O processo de construção de sentido de charges. Uma abordagem baseada em frames.
cognição, linguagem, frames, esquemas imagéticos e espaços mentais.
No processo de desenvolvimento da cognição humana é necessário considerar a integração do corpo, cérebro e ambiente. Tendo por fundamento essa perspectiva, segundo Duque (2015), a maneira como construímos os conceitos está relacionada a forma como atuamos no ambiente, uma vez que nossa cognição é distribuída pelo corpo e para além dele. Sendo assim, o processo de conceptualização se desenvolve e se estabelece à medida que desenvolvemos a capacidade de agir no ambiente que nos cerca. Por essa razão, somos capazes de desenvolver e refinar nossa linguagem, que de certa forma organiza o sistema cognitivo. Baseado nisso, o objetivo central deste estudo é demonstrar como os mecanismos cognitivos (frames, esquemas imagéticos e espaços mentais) atuam em conjunto para a construção de sentidos de charges. O objetivo principal dessa pesquisa será alcançado por meio dos seguintes objetivos específicos: descrever como os frames, os esquemas-I e os espaços mentais atuam de forma conjunta no processo de construção de sentido das charges; identificar de que maneira os frames se articulam e se conectam para a compreensão das charges, para isso observamos o comportamento dos padrões esquemáticos; demonstrar qual é a atuação dos espaços mentais para que as charges sejam compreendidas; investigar qual a função da mesclagem conceitual para o processo de compreensão das charges; mostrar como as pistas verbais e as não-verbais funcionam dentro do processo de construção de sentidos das charges. Por ser basilar para nossa pesquisa, abraçamos como fundamentação teórica a perspectiva ecológica de cognição e linguagem defendida por Duque (2015,2016,2017,2018), principalmente no que diz respeito aos processos cognitivos humanos, responsáveis pela construção de sentido do discurso por meio de frames. Além dessa perspectiva, buscamos por outros fundamentos teóricos como o pressuposto de linguagem corporificada de George Lakoff (1987, 1990, 1999). Pesquisamos sobre a noção de frame como estrutura cognitiva defendida pelos autores como Fillmore (1965, 1967, 1977, 1979, 1982, 1985), Lakoff; Gallese (2005) e Lakoff (2008). Nos debruçamos sobre a definição de esquema imagético apresentado por Lakoff (1987), Johnson (1987), Gibbs; Colston (2006), Mandler (2004, 2005), Mandler; Cánovas (2014) e Grady (205). Por fim, aprofundamos nossos estudos buscando na Teoria dos Espaços Mentais de Fauconnier (1994,1997) e na Teoria da Mesclagem Conceitual de Fauconnier; Turner (2002) explicações sobre os aspectos criativos e imaginativos da mente humana, uma vez que esses aspectos se desenvolvem nos movimentos cognitivos efetuados pelo cérebro na busca por construção de sentidos do discurso, principalmente da categoria discursiva charge.