NARRATIVAS HUMORÍSTICAS: O PAPEL DE ESQUEMAS E FRAMES NA COMPREENSÃO DO RISÍVEL
Esquemas Imagéticos – Frames – Humor – Compreensão
A Linguística Cognitiva tem como um de seus principais objetivos descrever e analisar os processos de construção de sentido. Para isso, suas pesquisas pressupõem a existência de estruturas cognitivas oriundas das experiências sensório-motoras e socioculturais dos usuários da língua, que são acessadas pelo sujeito durante a compreensão textual. Fundamentada teoricamente nesta abordagem cognitiva da linguagem, esta dissertação tem como objetivo nuclear descrever e analisar como os domínios cognitivos - representados pelos esquemas imagéticos e frames - permitem ao leitor depreende o risível em textos humorísticos. Entende-se por esquemas imagéticos os domínios das informações construídas e armazenadas na mente do sujeito, oriundas de sua experiência corporal, por exemplo, ao movimentar-se ou manipular objetos; os frames, por sua vez, são os constructos que emergem a partir da interação, estabelecida de forma dinâmica e consensual, entre os sujeitos em contextos socioculturais específicos. Percorremos este caminho, pois acreditamos que o efeito de humor decorrente de um texto está subordinado à ativação e ao acionamento dos esquemas imagéticos e frames armazenados na mente no leitor, existindo, desta forma, níveis de compreensão, o que explica a recuperação ou não de trechos humorísticos em um texto. Para confirmar a nossa hipótese, utilizamo-nos da aplicação de um experimento (uma atividade, com textos humorísticos, para alunos do Ensino Fundamental e Médio registrarem sua compreensão) e, para a análise dos resultados dessa atividade, apropriamo-nos, metodologicamente, do processo da introspecção (entendida como a intuição do pesquisador, responsável pela produção de ideias e raciocínios ao manipular os dados). Durante a observação minuciosa do nosso experimento, chegamos à conclusão de que o humor é apreendido intelectualmente quando os esquemas imagéticos e frames são confrontados.