A Intercompreensão de Línguas Românicas nas Aulas de Inglês
Intercompreensão de línguas românicas, Aulas de inglês, Educação de Jovens e Adultos (EJA)
É incontestável que o ensino de línguas desempenha um papel importante na vida do indivíduo como apontam documentos oficiais brasileiros e internacionais. O estudo da língua-cultura inglesa, assim como de qualquer outro idioma, deve possibilitar a promoção de maior abertura a diferentes formas de estruturar o mundo, possibilidades e oportunidades de agir no mundo de forma crítica (PCNs, 1999). Esta pesquisa trata da Intercompreensão de Línguas Românicas (ILR) como uma proposta para o ensino-aprendizagem da língua inglesa na EJA (Educação de Jovens e Adultos) e tem por objetivo valorizar as potencialidades dos aprendizes como elemento facilitador e motivador da aprendizagem de línguas estrangeiras e do olhar sobre si. O envolvimento da pesquisadora em elaborar e por em prática um curso plurilíngue foi determinante para caracterizar o estudo como uma Pesquisa-ação Participante (THIOLLENT, 2011; GRAY, 2012; FRANCO, 2005). Nove alunos da EJA do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) participaram do estudo e realizaram atividades plurilíngues envolvendo quatro línguas (espanhol, italiano, francês e inglês) durante um semestre. O corpus da pesquisa é constituído por dados quantitativo-qualitativos e foram coletados por meio de questionários semi-estruturados, áudios, entrevistas, notas de campo, produção dos alunos das atividades plurilíngues e protocolo verbal. Como aporte teórico geral sobre o ensino de línguas estrangeiras, utilizamos os PCNs (1999), as OCNs (2006), o QECR (2001) e o CARAP/ FREPA (2010). Também recorremos aos pressupostos da intercompreensão (IC) entre línguas aparentadas (DEGACHE, 2005, 2008, 2012; ARAÚJO E SÁ, 2013; SANTOS, 2010;CAPUCHO, 2010; MELO; SANTOS, 2007; JAMET; SPITA, 2010; ESCUDÉ; JANIN, 2010, dentre outros). Para abordar a questão da compreensão de textos, observamos a teoria sobre estratégias de aprendizagem (O'MALLEY; CHAMOT, 1985,1995; OXFORD, 2006; VILAÇA, 2011, CYR, 1998; dentre outros) e estratégias de leitura (SOLÉ, 1998; SMITH, 1999, KLEIMAN, 2013). A elaboração e execução do curso plurilíngue foi baseado na teoria sociointeracionista de Vygotsky (VYGOTSKY, 2007; BASTOS, 2014; OLIVEIRA, 1992), do filtro afetivo de Krashen (1982, 1985), da aprendizagem significativa (MOREIRA, 2010,2011), além dos autores da IC já citados. Quanto aos resultados, eles sugerem que para avançar na própria aprendizagem os aprendizes precisam de maior autonomia. A pesquisa também aponta que a observação do uso de estratégias na ILR contribuiu para a leitura de textos em LI e causou uma mudança na autopercepção dos aprendizes ao deixá-los mais confiantes para ler textos em língua inglesa.