ALTERNÂNCIA ENTRE FUTURO DO PRETÉRITO E PRETÉRITO IMPERFEITO DO INDICATIVO NO DOMÍNIO FUNCIONAL DA CONDIÇÃO CONTRAFACTUAL
Variação. Condição contrafactual. Domínio Funcional. Sociofuncionalismo.
Nesta tese, abordamos o domínio funcional da condição contrafactual codificada linguisticamente através da construção “se p, então q”, em que a primeira oração indica a situação condicionante e a segunda oração a situação condicionada. Visamos analisar a alternância das formas verbais futuro do pretérito do indicativo (simples e composta) e pretérito imperfeito do indicativo (simples e composta) na codificação da situação referida na oração condicionada, avaliando influências exercidas por fatores sociais, estruturais e semântico-pragmáticos sobre o uso dessas formas verbais. Nosso aparato teórico-metodológico se fundamenta em pressupostos da sociolinguística variacionista (cf. WEINRICH; LABOV; HERZOG, 1968; LABOV, 2008 [1972], 2001, 2010, entre outros) e do funcionalismo linguístico norte-americano, especialmente em sua vertente tipológica (cf. GIVÓN, 1995, 2001; LEHMANN, 2011, entre outros). Essa interface teórico-metodológica pode ser denominada sociofuncionalismo (TAVARES, 2003, 2014; GORSKI; TAVARES, 2013, entre outros). A amostra de dados desta pesquisa é composta por 360 construções condicionais contrafactuais “se p, então q” extraídas do meio digital, o que confere ao nosso trabalho um pioneirismo na exploração do fenômeno da condição contrafactual em um gênero textual, o comentário (especificamente no Facebook), no contexto da Comunicação Mediada por Computador (cf. CRYSTAL, 2013; TAGLIAMONTE, 2012; BARON, 2013; ANDROUTSOPULOS, 2011; PEERSMAN et al., 2016, entre outros). A análise apresentada aqui é preliminar e exploratória, mas já aponta que alguns dos fatores controlados parecem favorecer um maior uso da forma verbal futuro do pretérito simples em detrimento das demais formas.