Multiplicando Veredas entre Guimarães Rosa e Oswaldo Lamartine
PALAVRAS-CHAVE: Regionalismo; Tradição; Ensaios; Memórias.
A presente dissertação se propõe a estudar os elos entre a linha sertaneja rosiana, representada por Grande sertão: veredas (2011), e a seridoense do interior do estado do Rio Grande do Norte, nos ensaios de Sertões do Seridó (1980) de Oswaldo Lamartine de Faria, como uma continuação da tradição iniciada por Guimarães Rosa. Para isso, consideramos as definições sobre regionalismo desde Antonio Candido (2000) até Chiappini (1995), que nos permitem ampliar a visão da tendência no Brasil, e mostramos as ligações iniciais entre as duas obras citadas. Dessa forma, ao conceito de regionalismo unimos o de tradição (CANDIDO, 2001) e nossa leitura de Lamartine é guiada para o ensaísmo como a fronteira entre escrita ideológica-literária (HARO, 2005), que se aproxima da ficção rosiana. É por esse caminho que analisamos os cinco ensaios de Sertões do Seridó, e aproximamos as criações do escritor mineiro e do potiguar pelo que se evidencia na construção de seus sertões: a ficcionalidade no ato narrativo aproximado a Walter Benjamin (1987), pautado em “gatilhos da memória” (BOSI, 1979) e que nos leva às reconstruções da história, especialmente pela presença de narradores idosos. Com tais projetos, concluímos que o lastro entre Rosa e Lamartine nos leva para um regionalismo cuja força não se encontra no choque do exotismo, mas em sua aproximação aos leitores. Ambos os autores tornam os sertões universais pela apresentação do fator regional.