ADOLESCENTES, ESTRESSE E AMBIENTES RESTAURADORES NA CIDADE: UMA INVESTIGAÇÃO COM ESTUDANTES DE FLORIANO, PIAUÍ
Adolescentes; Ambientes Restauradores; Estresse; Fadiga da atenção; Floriano/PI
Na contemporaneidade, o estresse compromete a qualidade de vida da população, notadamente em ambiente urbano. A submissão a condições de estresse contínuo interfere na saúde (física e mental) e prejudica a produtividade das pessoas, afetando especialmente aqueles em situação mais vulnerável, como os adolescentes. Para a restauração do estresse e retorno ao equilíbrio psicofisiológico alterado pelas demandas diárias, a literatura aponta a importância de investigar as relações das pessoas com os lugares em que se encontram, a fim de identificar ambientes com potencial restaurador. Esta tese toma como pergunta de partida: na percepção de adolescentes de cidades de pequeno porte, que tipo de ambientes atuam na redução do estresse e da fadiga de atenção? E, especificamente, como tais ambientes contribuem para a restauração psicofisiológica das pessoas nessa faixa etária? A hipótese de pesquisa indica que: os adolescentes irão manifestar preferência por locais que permitam contato com a natureza e com pessoas da mesma faixa etária, e que possibilitem o desenvolvimento de atividades (de contemplação, socialização, esportes e lazer) não-impostas/controladas (ou pouco impostas/controladas) pela escola ou família, quer aconteçam individualmente ou em grupos. O estudo tem como recorte a cidade de Floriano, Piauí e o Instituto Federal de Educação, sendo seu objetivo geral analisar os tipos de ambientes considerados restauradores pelos adolescentes, como estes ambientes são utilizados e se proporcionam redução do estresse e da fadiga de atenção conforme a percepção dos participantes investigados. Metodologicamente a investigação assume viés quali-quantitativo e estratégia multimétodos, por meio de dois estudos: o primeiro direcionado à pessoa (questionários, Escala de Estresse Percebido e entrevistas) e o segundo direcionado ao ambiente (visitas de campo, observações naturalísticas e registro fotográfico). Como resultados parciais, percebe-se que a rotina escolar é considerada estressante, apesar do nível de estresse percebido estar, em geral, abaixo da média da escala utilizada. Para amenizá-lo, restaurando seu equilíbrio psicofisiológico, os estudantes apontam ambientes dentro da escola, na cidade e em sua própria casa.