O DEBATE ORAL NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS:
DANDO VOZ NA ESCOLA PARA A VIDA
Oralidade. Competência argumentativa. Gênero debate. Sequência didática. Condições de produção.
O desenvolvimento da competência argumentativa dos alunos e da oralidade em sala de aula em situações de uso formal da língua foi o que motivou este trabalho. Para tanto, foi utilizada uma sequência didática (DOLZ et al, 2013) com o gênero debate numa turma de 4º nível da Educação de Jovens e Adultos, equivalente ao 8º e ao 9º ano. A opção pelo debate deveu-se ao fato de se tratar de um gênero argumentativo oral, atendendo, pois, aos dois eixos com os quais se pretendia trabalhar: a argumentação e a oralidade. Visando contemplá-los, esta pesquisa-ação partiu de um primeiro contato dos alunos com exemplares do gênero e com outros textos de gêneros diversos e temas afins ao que seria debatido para, então, chegar-se à produção inicial, a partir da qual foram organizados os módulos didáticos, de modo a resolver os problemas discursivos, textuais e linguísticos encontrados. O trabalho se insere, em seus fundamentos básicos, na linha do Interacionismo Sociodiscursivo/ISD (BRONCKART, 2012) e apresenta ainda bases teóricas sobre argumentação (PERELMAN; OLBRECHTS-TYTECA, 2017), sobre gêneros textuais, sequência didática e debate do chamado “Grupo de Genebra”, (DOLZ et al, 2013); e, especificamente, sobre debate (KERBRAT-ORECCHIONI, 1990; RIBEIRO, 2009; PEREIRA e SILVA, 2013). O foco da análise foi a relação entre as representações que os sujeitos debatedores tinham das condições de produção e os argumentos usados na primeira e na segunda produção. Sua relevância reside, sobretudo, na possibilidade de desenvolver a competência argumentativa, tão requerida para o exercício da cidadania, e de se trabalhar o oral formal.