Diário de leitura: uma investigação sobre a leitura da obra Um estudo em vermelho em turma de 9° ano
Diário de leitura: uma investigação sobre a leitura da obra Um estudo em vermelho em turma de 9° ano
A leitura configura-se como meio para uma atuação consciente e para um agir socialmente cada vez mais amparado em reflexão. Assim, é inegável sua contribuição para a formação dos sujeitos sociais. Nesse sentido, esta pesquisa tem por objeto de estudo analisar a responsividade presente em diários de leituras produzidos por alunos de uma turma de 9º ano do ensino fundamental de uma escola da rede pública estadual da capital potiguar. Para tanto, considera-se o registro de impressões, as respostas, os posicionamentos críticos, enfim, o diálogo estabelecido com o romance policial Um estudo em vermelho por meio de sua leitura. Dessa maneira, nosso objetivo geral é compreender a formação de leitores críticos e autônomos. Para alcançar este propósito, postulamos os seguintes objetivos específicos: i) investigar as estratégias de compreensão evidenciadas na escrita dos diários de leitura sobre o livro Um estudo em vermelho; ii) sistematizar uma proposta de indexação do diário de leituras para o exercício da responsividade na leitura de romance policial. Para realização deste trabalho, embasamo-nos na perspectiva dialógica da linguagem e nas concepções de enunciado concreto, gêneros do discurso e compreensão responsiva ativa postuladas pelo Círculo de Bakhtin; em relação às questões de leitura no ambiente escolar, fundamentamo-nos em Solé , em Freire e em Geraldi; quanto ao gênero diário de leitura, apoiamo-nos nos estudos de Machado e de Machado, Abreu-Tardelli e Lousada. Quanto aos procedimentos metodológicos, ancoramo-nos nos trabalhos de natureza qualitativo-interpretativista de abordagem histórico-cultural. Na análise dos dados, destacamos a pertinência do uso do diário de leitura como instrumento revelador da criticidade e da responsividade dos alunos participantes da pesquisa, as quais são, geralmente, tolhidas por algumas práticas ainda circulantes no ambiente escolar.