AUTORREPARO EM COMPÓSITOS DE MATRIZ EPÓXI E CORRELAÇÃO COM PROPRIEDADES INTERFACIAIS
auto-reparo, materiais compósitos, propriedades termomecânicas, testes micromecânicos.
Polímeros reforçados com fibras (PRF) têm sido cada vez mais considerados para aplicações estruturais devido as suas propriedades. A formação de microtrincas na matriz polimérica é motivo de preocupação já que pode levar a falhas, especialmente em estruturas sujeitas a carregamentos repetidos. Contudo, devido à dificuldade na detecção dessas microtrincas e ao impedimento geométrico de se acessar determinadas regiões de um componente, técnicas tradicionais de detecção e reparo podem ser ineficazes. Dessa forma, PRFs capazes de se autorreparar são de grande interesse. Em um dos mecanismos de autorreparo, um termoplástico é incorporado na matriz termofixa e microtrincas são reparadas após um ciclo de reparo que utiliza calor para permitir que o conteúdo termoplástico possa ganhar mobilidade e fluir, reparando a superfície de fratura e restaurando - parcialmente ou totalmente - as propriedades mecânicas do material. Poli(etileno-co-ácido metacrílico) (EMAA) tem sido o agente de reparo termoplástico mais estudado na literatura devido a suas propriedades físicas e mecânicas adequadas para a finalidade de autorreparo. Neste trabalho, o efeito da adição de EMAA à compósitos de matriz epóxi reforçados com fibra de vidro será estudado. A eficiência de reparo do EMAA será avaliada e correlacionada com estudos de adesão entre termoplástico, fibra e matriz através de medidas de propriedades interfaciais. O efeito da quantidade de EMAA adicionado foi investigado usando análise dinâmico-mecânica (DMA) e espectroscopia do infravermelho da transformada de Fourier (FTIR). As propriedades de adesão serão estudadas através de testes de single-lap shear. Resultados de DMA mostraram que adições de EMAA maiores que 5 wt% aumentam a temperatura de transição vítrea (Tg) das amostras, indicando que o EMAA reativo pode afetar a formação da rede epoxídica. Análises espectroscópicas de FTIR mostraram que o termoplástico EMAA reagiu com a resina epóxi, sugerindo que o agente de reparo afetou a formação da rede termofixa. Testes de adesão estão sendo realizados. Testes macromecânicos usando tapered double-cantilever beam (TDCB) serão realizados para avaliar a eficiência de reparo, enquanto que testes micromecânicos de fibra única serão realizados para investigar o efeito da adição de EMAA nas propriedades interfaciais fibra-matriz, matriz-partícula e partícula-fibra. Por fim, uma nova metodologia para avaliar a eficiência de reparo usando testes micromecânicos será desenvolvida e avaliada.