ELIAS CANETTI: UMA DRAMATURGIA EM VIAS COM A PÓS-MODERNIDADE
Elias Canetti, teatro, pós-modernismo, poder, resistência, autoconservação, estética negativa.
A proposta desta dissertação é analisar a obra dramatúrgica do autor búlgaro Elias Canetti, composta pelas peças O Casamento, Comédia da Vaidade e Os que têm a hora marcada, procurando compreender como as teorias críticas da contemporaneidade atuam em sua trilogia, buscando um diálogo com referenciais teóricos que justifiquem sua aproximação ao pós-modernismo. Entretecendo os apontamentos e o teatro de Canetti com os conceitos filosóficos da “estética negativa” de Adorno, percebe-se um espaço para a reflexão de teorias que se sucederam, como as relações de poder de Foucault, presentes em Microfísica do poder e os discursos de resistência e poder desenvolvidos por Deleuze e Guatarri em Mil Platôs e O Anti-Édipo. Apesar de suas obras terem sido escritas entre 1932 e 1956, todas apresentam uma crítica exasperada ao modernismo e características que não auxiliaram o seu reconhecimento pela crítica da época, o que fez com que a dramaturgia de Canetti fosse redescoberta após o autor receber o Prêmio Nobel em 1981.