “Educação e emancipação”, e para a aplicação do texto literário em sala de aula, adotou-se como modelo de sequência didática a proposta de Rildo Cosson, constante de seu livro Letramento literário.Teoria e prática. Partiu-se do pressuposto de que a obra em análise congrega uma ordem estética e um componente de conhecimento capaz compreender seu papel humanizador, educativo e emancipatório. Nessa direção, o foco deste trabalho se encontra na aplicação do texto literário em sala de aula, com vistas à formação de leitores críticos e abertos a uma melhor compreensão do semelhante, considerando o contexto e a presença da literatura infanto-juvenil africana na escola.