ENSINO DE LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS NO ENSINO FUNDAMENTAL: processos de retextualização de resenhas críticas
Intervenção, produção textual, retextualização
Esta dissertação consiste na descrição e análise de uma proposta de intervenção voltada para o estudo da oralidade na escola, resultado de uma dificuldade, diagnosticada em uma turma de 9º ano de uma escola pública de Natal/RN, na produção de gêneros orais formais. A pesquisa nasceu, portanto, da necessidade de se aliar práticas de ensino já existentes envolvendo a escrita, com o trabalho com a oralidade, essa ainda escassamente posta como objeto de ensino-aprendizagem nas aulas de língua portuguesa, apesar de os PCNs preconizarem sua inserção no programa oficial da disciplina. A proposta de intervenção, nesse caso, consiste em uma sequência didática, a qual implica atividades de retextualização (conforme concebido por Marcuschi, 2010) envolvendo o gênero resenha crítica. A escolha do gênero, nesse sentido, justifica-se pelo fato de a resenha crítica, em uma perspectiva histórica, apresentar uma série de transposições de meio, o que possibilita um trabalho consistente com a escrita e a oralidade. Assim, as práticas pedagógicas consistem, sobretudo, em transposições da resenha crítica da fala para a escrita e da escrita para a fala, tomando-se como referência não apenas o meio de produção (fônico ou gráfico), mas as concepções de oralidade e escrituralidade conforme propostas por Koch & Osterreicher (1990, apud Marcuschi, 2010), segundo os quais essas duas modalidades da língua constituem um continuum, e não realidades estanques e antagônicas. Portanto, a descrição e a análise da sequência didática pretendem apontar práticas pedagógicas que possam contribuir para o ensino de gêneros orais formais na escola.