O TEATRO SEM FRONTEIRAS DE ARÍSTIDES VARGAS: MEMÓRIA E EXÍLIO NA AMÉRICA LATINA
Teatro, Exílio, Ditadura, América Latina
O presente trabalho propõe-se a elaborar uma análise da peça “Nuestra Señora de las Nubes” do diretor e dramaturgo argentino Arístides Vargas. A análise se pauta em explorar elementos que surgem de forma marcada na obra do dramaturgo. A poética teatral de Vargas é uma síntese dos processos dolorosos do exílio argentino, tema constante em todo seu teatro. Pretendemos refletir as conjunturas das memórias individuais e coletivas do exílio, e de como essas memórias remontam dentro de sua obra um traçado do pensamento político contemporâneo no teatro latino-americano. Utilizamos para contemplar estas questões as perspectivas de autores como: Augusto Boal, José Celso Martinez, Patrice Pavis, Michael Pollack e Denise Rollemberg para um melhor fomento de questões sobre a análise do texto teatral, as reminiscências do exílio e suas possíveis explanações historiográficas e de identidade. A peça “Nuestra Señora de las Nubes” foi idealizada a partir dos anos em que o autor passou exilado no Equador, país que no ano de 1979, fundou junto com outros expatriados da América Latina, o grupo Malayerba. Sendo assim, a peça elaborada por Arístides Vargas, trata das várias memórias dos expatriados que sofreram com os golpes ditatoriais na América Latina. O enredo da peça tem seu foco em dois momentos principais, e estes direcionam toda a história; primeiramente ocorrem os sucessivos encontros entre os personagens de dois exilados Oscar e Bruna em um tempo e espaço não especificados. E já em um outro momento, são reconstruídas as várias reminiscências expostas pelos dois, que são distribuídas em blocos não lineares, em que eles recordam episódios sobre suas vidas e a respeito de seu lugar de origem, o país de Nuestra Señora de Las Nubens.