PECHAKUCHA: gênero discursivo multimodal e multissemiótico
Pechakucha. Gênero discursivo. Letramento. Multimodalidade e Multissemiose.
A ampliação do acesso a tecnologias digitais favoreceu o desenvolvimento de uma comunicação cada vez mais rápida e global nas diferentes esferas de atividade humana. Nesse contexto, surgem novos gêneros discursivos para suprir as demandas atuais de interação social. Um deles é a Pechakucha (PK), denominada de "formato de apresentação" por Coskun (2017), Lehtonen (2011) e Baker (2014); como "apresentação oral" por Nguyen (2015); "estilo de apresentação" por Beyer (2011) e Carroll et. al. (2016). Para contribuir com essa reflexão, esta pesquisa documental, de natureza qualitativa e interpretativista tem como objeto de estudo o gênero discursivo PK. Nosso objetivo geral é definir a PK como gênero discursivo e, para atingi-lo, estabelecemos quatro objetivos específicos: a) definir a estrutura composicional, o tema e o estilo desse gênero; b) entender a função social dele; c) mapear os movimentos retóricos da PK; d) identificar seus aspectos multimodais e multissemióticos. A fim de alcançarmos nossos objetivos, fundamentamo-nos na concepção dialógica da linguagem e na de gênero discursivo (BAKHTIN, 2016[1929]), bem como na compreensão de que o gênero discursivo está sempre aliado à ação social (BAZERMAN, 2011), nos estudos de letramento de vertente etnográfica (KLEIMAN [1995] 2008; TINOCO, 2008; ROJO, 2015) e em aspectos da multimodalidade e multissemiose (KRESS, 2006; ROJO e MOURA, 2019). Dados preliminares da análise de PK, publicadas em <https://www.pechakucha.com/>, sinalizam algumas singularidades no que tange às dimensões textuais, cognitivas e sociais desse gênero discursivo, o qual ainda não consta em dissertações e teses brasileiras.