Incorporação de montmorilonita organofílica em termoplásticos para a produção de nanocompósitos.
Nanocompósitos, termoplásticos, argila organofílica
A incorporação de argilas com partículas nanométricas em polímeros termoplásticos permite a produção de compósitos com melhores propriedades físicas e mecânicas em relação às de polímeros puros como polietileno e polipropileno. O objetivo deste trabalho é avaliar o emprego de polietileno e polipropileno na formulação de compósitos nanoestruturados contendo montmorilonita pelo método da intercalação por fusão. A argila foi organofilizada com sal quaternário de amônio, brometo de hexa-decil-trimetil amônio (HDTMA-Br). As caracterizações da argila pura foram feitas por análise granulométrica a laser e determinação da área superficial (BET). As caracterizações da argila organofílica foram feitas por fluorescência de raios-X (FRX), difração de raios X(DRX), termogravimetria (TG e DTA) e espectroscopia na região do infravermelho (FTIR). A caracterização dos nanocompósitos foi feito por microscopia eletrônica de transmissão (MET) e propriedades mecânicas de tração. Para a obtenção dos nanocompósitos de polipropileno/argila e polietileno/argila, foram preparados concentrados argila/polímero em um homogeneizador, com o objetivo de favorecer a mistura na extrusora de rosca dupla contrarotacional. Os concentrados obtidos foram adicionados à matriz polimérica em quantidades necessárias para a obtenção de teores nominais de 1% e 2,5% em massa de argila, em extrusora e posteriormente, moldadas por injetadas. Os resultados das caracterizações da argila pura, através da granulometria a laser, mostra uma grande porção de partículas com diâmetros médios ultrafinos. Através da determinação da área específica (BET), o resultado apresentou uma área superficial de 5,1m2g-1 e densidade 2,4g.cm-3 distribuição de tamanhos das partículas apresentou ampla variação, com partículas entre 1 e 100µm. Os resultados das caracterizações da argila, organofílica, através das análises de florescência de raios-X (FRX), apresenta a troca catiônica entre os íons do sódio e cátions dos sal. Os resultados da difração de raios-X (DRX), mostram o aumento da distância interplanar basal, devido à penetração das cadeias carbônicas do sal. As análises de TG e DTA, apresentam duas perdas de massa, relativa à água nas camadas entre as folhas de silicato, somadas à umidade e gases adsorvidos na superfície do material. O resultado da espectroscopia na região do infravermelho (FTIR) pode-se observar uma nova banda característica do sal. As propriedades mecânicas também foram analisadas através dos ensaios de tração. As imagens de MET revelaram as morfologias dos nanocompósitos, apresentando estruturas parcialmente esfoliadas com predominância de aglomerados e com algumas intercalações.