LUÍS DA CÂMARA CASCUDO PREFACIADOR
Palavras-chaves: Prefácio. Luís da Câmara Cascudo. Rio Grande do Norte. Memória. Tradição. Século XX.
Apresentar uma leitura de prefácios escritos por Luís da Câmara Cascudo, a obras literárias e não literárias, a partir da década de 20 do século XX, é o objetivo desta tese, considerando o vocábulo no seu significado: “Latim praefatio, ação de falar no princípio. Sinônimo de ‘prólogo’, no sentido de texto que precede ou introduz uma obra” (MOISÉS, 1999, p. 416). Nesta pesquisa, entende-se como prefácio o texto escrito e publicado com o intuito de fornecer informações que facilitem a leitura e/ou o entendimento da obra à qual ele faz referência, independentemente de vir nas páginas iniciais, quando recebe o nome de prólogo, carta ao leitor, proêmio, introito, preâmbulo, introdução, etc., ou quando aparece apenas nas últimas páginas do livro e passa a intitular-se posfácio. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de caráter biobibliográfico e interpretativo, tendo em vista que parte da análise de textos e utiliza-se do método indutivo, foca na profundidade do entendimento que o pesquisador tem sobre o objeto pesquisado, no caso específico desta tese os prólogos cascudianos. Objetiva-se, ainda, buscar entender, por meio desses documentos/monumentos (LE GOFF, 2012), de que modo o autor lê a sua obra e a dos demais autores que recorreram a ele em busca de um texto introdutório. O legado deixado pelos prefácios cascudianos pode permitir uma melhor compreensão da produção literária norte-rio-grandense no século XX, observar de que modo essa produção contribuiu para o fortalecimento do sistema literário brasileiro (CANDIDO, 1997) e para a formação de uma tradição literária no Rio Grande do Norte. Para o estudo desse gênero recorremos a SALES (2003), TELES (1986/1989/2010), CLEMENTE (1986) e CANDIDO (2005); quanto à noção de tradição, nos reportamos a ELIOT (1997) e CANDIDO (1997/1980). O conjunto de prefácios constitui um vasto material de pesquisa que permitirá aos estudiosos das culturas norte-rio-grandense e brasileira darem continuidade ao trabalho iniciado por Luís da Câmara Cascudo, ainda em 1921, quando iniciou sua trajetória como prefaciador.