O CORPO SE FEZ FALA: DIALOGIA, TRANSENUNCIAÇÃO E MOVIMENTO PENDULAR DIALÓGICO EM PROTÓTIPOS PARA O ENSINO DA ORALIDADE EM LÍNGUA PORTUGUESA
Oralidade; Corpo; Movimento Pendular Dialógico; Transenunciação; protótipos.
A pesquisa apresentada investiga o processo formativo continuado dos professores da educação básica em relação à oralidade corporificada. Seu cerne é trazer um conjunto de protótipos que requer a relação entre corpo e oralidade no ensino de língua portuguesa na educação básica brasileira. Para a construção do corpus, reúne material de estudo dos seguintes programas: Programa de Gestão de Aprendizagem Escolar I, Programa de Gestão de Aprendizagem Escolar II, Pró-letramento, Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa e Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio. O estudo busca estabelecer uma perspectiva encarnada da oralidade, após indicializar essa realidade das produções de gêneros discursivos orais nos documentos, contexto que revelou melhorias desde o primeiro programa até o mais recente. Mediante esse cenário, desenvolve alguns conceitos a partir da perspectiva do círculo bakhitiniano sobre enunciado/enunciação, linguagem, perspectiva dialógica, vozes sociais, projeto de dizer e fala como elemento da vivência social. Os indícios teóricos estabelecem inter-relações com os conceitos advindos dos Estudos Culturais que servem como efetivação deste trabalho na área da linguagem, assentada na insubordinação da Linguística Aplicada, em sua constituição de alargar fronteiras para margear discursos outros, assim a metodologia é marcada pelo social, histórico e embates do diálogo. A teoria utilizada cunha o termo Movimento Pendular Dialógico como realidade inspirada no movimento pendular da Geografia que aponta para a força do silêncio e da fala; além da Transenunciação, que é o corpo como elemento que compõe a archacia dos gêneros discursivos orais. A realidade corpórea, em seus atos (locucionário-enunciativo, ilocucionário-proposicional e perlocucionário ilocucional), chega ao homem do triuvi-ATO e seus gêneros primários, secundários e terciários. Como resultado de reflexões sobre a oralidade corporificada, o estudo desenvolve seis protótipos que consumam essa perspectiva de um trabalho com a oralidade que amplifica os horizontes da prática docente a partir da completude do sujeito que fala e transenuncia tudo no corpo, com o outro para outros corpos.