A poesia da Generación del 27 e o “siglo de oro”: a beleza do pensar e do fazer como desafio e (in)decisão no exercício tradutológico
Generación del 27, Góngora, “siglo de oro”, Andaluzia, Barroco, poesia.
Do contexto de criação da licenciatura do Curso de Letras-Espanhol na UFRN, veio a motivação para este estudo, que apresenta um estudo literário do grupo de poetas conhecidos como Generación del 27, surgido na Espanha dos anos de 1920. Este tema é objeto de estudo nas disciplinas de Literatura Espanhola, Literatura Ibero-americana, Cultura Espanhola e Tradução em Língua Espanhola. Também servirá como mote para novas reflexões e propostas de tradução, perfazendo uma nova aprendizagem a ser compartilhadas com alunos da graduação e da pós-graduação, seja na modalidade de ensino, extensão ou de novas pesquisas. Para contextualizar o estudo dessa geração, elegeram-se as antologias organizadas por Gerardo Diego, sob o título Poesía Española (Antologías), publicada em 2007, pelas Ediciones Cátedras, e a Antología comentada de la Generación del 27, de Víctor García de la Concha, publicada em 2006, pela Editorial Espasa Calpe. Do corpus de análise, é feita uma releitura dos poemas abrindo horizontes para possibilidades de tradução, analisando-se a poesia feita por esses jovens poetas, os contextos da criação literária, realçando a vocação criativa de estética e vanguarda. A pesquisa baseou-se nas contribuições dos teóricos Antonio Maravall (2009), Eugenio D’ors (sd), Severo Sarduy (1999), Deleuze (2005), dentre outros, que aportam a compreensão da linguagem barroca, dando ênfase ao movimento pluridirecional, descontruindo sua linearidade, criando outras novas formas, como voltas, círculos, espirais favorecendo encontros, distanciamentos ou iguais pontos de partida e chegada. Assim, os poetas del 27 aproximam o barroco dos seiscentos numa releitura, e celebram, em 1927, o terceiro centenário da morte de D. Luis de Góngora. Alfonso Reyes e Rubén Darío disseram que verdadeiros faróis iluminaram os rumos dessa geração de poetas: a luz que desdobra cintila em García Lorca, Jorge Guillén, Dámaso Alonso, Gerardo Diego e o toureiro Ignacio Sánchez Mejías, poetas que manifestaram homenagens em grande estilo ao autor das Soledades, nos cafés de Madrid e de toda a Espanha.