Ressignificando práticas de leitura e escrita de alunos do 9º ano da rede pública: IFRN em foco.
IFRN. Projeto de letramento. Práticas de leitura e escrita. Argumentação.
Projeto de intervenção de natureza qualitativa que tematiza a ressignificação de práticas de leitura e escrita de alunos do 9º ano de uma escola da rede pública do município de Arez/RN. A perspectiva situada dos estudos de letramento (KLEIMAN, 1995) subsidia o realinhamento conceitual e metodológico das aulas de Língua Portuguesa desenvolvidas por meio de um projeto de letramento (KLEIMAN, 2000), entendido como modelo didático (TINOCO, 2008). Tal projeto requereu, por um lado, reflexões sobre o ensino sistematizado de escrita e, por outro, os colaboradores (alunos, professora e agentes externos), provavelmente, encontraram mais razões para se engajarem em uma comunidade de aprendizagem (AFONSO, 2001), que teve por meta a preparação e o acompanhamento dos estudantes, desde a obtenção de documentos, passando pelo recebimento de material didático ofertado pelo Programa de Iniciação Tecnológica e Cidadania (ProITEC) até a realização das provas e a análise dos resultados obtidos no processo de seleção do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) para 2015. Na fundamentação desta pesquisa, partimos da concepção dialógica de língua(gem), de Bakhtin ([1952/53] 2011), dos estudos de letramento (KLEIMAN, 1995; TINOCO, 2008; OLIVEIRA e KLEIMAN, 2008), da Linguística Aplicada (MOITA-LOPES, 1996), da Linguística Textual (ADAM, 2011; KOCH, 2013) e dos estudos sobre ensino de argumentação (FIORIN e SAVIOLI, 2002; FIORIN, 2015; LIBERALI, 2013). Nossos instrumentos de pesquisa foram: provas do IFRN, simulados, propostas de escrita, textos produzidos individual e coletivamente em sessões de reescrita colaborativa (BARBEIRO, 1999), fotografias, gravações em áudio. Na análise, mapeamos o conteúdo das provas objetivas do ProITEC e do Exame de Seleção (entre os anos de 2011 e 2014), refletimos sobre questões discursivas e, especificamente, sobre o gênero argumentativo “artigo de opinião”, o que desencadeou aulas de leitura e de técnicas de argumentação, sessões de escrita e de reescrita. Os resultados alcançados apontam que a intervenção realizada propiciou significativa ressignificação de práticas docentes e discentes no tocante à leitura e à escrita, que deixaram de ser pensadas como atividades exclusivamente escolares, passando a ser compreendidas como formas de agir no mundo para alcançar interesses que podem estar fora da sala de aula, tais como a participação em concursos, a formação profissional com qualidade e, consequentemente, a ampliação de oportunidades de emprego especializado e de aumento de renda familiar.