Estudo do efeito de pulsos elétricos no comportamento mecânico e microestrutural da liga AA7075 (Al-Zn-Mg-Cu) para o autorreparo de ligas pré-deformadas
auto-reparo, alumínio, AA7075, defeitos, mecânica dos danos, pulsos elétricos.
No passar dos últimos anos a pesquisa em materiais auto reparáveis ganha crescente atenção científica. A essa classe de materiais bioinspirados, engenheiros e cientistas se baseiam em mecanismos biológicos para projetar novos materiais com características únicas. Avanços nesse sentido são amplamente notados em diversas classes de materiais. Em específico aos materiais metálicos, o processamento por pulsos elétricos, ou EPT (Electropulsing Treatment), é uma nova abordagem de auto reparo que cresce em importância no âmbito tecnológico. A aplicação de uma corrente controlada de densidade suficientemente alta, porém com baixa elevação da temperatura, gera um fluxo de elétrons com energia capaz de modificar a microestrutura, podendo promover o alívio de tensões, a redução de micro-rechupes e micro-trincas ou mesmo a recristalização. Dada a importância de técnicas que aumentem da vida útil de componentes aeronáuticos, a proposta do presente trabalho é o estabelecimento de uma metodologia com o desenvolvimento de parâmetros adequados ao processo de autorreparo via pulsos elétricos na liga de alumínio AA 7075 (Al-Zn-Mg-Cu). A análise composicional e das fases presentes foi efetuada via fluorescência de raios-X (FRX) e difração de raios-X (DRX). O comportamento mecânico e a geração de defeitos cristalinos foi avaliada previamente em corpos de provas usinados seguindo a norma ASTM e8, sob ensaios de tração interrompidos nas deformações de 60%, 70%, 80%, 90% e 95% relativo à ruptura, resultando no aumento das tensões de escoamento e redução da ductilidade. As amostras mais encruadas (90 e 95 % deformadas) foram tratadas via EPT com corrente de pico (Ip) de 300 A, 400 A e 500 A; corrente de base 0 A (Ib), Tempo de pico (Tp) e tempo de base em 0,1 s (Tb) em um tempo total de tratamento de 5s totalizando 25 ciclos. A amostras deformadas antes e após o EPT foram analisadas por ensaios de tração, cujos resultados mostraram a tendência do aumento da ductilidade e redução da tensão de escoamento com o aumento da corrente aplicada, indicando a efetividade do reparo com os parâmetros adotados. As análises preliminares das superfícies dos corpos de prova, via microscopia eletrônica de varredura (MEV-EDS), ainda não foram suficientes para comprovar o efeito microestrutural do autorreparo, sendo necessário análises mais detalhadas da microestrutura interna dos materiais, as quais estão em andamento.