Sangue Negro – Máscaras Brancas: A Negritude e o Feminismo em Noémia de Sousa.
Africanidade. Noémia de Sousa. Poesia moçambicana.
Esta dissertação tem como objeto de estudo a obra Sangue Negro (2016), da poetisa Noémia de Sousa (1926-2002), considerada a “mãe dos poetas moçambicanos”. Esta pesquisa objetiva realizar uma leitura dos poemas de Noémia de Sousa em diálogo com aspectos do feminismo e da negritude. O corpus utilizado incorpora os seguintes poemas recolhidos em Sangue Negro (2016): “Negra”, “Poema” e “A Billie Holiday, cantora”. No trabalho inicial da pesquisa, antes de analisarmos o texto poético em si, tratamos de questões fundamentais para o embasamento das interpretações do poema, sendo elas: feminismo, escrita feminina, poder, estudos culturais, pós-modernidade e negritude, a fim de se perceber as relações dialógicas entre as teorias e os poemas selecionados. Por questões teórico-metodológicas a presente pesquisa é de base qualitativo-interpretativa. Com referência à natureza das fontes utilizadas, a pesquisa é bibliográfica. Levando em conta o objetivo da pesquisa, o método selecionado é o da revisão bibliográfica, com seleção e análise de material bibliográfico. O presente trabalho científico pertence à área de Estudos em Literatura Comparada, especificamente relacionada aos Estudos Culturais. Nessa linha de pesquisa, respaldamos nossa análise nos seguintes teóricos: Badinter (1986), Bhabha (1998), Césaire (2010), Connor (2000), Deleuze (2001), Fanon (2008),Foucault (2006), Glissant (2005), Goldsttein (1986), Hall (2005), Mignolo (2003), Munanga (2009), Pignatari (2005), Pound (1995), Showalter (1994), Spivak (2010). A poesia de Noémia de Sousa é permeada por silêncios e reflete e refrata três das grandes exclusões: sexual, racial e cultural. Ao término da análise de um dos poemas selecionados – “A Billie Holiday, cantora”, observamos que o mesmo configura a dor da raça africana e também a dor da mulher nos trazendo uma esperança de mudança, de dias melhores.