Análise da coletividade em “Fuenteovejuna” e “Bacurau”
Fuenteovejuna; Bacurau; coletividade; teatro barroco.
O teatro barroco e o cinema convergem para um ponto em comum nesta pesquisa: a coletividade. A peça “Fuenteovejuna” (1619), do escritor espanhol Lope de Vega, e o filme brasileiro “Bacurau” (2019), de Kleber de Mendonça Vasconcellos Filho e Juliano Dorneles, configuram o corpus deste trabalho que objetiva analisá-lo à luz do conceito de coletividade. Para isso, este estudo observou a reação coletiva e unificada utilizada em ambos os contextos como estratégia de defesa contra os abusos de seus governantes. Com essa análise, o trabalho estabeleceu uma correlação das principais personagens próprias do teatro barroco do século XVII com o corpus. Portanto, concluiu que o paralelo das convergências e similitudes percebidas nas coletividades de ambas as peças resultou na descoberta de que, apesar de as estórias serem escritas e situadas em ambientes e épocas longínquos e distintos um do outro, retratam sofrimentos parecidos e desfechos semelhantes. Por fim, além de as narrativas conterem personagens reivindicadores que podem inspirar a população, é notória a colaboração que essas obras trouxeram para os universos teatrais e cinematográficos de sua época.