A ATENÇÃO A SAÚDE MENTAL NA VELHICE: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
saúde mental; velhice; saúde do idoso; serviços de saúde mental; revisão integrativa.
A velhice é um fenômeno que acarreta importantes mudanças a nível biológico, psicológico, social, econômico, além de que não se vive em seu estado natural devido um estatuto imposto pela sociedade à qual pertencemos. Dentre o processo de reforma psiquiátrica e o campo da atenção em saúde mental, apesar dos avanços adquiridos ao longo do tempo, há fragilidades e omissões relativas às questões de saúde mental de velhos e velhas. De certo modo, observa-se que estes não se beneficiaram enquanto sujeitos desse processo, além de que, há uma insuficiência de estudos no campo da saúde mental na velhice, sinalizando a necessidade de fundamentos e conhecimentos específico voltados para à atenção à saúde mental na velhice em suas crescentes demandas. Diante disso, esta pesquisa objetivou analisar as principais questões relativas à saúde mental na velhice colocada pela literatura no contexto latino-americano, a partir de uma revisão integrativa da literatura, nas bases de dados SciELO, Redalyc e LILACS, entre os anos de 2011 e 2021, totalizando 25 artigos científicos para análise, os quais foram categorizados nas seguintes temáticas: Representações de velhice, envelhecimento e estigmas relativos aos velhos e velhas como problemas relacionados à saúde mental; Perfil de usuários e usuárias, demandas de saúde mental e serviços de saúde mental; Uso de medicamentos e Medicalização da velhice; Suicídio, luto e os agravamentos à saúde mental; Saúde mental, aspectos socioculturais e fatores associados (gênero, incapacidades, riscos e vulnerabilidades); e Práticas e abordagens na atenção à saúde mental. Concluiu-se que o predomínio da perspectiva biomédica quanto aos processos do envelhecimento e da velhice e de concepções e experiências em saúde do idoso, fundamentados nos aspectos biológicos, mecânico-funcionais do corpo e no aparato curativo, representativos da visão da nossa sociedade quanto às capacidades de produção e de consumo, o que parece contribuir para estigmatização, exclusão e medicalização de pessoas velhas, exigindo novos saberes e práticas relativos à atenção em saúde mental, na perspectiva da atenção psicossocial.